quinta-feira, 31 de maio de 2007

You know what?

London is calling!



Be back sunday! Ta ta!

terça-feira, 29 de maio de 2007

A cruel e sanguínea angústia existencialista à luz de candelabros de velas negras em castelos remotos banhados de sangue


Eu sou a Xana Azevedo, mas prefiro ser chamada Countessa Morticia Elvira Vampírica Kruella. Tenho 16 anos e a vida sucks! Gosto de Moonspell a partir do Sin/Pecado, dos Type O, do Trent Razor sem camisa e de 1as bandas de Industrial obscuras da Renânia-Palatinado. E gosto dos Dzrt kndo me sinto nihilista pr álém do razoável. Os meus pais não me compreendem. À dias disse à minha mãe que keria morrer, e ela respondeu-me “Toma meio Valium que isso passa”. E disse ao meu pai o mesmo, e ele disse “Hã, hã!”, fingindo interesse enquanto via nas notícias da TV a emocionante história de um eskilo que salvou 2 miúdos de uma rede de pedófilos. Sussurrei k ninguém me ligava, e ele disse pra eu ir ter com a minha mãe, e eu falei-lhe no Valium, e ele respondeu k essa era a solução da minha mãe pra tudo. A minha irmã tem 13 anos e é insuportável. Pra ela a vida é kor-de-rosa. Kndo é que vai abrir os olhos e ver k é tudo negro, negro, negro, e vá lá, uma tonalidade de roxo ali e acolá?
´Tou mm embeiçada pelo Joe lá da minha turma. A Vanessa e a Liliana k são as gajas + bonitas e armantes e popolares e putas n podem com je e ´tão sempre a chamarme morcega e tal. Só queria ser a Carmilla ou a Millarca e chupar-lhes akele sanguinho todo. Aviam de ver! Ando a ver se leio essa tal Carmilla. Também ando à um bom par d´anos a ler o Drácula, e akilo é bonito, a Mina é das minhas, eu também tinha um diário e eskrevia assim cenas e tal, e ajuntava-lhe + 1as kantas poesias. Já o Dr. Jack Seward é meio xato a escrever. Bom, mas à dias para meu espanto comecei a falar fixe com o Joe e ele vai e perguntame se quero fazer alguma koisa depois das aulas e eu yá, era fixe. E digo-lhe que kurtia fazermos cortes cruciformes nos peitos marmóreos um do outro e depois beber-mos o sangue um do outro, à luz de velas negras e a ouvir-mos “My Immortal” dos Evanescence e ele fez kara de enjoado e bazou, aposto que é gay, só pode e eu não tenho porra de sorte nenhuma.
Bom, enquanto não me decido matar vou trabalhando no meu blog. É um projecto inovador e interessante onde revelo muito da minha alma. Chama-se Poço Sem Fundo. Podem dizer que há milhentos blogs assim, mas eu digo não tem nada haver. Pra já é meu. Depois é inovador no sentido em que tem atrás uns desenhos bem pungentes mas bonitos, e as kores são bonitas, assim a modos que a puxar para o negro carregado, o cinza, o roxo-cadáver e o vermelho sangue de virgem. E depois as minhas ideias e palavras k são diferentes, tão a ver, eu sou únika, ya? É a minha onda. Vou pedir ao meu primo que meta aki 1 som há maneira, e isto vai bombar fixe, e vou pôr aki um novo poema em k ´tou a trabalhar, ora vejam lá se kurtem:

É noite carregada
Há velas negras nas paredes do castelo
A Lua não reflecte a tua sombra
Sinto vontade de te chupar o sangue até ao tutano
Faz amor comigo até morrermos os dois
E depois eu corto os pulsos e tudo fica negro
Porque a vida não merece a pena ser vivida
Eu queria era morrer
Porque a vida não merece ser vivida
É meio-dia e está tudo negro
Porque um eclipse solar eclipsou o sol
E a vida não merece a pena ser vivida
E amor e sexo e dor e sangue e vida e morte é tudo a mesma merda
Porque a vida não merece a pena ser vivida

(as reticências estão a vermelho para da a sensação que eu me suicidei).

Sou ou não sou boa? Quando morrer, kero ser enterrada no Panteão.


Nota para mim mm – descobrir k significia “nihilista” e “pungente”.

domingo, 27 de maio de 2007

sábado, 26 de maio de 2007

Nathaniel Hawthorne


"The Scarlet Letter" is fuckin ´ A!
:D

O engenheiro, o professor e a puta

Segundo constou no "24 Horas" (ok, não será a fonte mais fiável...), o tal professor suspenso pela DREN não o foi por ter gozado com a licenciatura do 1º Ministro, mas por o ter chamado, por trêz vezes de "filho da puta".

Algumas considerações. Em primeiro, trata-se da Direcção Regional de Educação do NORTE, logo não se pode dizer, para além de sobra de dúvida razoável, se o termo "filho da puta" não terá sido usado com um cariz elogioso, quando não mesmo carinhoso.

Em segundo lugar, quando vejo um tipo do PSD ser suspenso, e sujeito a sanção por ter sido rude, mal-educado e ter ofendido gratuitamente alguém com quem não partilha ideologias...bom, lembro-me do Alberto João Jardim, e não consigo deixar de pensar que há uma certa justiça poética.

Mas a hora não é de graçolas levianas. É a democracia do país que está em jogo. Chamar o 1º Ministro de serviço de "Filho da puta" - qur se tenha ou não votado nele - é um direito e um dever cívico dos portugueses e também dos estrangeiros a residir há mais de um ano em situação legal no território português (6 meses para os cidadãos brasileiros, devido ao nosso acordo especial).
Insultar gratuitamente os políticos eleitos é o último direito do povo, e a sua única defesa. Tirar-nos isso é subjugar-nos ao totalitarismo mais filho da puta.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

.

Ontem o jornal "24 Horas" trazia em todas as páginas a frase: "Hoje vamos rezar por Maddie", bem como a opinião de várias personalidades (distribuidas de acordo com a secção do jornal que mais correspondesse à sua função ou ocupação) sobre o caso Madeleine McCann.

Como toda a gente sabe, Deus está-se cagando para milhões de crianças que todos os dias sofrem e morrem de fome, doença, guerra em África, no Médio Oriente, no Sudeste Asiático, na América Latina, ou que são torturadas, raptadas ou mortas na Europa e na América do Norte.

Mas pode ser que tenha piedade dessa criança em particular.

Ou melhor ainda, pode ser que lance uma praga de gafanhotos sobre merdas sensacionalistas como o 24 Horas ou a TVI.

terça-feira, 22 de maio de 2007

Atenção, Cidadão Lisboeta!

A sua autarquia local é a mais esbanjadora, corrupta e ingovernável do país?
Então este anúncio é para si! Não perca esta oportunidade única e fantástica de reduzir as despesas do seu município até 14 vezes, ao mesmo tempo que o dota daquela idoneidade e independência que julgava serem impossíveis de recuperar!

Oferece-se RR, em 2ª mão, mas como novo. Pouca kilometragem (só utilizado em viagens entre Porto e Viana do Castelo), gastos reduzidos, custos de manutenção baixos.
Com o seu perene sorrisinho de superioridade, este modelo é altamente fiável, e realmente honesto, incorruptível e imune a lobies e grupos de pressão (e quando não é consegue dar sempre a entender que é). Económico, parcimonioso e poupado, este RR conseguirá manter os gastos da Câmara Municipal aos mínimos exigíveis para dar uma vida digna aos cidadãos, ou mais baixos ainda. Com preocupações muito mais economicistas que sociais, este modelo fará a delícia do eleitorado do PSD e do centro-direita em geral E também do do PS (que como se sabe é uma espécie de PSD com menos letras). Fiável a 100%, a sua total falta de carisma e ambição política asseguram que nunca deixará a Câmara por um posto mais elevado.

Avisa-se desde já que este RR tem alguns pequenos problemas. É uma nódoa em Planeamento Urbano, pelo que não é de admirar que proceda a uma política de obras públicas que inclua o fecho de ruas a carros e/ou peões por tempo indeterminado, o destruir quase completo de passeios, vias ou ruas, ou ainda o mau aproveitamento de espaços amplos. Não é muito brilhante também no que toca a gestão dos Transportes Colectivos. É completamente indiferente à Cultura e ao Desporto, pelo que pode cortar, e de que maneira, os apoios da Câmara ao vosso Festival Indie, tornando mais difícil que este substitua o Fantas como o mais importante festival internacional de cinema realizado em Portugal. Não esperem também que ele receba as vossas equipas de futebol na Câmara Municipal quando elas ganharem qualquer título (aqui entre nós, não é uma coisa que vos deva preocupar muito).

Estes pequenos defeitos são mais do que compensados pelas maravilhosas vantagens de meterem esse RR na Câmara. Temos pena de nos livrarmos dele, mas um 3º mandato seria tão ruinoso para o Porto como uma 3ª Presidência do George W. o seria para o mundo.

Telefone agora e leve de oferta um maravilhoso Presidente da Assembléia Municipal e 2 pelouros à sua escolha.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Nerve, bloody nerve

O youtube tem videos revoltantes. Qual não é o meu espanto ao ver os Arcade Fire mais o Bono a fazerem ao vivo uma cover do Love will tear us apart dos Joy Division. Os Arcade são boa cena. Mas por o Bono a cantar Curtis faz tanto sentido como pôr o Miguel Ângelo dos Delfins a cantar Mão Morta. É contra-natura.

Outra vez 2ª-Feira

Conforme disse na semana passada, todas as 2ªs são blue (embora esta seja mais blue& white).
Num mundo ideal e utópico, o meu conceito de fim-de-semana seria aplicado globalmente. Basicamente a meu ver não deveríamos trabalhar 6ª-Feira de tarde nem 2ª-Feira de manhã. Tal conceito iria conceder ao trabalhador a dose necessária de lazer e repouso, iria aumentar a motivação e a produtividade.

sexta-feira, 18 de maio de 2007

18 de Maio de 1980






Indivíduos isolados que alimentam os seus desejos mais negros tomando a inocência como presa OU povos que se deixam envolver numa tempestade a roçar a histeria de sentimentos fomentada por um circo mediático que aposta no recurso fácil à emoção populista, e que se esquece do acontecimento tão logo uma outra tragédia ou incidente novo aparece....o mais triste de tudo é que não consigo decidir qual destes exemplos é mais representativo do fracasso total do conceito de ser humano.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

"Que calor que faz hoje, hã"? "É, mas já se nota um fresquinho e amanhã já chove".


O tempo não é tema de conversa (o tempo no sentido metereológico, claro. O tempo no sentido cronológico até dava mais que pano para umas existencialistas mangas). O tempo é só o mais antigo e básico assassino de silêncios desconfortáveis. Falar sobre o tempo é só enganarmo-nos e aos outros simulando que a sua companhia transmite-nos mais que indiferença. Um silêncio carregado é mais alto e diz muito mais que a futilidade de discutir sobre o calor que faz hoje ou que fará amanhã. O tempo é tão antigo e básico, que o Homem de Cro-Magnon já o deveria usar. Quando na presença de um desconhecido, emitia uns sons guturais e apontava para o céu. Falar sobre o tempo não é conversa. Não exige grande cultura. Basta teres os dotes linguísticos de uma criança de 6 anos ou menos e não seres um total idiota que confunda uma chuva de granizo com um dia de praia e estarás apto para enebriantes diálogos sobre as condições climatéricas. Não é um exercício de dialéctica. É a anunciação de factos objectivos visíveis a olho nú. É uma Lapalisada sobre a Natureza. Não tentas convencer ninguém. O tempo não dá espaço ao subjectivo, não dá aso a polémicas. É uma conversa oca e fria e impotente. Sem paixão nem tesão. Dizes: "Está a chover". Ninguém te diz: "Meu caro amigo, permita-me discordar. Para mim não está a chover". Ninguém anda à batatada por causa de saber se afinal está nevoeiro ou não. O mais longe a que a conversa pode chegar é:
- quando alguém tenta aumentar a subjectividade: "Isto não é frio não é nada. Em 1931, na serra, apanhávamos Invernos de neve e com -15º e ninguém morria".
- quando alguém tenta dar uma opinião política: "Com os socialistas no poder, nunca mais vamos ter verões amenos".
- quando alguém tenta dar uma opinião política extremista: "Ao menos com o Salazar tínhamos frio no Inverno e calor no Verão".
- quando alguém tenta dar uma de contestatário: "Amanhã diz que vai chover, mas com esses gajos nunca se sabe. Esses cabrões da metereologia estão sempre a errar".
- quando alguém tenta dar uma de contestatário à escala global e demonstrar preocupações ambientalistas: "Este calor não é natural, eles dão cabo da camada de ozono e qualquer dia vai tudo pelos ares".
Como tema de conversa é fraco. Agora como tema para post...;)

terça-feira, 15 de maio de 2007

Pois é...

"Até que a morte os separe" deve ser a frase mais ridícula e irrealista de todas as frases de todos os rituais de todas as religiões, seitas, cultos e fés de todos os povos do mundo durante todos os milénios.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

I hate mondays!

2ª-Feira de Manhã é uma aberração aos olhos de Deus e do Homem. 2ª-Feira de Manhã é a antítese perfeita do fim-de-semana. Na nossa cabeça sonolenta nada excepto vagas memórias do divertimento e repouso que tivemos, abafadas pelos remorso do divertimento e repouso que poderíamos ter tido, pela rapidez com que Sábado e Domingo passaram, e pela sensação de faltar uma travessia no deserto de 5 dias antes de sentirmos de novo nos lábios o líquido mel fugidio de novos 2 dias de total liberdade. À 2ª-Feira de manhã, o nosso motor interno ainda está frio e não reage tão rapidamente à rotina laboral. Falta-nos um ou dois dias de trabalho para nos habituarmos à idéia, para a espera não se tornar tão longa. O reles despertador do telemóvel a arrancar-me ao doce, quente útero do leito. Um absurdo autêntico. Adorava poder faltar de vez em quando. Nada melhor do que andar pela cidade despreocupadamente num dia laboral. Como um vagabundo do ócio sentindo o pulsar, a vida da urbe. Desculpem o desabafo, all mondays are blue!;)

sábado, 12 de maio de 2007

The Fixx - Saved by Zero

Ok, este video faria muito mais sentido no meu outro blog, e aliás ele lá está, mas mesmo assim gostaria de o divulgar aqui. Por um lado porque penso que não seja uma música muito conhecida. Em segundo lugar, porque eu sou um 80s-freak, e este video tem um 80s-feel muito grande. E finalmente porque acho que está dotado de uma urgência melancólica. Tenho dito.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Moloch


Escutai-Me e venerai-Me, povos da Terra, pois eu sou Moloch, o vosso Deus e Senhor.
Moloch, o Deus, Pai e Criador do entretenimento cultural de massas.
Moloch, o Supremo Arquitecto da Arte Comercial.
Estabeleci hoje e para todo o sempre uma aliança com o Homem e a sua descendência. Adorarás a cultura Pop conformista e só a ela prestarás culto. Rejeitarás as tentações do Satanás Alternativo, do Demo Indie. Destroçarás os velhos ídolos pagãos dos teus pais, os baladeiros revolucionários, os poetas malditos franceses, os autores beatnicks americanos, o cinema europeu de vanguarda. Seguirás pela via direita da Arte Capitalista de consumo imediato, e não seguirás pela luciferiana via esquerda da Arte Contestatária e da Estética que desafia preconceitos e padrões. Por toda a parte sentirás Moloch. Quando vires uma canção em que o videoclip e a coreografia sejam mais importantes que a letra e a música, lá estará Moloch. Quando vires um blockbuster, lá estará Moloch. Quando leres qualquer livro comprado numa estação de serviço, lá estará Moloch.
Mil maravilhas fez Moloch. Dirigindo-se a Shakira, assim lhe disse: “Que fazes no 3º Mundo? Vai para as terras do norte, onde processarás a um ritual de slutização. Pinta o cabelo de louro, canta em Inglês e mexe-te nos clips, e logo estarás com Moloch no Paraíso Músico-Conformista da MTV, patrocinada pela Pepsi e pela Nike”.
Iluminou as mentes e os corações de Michael Mann, Ron Howard e outros, e era a bela a sua obra e lhes disse: “Benditos sejais vós entre os realizadores do cinema e bendito o fruto das vossas mentes gananciosas. E tu, Spielberg, filho bem amado, farei de ti a ponte entre os fiéis e os descrentes. Alterarás a tua carreira entre o blockbuster e o filme de culto, terás sempre êxitos de bilheteira e – quase sempre - a aclamação de crítica e público.”
E virou-se para Nicholas Spark, e Dan Brown e lhes disse: “Difícil é vossa tarefa, pois que vossas obras as não possuem o mediatismo e o imediatismo do som e da imagem; mas nada temeis, pois ditosos sois a meus olhos. Farão comédias românticas e blockbusters baseados em vossos livros, e logo os olhos da Terra estarão postos em vós. Farei de ti, Spark, e de ti, Paulo Coelho, com a tua filosofia pseudo-esotérica, grandes aos olhos do nicho de mercado mulheres acima dos 35 anos de classe média-baixa suburbana.
Adorai-me povos da Terra e desfrutarão de uma panóplia do mais maravilhoso que a Arte Comercial tem: farei em vossa honra séries de TV espectaculares, maravilhosos filmes de culto com efeitos especiais assombrantes e com muito merchandising, vendido na Toys´R´Us ou oferecido nos Happy Meal da McDonald´s e criarei grandes músicos de qualidade ímpar, mas extremamente lucrativos: Madonna, U2 e tantos outros artistas consensuais e rentáveis. O meu amor por vós é tão grande que chegarei ao ponto de vos mandar músicos que se proclamarão Indie e realizadores “Alternativos” para os infiéis poderem seguir o caminho de Moloch e sentirem-se inconformistas. O Corporate Rebel é o profeta de Moloch e o inconformismo controlado a sua via. Mas também vos castigarei com coisas terríveis, “livros” “escritos” por putas e desportistas, músicas medíocres e filmes detestáveis que só a máquina de Marketing de Moloch sustentará. Aceitai o bom com alegria e o mau com paciência, meus filhos, e podereis ser filhos de Moloch. Como holocausto demando apenas os vossos euros, dólares e cérebros. Pois a obra de Moloch está só nos sentidos e não no raciocínio.
E toda a gente adorou Moloch, seu Deus e Senhor.

Palavra de Moloch

Hans Christian Andersen

De Hans Christian Andersen dizia-se...bem, dizia-se muita coisa, mas só queria focar 3 pontos:

Uma vez, o genial e jovial autor de contos de fadas dinamarquês terá querido conhecer os Grimm, os não menos geniais, mas não obrigatóriamente tão joviais manos teutônicos que tão bem souberam recolher e passar para a escrita o espírito da ríquissima herança cultural folclórica oral germânica. Indo ter com Jacob, logo se apresentou, na esperança de trocarem idéias sobre os seus trabalhos.
- Bom dia, sou Hans Christian Andersen, e queria...
- Quem?
- Hans Christian Andersen, da Dinamarca. Também escrevo contos infantis.
- Nunca ouvi falar.
- ...
- Agora se não se importa estou muito ocupado. Auf wiedersen...

A tradicional simpatia alemã à parte, uma vez o Hans escreveu um conto em que dizia que dentro de 1.000 anos os americanos viriam para a Europa de férias e visitariam vários países em dias. Tudo certo, excepto que 100 anos seria um bocado mais acertado.

Num diário de viagem pela península ibérica, o danês terá ficado muito agradado com Portugal, ao ponto de escrever: "Quando saímos de Espanha e entramos em Portugal, temos a sensação de sair do século XVIII e entrar no século XIX". Tudo porque Lisboa era totalmente alumiada por candeeiros de gás nas ruas, o que não aconteceria em algumas cidades andaluzas.
Curioso que hoje em dia quem sai de Espanha e entra aqui também fica com a idéia de entrar no século XIX.

terça-feira, 8 de maio de 2007

"Whitey" Houston


Eu sou um bocado como os Gato Fedorento. Gosto de fazer alterações às letras de música sem piada nenhuma, e gosto de fazer graçolas de humor negro e gosto duvidoso acerca de questões sensíveis e melindrosas. Mas há diferenças. Eu faço isso de graça! Ah, e não faço anúncios da PT! Nem sou funcionário do Benfica! Nem plagio os Monty Python!

Hit it, Whitney!

WHITNEY HOUSTON - THE GREATEST DRUG OF ALL
(sang to the tune of "The Greatest Love of All")
I promise I won’t do drugs in the future
But score me some coke and let me snort today
Snow is all the beauty I possess inside
Give me a line or two and life is easier
Some booze and weed for laughter and things are what they should be

Some people are searching for heroine
People need something to get high on
I never found shooting up fulfilled my needs
Health is important to me
And so I decided not to get hooked up on He

I decided never to leave home without my straw and my blade
If I do too much, if I OD
At least I lived as I believe
No matter what they take from me
As long as they don't take away my cocaine
Because the greatest drug of all
Is White Coke to me
And you’ll find the greatest drug of all
Inside of me
The greatest drug of all
Is expensive to achieve
But Colombian White Powder
It is the greatest drug of all

I promise I won’t do drugs in the future
But score me some coke and let me snort today
Snow is all the beauty I possess inside
Give me a line or two and life is easier
Some booze and weed for laughter and things are what they should be

I decided never to leave home without my straw and my blade
If I do too much, if I OD
At least I lived as I believe
No matter what they take from me
As long as they don't take away my cocaine
Because the greatest drug of all
Is White Coke to me
And you’ll find the greatest drug of all
Inside of me
The greatest drug of all
Is expensive to achieve
But Colombian white powder
It is the greatest drug of all
And if by chance, your dealer gets busted
And never comes back
Just come to my place
And we’ll do some really strong crack
Sérgio de Andrade
Maio de 2007

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Joseph Conrad


Os seus "Heart of Darkness" e "Lord Jim" não se passam na luxuriante densidade da savana africana nem na arrebatidão azul dos mares do Sul, mas em cantos remotos e obscuros da alma humana.
PS - Em Apocalypse Now, o coronel interpretado por Marlon Brando que se perde e enlouquece nas selvas vietnamitas, chama-se Kurt, tal como o ocidental em avançado processo de cafrealização de Heart of Darkness. Coincidência, o tanas!

Ronald

"Os jovens precisam de artistas que lhe incutam valores conservadores e morais, como aquele jovem patriota, o Bruce Springsteen."

Ronald Reagan, na década de 1980. Quiçá não tenham sido essas as palavras, mas a idéia está lá. Esta é a 2ª melhor tirada de sempre do Ronald, depois daquela de confundir a Líbia com o Líbano.

domingo, 6 de maio de 2007

6 de Maio

As mães têm sonhos e planos para nós. Nós acabamos por ser totalmente diferentes do que elas queriam que fóssemos. E mesmo assim perdoam-nos e amam-nos. É estranho.

Homem-Aranha 3


Do Homem-Aranha 3 só tenho que dizer que é o melhor dos 3. Excelente e deliciosa a parte do bad-ass Parker/Black Spidey. Grandes Venom e Sandman (que tal como o Dr Octopus não é tão mau como isso)! O Tobey É o Peter e a Kirsten...bom, a Kirsten se calhar não é assim tão boa actriz, mas é tão deliciosamente hot. Bruce Campbell, como sempre a fazer uma perninha nos filmes do Spidey, desta vez como um Maitre D´Hotel Francês.
O perdão é a idéia geral do filme. Eu chorei no fim.

300

Ainda não li o comic "300", mas é imperdível porque é do tempo em que o Frank Miller era muito bom. O filme é bom. Não terá grandes ambições artísticas, mas cumpre na perfeição o seu papel de blockbuster épico.
Estéticamente é muito semelhante com a BD. O aspecto sobrenatural de alguns soldados e animais de guerra de Xerxes, a dimensão do exército persa quando comparado a 300 falangistas espartanos, a deformidade monstruosa do traidor Ephialtes, a impossível estatura quase divina do rei persa (excelente e surpreendente Rodrigo Santoro)...tudo isso tem a pretensão de ser apresentado e hiperbolizado como mitológico, já que a batalha está a ser descrita de forma homérica por um soldado espartano sobrevivente.

Miller é um apaixonado pela Batalha das Termópilas (veja-se a cena final em Big, Fat Kill), mas deixou bem claro que não pretendia rigor histórico. A figura de Xerxes, por exemplo, homo-erótica, gigantesca, depilada e cheio de piercings não corresponde - óbvio! - à sua imagem real. Mas como não gostar dele, e da sua voz alterada por computador!? A minha cena favorita do filme deve ser quando o Rei Leónidas o fere na cara, e ele sangra, lembrando-se que é humano e mortal.

O filme foi proibido no Irão. É natural que se possa tirar uma leitura geo-política de Espartanos (NÓS os Ocidentais), contra Persas (ELES, o mundo islâmico). Mas não creio que o filme vise isso. Este filme é um produto comercial e de massas, não um filme de Arte, como é evidente. Não chega sequer perto em termos de qualidade a Sin City, o filme que melhor cria um habitat equilibrado entre filme de culto e cinema pipoca. Mas, foda-se, é fixe!!!!:D

Jim e Sandra

Número 23 é um filme "pequeno", e o mais certo é ano que vem já nem nos lembrarmos dele. E no entanto é um interessante thriller psicológico, onde Jim Carrey demonstra uma vez mais que a sua versatilidade de actor não termina nas inconsequentes comédias que faz.

Neste ensaio sobre a obsessão, Carrey começa a ler um livro e descobre que existe uma inquietante semelhança entre a vida do personagem (um detective obcecado pelo número 23).

Joel Schumacher pode ter realizado o pior filme do Batman de todos os tempos, mas filmes como este ou o 8 MM são sempre de se ver.

Sandra Bullock...meu Deus, o que eu gosto da Sandra Bullock. Mas não posso dizer o mesmo de Premonição, um thriller sobrenatural sem cafeína onde Sandra vive uma semana em que sabe que o marido vai morrer, mas os dias passsam-se numa sucessão anacrónica, alternadamente antes e depois da morte dele. Enfim, se o Último Destino* e o Feitiço do Tempo tivessem um filho e ele fosse meio atrasado, seria este filme. A Sandra Bullock anda a desperdiçar a carreira em comédias românticas e em patetices sobre paradoxos temporais. É pena.


* O Final Destination um dia destes vai ter direito a um "Filmes que não me importo de ver "n" vezes"

sexta-feira, 4 de maio de 2007

LeBrock



Uma espécie de Elizabeth Hurley dos anos 80, Kelly LeBrock teve uma fama curta, baseada sobretudo nos filmes Lady in Red e no excelente Weird Science, e no seu casamento com o "actor" Steven Seagal, do qual teve três filhos e aparentemente algumas nódoas negras.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Ego Manager

A Sports Interactive, criadora da célebre série de jogos de computador Championship Manager/Football Manager, o melhor simulador de treinador de futebol de sempre, com milhares de fãs em todo o mundo, orgulha-se de apresentar a sua nova versão do jogo adaptada para o século XXI:
Ego Manager - There´s no "team" in "I"!

- Não deixes que coisas como fair-play ou o Jogo Bonito interfiram na tua caminhada para o sucesso.
- Torna-te um mestre dos mind games, guerras psicológicas e frases bombásticas a raiar o insulto para perturbar e irritar jogadores e futebolistas adversários, e condicionar o trabalho dos árbitros, ao mesmo tempo que lidas com coisas secundárias como mercado de transferências, treino e o aspecto táctico/técnico da tua equipa.
- Quando um dos teus jogadores-chaves se lesionar, culpa e despede o departamento clínico do clube, independentemente dos longos anos de bom e leal serviço.
- Mente e lança suspeitas infundadas sobre o trabalho do árbitro, e vê os adeptos mais fanáticos do teu clube ameaçá-lo de morte.
- Assegura-te que todas as vitórias são mérito teu e todas as derrotas culpa dos teus jogadores.
- Escolhe ódios de estimação entre os clubes/treinadores/jogadores/árbitros da tua liga e de outras ligas europeias.
- Mostra-te arrogante na vitória e ainda mais na derrota, atingindo níveis quase infantis de arrogância, se tal derrota for contra um dos teus ódios de estimação.
- Assegura-te que toda a gente se lembra das coisas que ganhaste no passado.
- Faz de cada troféu um objectivo pessoal e não de equipa.
- Sobe na carreira, assinando contratos com clubes mais ricos antes do fim da época.
- Mostra-te desdenhoso dos adeptos da tua anterior equipa, por mais que eles ainda te apoiem.
- Na derrota, escolhe um vasto leque de desculpas que te desresponsabilizem, desde os clássicos erro arbitral e condições climatéricas, até à inclinação do campo ou à mania da perseguição. NUNCA desejes boa-sorte à equipa que te derrotar.
- Quando atacado verbalmente or um adversário, responde com um golpe baixo, fazendo referência a matérias como problemas pessoais ou origens humildes deste.
- Exige cada vez mais dinheiro ao teu chefe bilionário para comprares os melhores jogadores do mundo, e depois delicia-te com emocionantes vitórias por 1-0 ou empates estratégicos.
- Aposta no anti-jogo, na perda de tempo e no jogo violento.
- Mostra-te um verdadeiro filho da puta adorado e respeitado pelos fãs do teu clube e pelos jornalistas do teu país de origem e odiado pelo resto do mundo.

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Sinal dos tempos

Quando estava a escrever o seu famoso Livro Vermelho de citações, mal sabia Mao Tse-Tung que, na República Popular da China do início do século XXI, a pedra de toque da Revolução Cultural e da luta contra o Capitalismo Internacional era a venda de cópias ilegais de blockbusters, antes da sua estréia mundial, a dez euros ou menos nas ruas de Pequim.

Sub-verso

Uma amiga minha disse-me uma vez que ando a ler muita literatura subversiva, quando na verdade a única literatura subversiva é a que não o é.

terça-feira, 1 de maio de 2007