quarta-feira, 29 de agosto de 2007

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Viajar no Metro do Porto é uma experiência Kafkiana (parte 4 de 5)

4. Incrédulo, K. decidiu ir à Direcção-Geral de Die Metro von Porto falar pessoalmente com o Sr. Claus. Tratava-se sem sombra de dúvida de uma grande injustiça, de um qualquer ridículo engano, que se resolveria facilmente! Tentou contactar Otto no Domingo, mas não conseguiu.
Na 2ª-Feira, decidiu dirigir-se à sede da Metro, S. A. Encontrou lá uma mulher loura e esguia, que açoitava as faxineiras com um enorme chicote. Adivinhando tratar-se de Frida, dirigiu-se-lhe nestes termos:

- Menina Frida, importa-se de deixar de ser amante do Sr. Claus, e passar a ser minha amante, com efeito imediato?
- Oh, pois com certeza, amo-o desde que o vi.
- Posso falar com Claus?
- Posso-lhe mostrar Claus. E dirigiram-se a uma parede. Atrás de um quadro pendurado, havia um buraco. José K. olhou para um escritório minimalista. Um homem dos seus 50 e muitos anos, de farta barba negra encontrava-se sentado.
-Querido K., vamo-nos casar?
- Certamente, querida fraulen, tão somente eu resolva esta situação.

José K. esperou 5 horas seguidas por ser atendido por Claus.
Neste momento, Frida chegou com os dois agentes que tinham estado na casa de K. no sábado.
- Querido, estes são Artur e Jeremias. Vão passar a seguir-nos de um lado para o outro. Ordem de Claus.
- Exijo ser visto por Claus.
Artur sorriu:
- Ele tem piada, Jeremias.
E desapareceram os 3, deixando José K. confuso e enciumado.
Acabou por dormitar.
Foi acordado por Frida.

- Amor, 2 coisas. Primeiro perdeste a oportunidade de falar com Claus, ele acaba de sair. Em segundo, vou-te abandonar e passar a viver com o Jeremias, que se despediu e agora é empregado de mesa. Fica bem.

Sem saber o que fazer, José K. passa a noite a vaguear pelos longos, labirínticos corredores do edifício.

sábado, 18 de agosto de 2007

Ladri di biciclette


Uma verdadeira pérola da filmografia de Vittorio de Sica e do neorealismo italiano em geral, "Ladrões de Bicicletas" é uma tocante pequena história que retrata fielmente os anos duros da Itália do pós-guerra, a fome, o desemprego, a falta de oportunidades, o desespero extremado ao ponto de buscar evasão na oração e no recurso a videntes.
Antonio Ricci, um romano desempregado e com família para cuidar, pensa que a Sorte finalmente lhe sorriu quando o Centro de Emprego lhe oferece o lugar de colador de cartazes. Único senão: ele tem que ter uma bicicleta. Como a tivesse posto no prego, vai empenhar os próprios lençóis da cama para ter dinheiro para a resgatar. Porém, logo no primeiro dia quando colava o cartaz, um jovem rouba-lhe a bicicleta. Incapaz de contar a verdade à mulher, e a ter que voltar ao emprego o mais rapidamente possível, com a ajuda do filho e dos amigos percorre Roma numa busca desesperada pelas feiras, sabendo que não pode contar com a ajuda da Policia, que não tem pistas nem vontade de ajudar num caso para eles tão banal como o roubo de uma bicicleta, embora esse roubo possa pôr em causa o futuro de um homem. O desespero leva-o a procurar o auxílio da vidente a que a mulher recorria - contra a vontade dele - mas nem aí consegue resolver o seu problema.
Impressionante o retrato famélico e de derrotado pela vida do actor principal. Sobretudo em duas situações. A primeira quando ele reconhece o ladrão, mas é insultado e enxovalhado pelos vizinhos do bairro deste. A segunda quando ele decide - após ter visto como o filho mais novo de uma família rica que se banqueteava com uma lauta refeição lançava olhares de superioridade ao seu próprio filho, enquanto os dois tinham que se satisfazer com pão com mozzarella e uma caneca de vinho - que não pode desistir do seu sustento, e decide roubar uma bicicleta.
Acaba por ser apanhado, e mais uma vez se resigna, a derrota espelhada no rosto, a ser enxutado e ameaçado por uma multidão em fúria. Acaba por ser perdoado pelo proprietário da bicicleta que quis roubar.
E o filme acaba com ele e o filho a perderem-se no meio da multidão igual a eles, sem rosto, sem nome, sem futuro.
De uma sensibilidade extrema, sem nunca pisar o terreno dúbio da comoção fácil.

Battle Royale

Naquele contexto temporal típico dos filmes de acção/FC, "Num futuro não muito distante", não pós-apocalíptico mas com um cheirinho de cyberpunk qb, a actuação da juventude nas escolas e na sociedade nipónica é de tal maneira insustentável que o governo japonês promulga uma Acta que obriga todos os anos uma turma de uma qualquer escola secundária do país (escolha feita por sorteio aleatório) a deslocar-se para uma ilha isolada, em que só poderá haver um sobrevivente entre eles. O filme, promovido com a frase bombástica "Could you kill your best friend?" coloca os alunos e alunas na dramática situação de terem que matar os seus colegas para sobreviver. O sobrevivente aparece não só como um vencedor, mas sobretudo como um exemplo dos extremos a que os governos - personificado pelo professor, uma figura violenta e patética, gozado por todos os alunos, abandonado pela família, com uma paixoneta pela actriz principal - chegam para travar e condicionar a juventude (e a sociedade em geral!?)
Smells like A Clockwork Orange? Hum...não. É uma boa distracção evasiva, mas nada a ver com o livro de Burgess/filme de Kubrick

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Pecado Original




O livro do Génesis (felizmente nada a ver com Phil Collins), ínicio do Antigo Testamento, ou a primeira obra das 5 que perfazem a Tora judaica, alegadamente escrita por Moisés (e não, este link não te reencaminhou para nenhum site de orientação cristã, é mesmo o meu blog), e as suas características e consequências, pecado original, estigmatização milenar das mulheres, a Serpente, a maçã, etc., é a prova mais cabal que um ser superior e racional é um vírus no planeta, uma enorme nota dissonante e cacofónica no que doutra forma seria um mundo harmonioso e perfeito. O Sol ilumina este sistema solar, a Lua gira em torno da Terra, a Terra gira sobre si mesma e em volta do Sol, Dia e Noite, as quatro estações, gazelas e zebras mais do que suficientes para saciarem todos os leões, de forma que nem os leões se extinguissem nem as gazelas e zebras desaparecessem da face do planeta azul.


Porém, O Homem, esse organismo egocêntrico e virulento!


Na linguagem exagerada, floreada e alegórica da Bíblia, o Pecado Original é a metáfora que nota que o conhecimento e as nossas concepções do bem e do mal, pecado, culpa e remorso são as causas da nossa perdição, da expulsão do Paraíso que era a ignorância e o reino instintivo do Animal, já que no estado Animal seríamos mais felizes do que no estado Racional (e tenho conhecimento que o termo "mais felizes" não é - ironicamente - muito feliz, pois que "Felicidade" é um conceito que deriva da nossa própria capacidade sensitiva e intelectual). Diria antes que no estado Animal não estaríamos sujeitos a nada do que nos preocupa e aflige na nossa condição humana.


Correndo o risco de ser simplicista e redutor, diria que há três pontos que provêm da nossa capacidade de racionalizar e sentir, que contribuem para a nossa infelicidade humana:


1 - A noção do finito: Sabemos e sentimos que um dia vamos morrer, que as pessoas que amamos vão morrer (e no nosso egoísmo desejámos ir primeiro que elas), que as amizades, amores e coisas materiais que temos nunca serão eternas, pois na melhor das hipóteses duram até ao dia em que morremos. Como tal temos medo de morrer. Os animais têm sobretudo um instinto de auto-preservação, mas não um medo de morrer como os Humanos o conhecem.


2 - A sensação de perda: é horrível possuir algo e perdê-lo. É terrível assistirmos ao funeral dos que amamos. Sentir que tínhamos algo que era nosso por direito e sentir que alguém a tomou de nós. Sentirmo-nos esfaqueados na costa quando, onde e por quem menos esperávamos. Sermos assaltados pelas memórias do que de bom tínhamos, pelos remorsos de termos contribuído para essa perda. Alguns animais sentem a perda das crias ou dos pais, mas duvido que tenha um impacto na sua vida tão grande como na nossa.


3 - A Insaciabilidade: Uma das três regras de Hipócrates era "Todo o excesso é contrário à Natureza." Logo, o Ser Humano é contrário à Natureza. O animal não é racional, mas só come consuante o que o instinto lhe dita. Nós afirmámo-nos como racionais, mas mesmo assim a insaciabilidade não nos larga, mesmo quando estamos conscientes que tal coisa é prejudicial à nossa saúde. Quando atingimos determinado patamar, nunca deixamos de olhar para cima e desejar estar no superior. Quando temos certo rendimento, queremos sempre, sempre, sempre mais. Ganância, Inveja, Ciúmes, e todos os pseudos-pecados mortais da pseudo-igreja cristã.
Comemos mas queremos sempre comer mais, bebemos mas queremos sempre beber mais, fodemos mas queremos sempre foder mais, trabalhamos em excesso mas queremos sempre trabalhar mais, para subir mais do que o Zé do andar ao lado, para ganharmos mais que ele. Todos os dias da nossa interacção social (ou vida) negamos a nossa racionalidade para cometer actos que os animais irracionais no seu perfeito "juízo" nunca fariam. É tal o paradoxo humano.


A nossa percepção do Bem e do Mal leva-nos a idealizar conceitos de Felicidade pura e duradoira, uma meta que sabemos que nos é impossível alcançar. Por isso, como seres humanos buscamos naquilo que nos é querido a felicidade momentânea, quer seja na bebida, na droga, no sexo, na religião, no prazer estético da cultura e arte (e nesse campo tiro o meu chapéu ao Homo Sapiens) ou na interrelação com aqueles que nos são queridos. E realmente nada mais importa.

sábado, 11 de agosto de 2007

Robot Chicken

Genial! É tudo o que posso dizer após ter visto a 1ª temporada de Robot Chicken, série de animação em stop motion que utiliza brinquedos, criação de Seth Green (o pequeno e ruivo leprechaun mais conhecido pelos seus papéis de Scott Evil na série de filmes Austin Powers, de Oz na série de TV Buffy, the vampire slayer e por ser a voz de Chris Griffin em Family Guy) e de Matthew Senreich, editor-assistente da Wizard Entertainment, editora que publica várias revistas informativas sobre brinquedos, action figures, BD, anime e outras coisas do geekverse!

Tal como Family Guy, é um programa iconoclasta que destrói e ridiculariza memórias pop culture queridas de todos os que são children of the 80s, bem como satiriza situações, pessoas e factos mais recentes. Como toda a boa animação "adulta" tem um humor pesado, e não raras vezes escatológico. Ou seja, o que há para não se gostar em Robot Chicken!??

Ficam aqui 3 gostinhos da série. Michael Moore preocupado com a situação social dos brinquedos queridos de antigamente, Primus dos Transformers com cancro na próstata e uma visão Tarantinesca de Jesus Cristo vs o Coelhinho da Páscoa:





Blue Friday in Madchester


Anthony Howard "Tony" Wilson (20 de Fevereiro de 1950 - 10 de Agosto de 2007)

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Telemarketing

"Espere, homem. Não faça essa cara. É verdade que são 6 da manhã no meu último dia de férias, mas olhe que falar sobre as vantagens de poupar €0,01 em mensagens para os números do meu operador de telemóvel de 3 a 5 de Setembro é-me muito mais agradável que descansar. Continue, continue..."

Para quem não sabe, eu urdi um plano que, mais cedo ou mais tarde terá como consequência inevitável a conquista total e absoluta do mundo. Não vou entrar em detalhes, mas terão notícias minhas dentro de década, década e meia. Aproveitem agora os poucos e incertos anos de liberdade! Sim, porque por trás dos meus pacíficos e doces olhos castanhos de napolitano esconde-se o azul frio e férreo dos olhos de um comandante das SS ou do Exército Vermelho de Stalin.

O meu regime totalitário irá levar a cabo o extermínio de certos e determinados grupos. Porém, os grupos não serão seleccionados por questões genéticas, ideologias políticas ou orientações sexuais, mas antes pela profissão que têm, visto esta representar um dano para a Humanidade em Geral.

Neste meu Endlösung utilitarista, no topo da lista têm que estar os operadores de telemarketing!

São 10 da manhã de sábado, um gajo está a dormir e telefonam a perguntar se deseja aderir a um banco de internet.

São 20 horas, um gajo está a comer e perguntam se quer mudar o tarifário do telemóvel.

São 23 horas, um gajo está a dar uma foda e perguntam se quer mudar o operador de internet!

BASTA! É chegada a hora de acabar com esta pouca vergonha! Quem são esses cretinos, cujo treino de formação transformou em pouco mais que autómatos felizes, cuja primeira aula é nunca aceitar um não como resposta, que declamam frases feitas e artificiais!? Fizeram-lhes uma lavagem cerebral, roubaram-lhes a humanidade que possuíam, conspurcaram-lhes a alma, e eles agora são máquinas, que seguem a rotina de trabalho, independentemente da hora a que for, e sem tomar em conta o facto de estarem a ser inconvenientes. Assaltam as pessoas na privacidade das suas casas, com números anónimos. Algures estamos todos listados e rotulados, etiquetados numa enorme base de dados, criada e gerida sabe-se lá por quem, a que esses pobres homens/máquinas têm acesso.

Na verdade, matá-los é um acto de caridade. Vamos praticar a caridade muiiiitoooo lentamente.

sábado, 4 de agosto de 2007

Que filósofo existencialista sou?



You scored as Martin Heidegger, You are Martin Heidegger. You are a very wordy person that believes we classify objects by their function, and that community is essential. Once we are in a community, then it is possible for us to differentiate ourselves. You also might have sympathetic feelings towards Nazis.


Martin Heidegger

75%

Jean-Paul Sartre

61%

Friedrich Nietzsche

61%

Soren Kierkegaard

46%

Albert Camus

46%

Not An Existentialist

25%



Which Existentialist Philosopher Are You?

created with QuizFarm.com

Which Nazi Bastard am I?


You are Propaganda Minister
Joseph Goebbels

You are a loyal friend and a skilled speaker. You would support your Fuhrer even at the cost of your life and the lives of your wife and beautiful children.

You are definitely a bastard.

[ find out which Nazi Bastard you are ]

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Viajar no Metro do Porto é uma experiência Kafkiana (parte 3 de 5)


3. No dia seguinte, um sábado, K. é acordado por insistentes toques de campainha. Levantando-se, abre a porta e vê o seu quarto invadido por dois agentes com a letra “M” cosida a ouro na lapela do casaco.

- Senhor K., está a ser formalmente acusado pela Metro do Porto, S. A. .
- Perdão!! Acusado de quê?

Os homens riram-se.

- Senhor K., somos só os mensageiros. Não sabemos do que se trata, mas se Die Metro von Porto, S. A. o considera culpado, isso para nós é um facto inquestionável. Alguém pode ter andado a espalhar mentiras sobre si, quem sabe!? Mas Die Metro von Porto não se engana nunca. Como se pode enganar!? Aqui encontrará instruções!
- Instruções!!!?? De que fala!?

Os homens deixaram um grande envelope azul sobre a mesa.
- Tenho que os acompanhar?
- Por certo não, Sr. K.. É livre. Porém é acusado, o que implica que, fora do seu horário normal tem que obedecer ao estipulado por Die Metro von Porto, é tudo.

Despediram-se. K. abriu ofegante o envelope. Teria que se apresentar no domingo de tarde num tribunal, num edifício em ruínas no Bairro de Ramalde! Tentou sacar mais informações dos dois agentes, mas eles só sorriram e encolheram os ombros. K. telefonou a Otto, e ele convidou-o a passar por sua casa, perto dos Clérigos. Uma vez lá chegado, K. entrou numa casa pequena e pobre, onde crianças brincavam ruidosamente.
Otto sorriu:
- Sabe, sr. K., apesar de só o terem visto agora, a minha irmã Milena já o ama, mas a outra, a Dora, não o pode ver. No entanto, verá que Dora é a mais forte da família. Poderíamos ter evitado esta situação se Dora tivesse ido para a cama com Claus, mas rejeitou-o. Um erro que só se comete uma vez. Há-de ver que apesar de o desprezar, encontrará em Dora uma companhia mais agradável e uma confidente mais fiel que em Milena. Quanto ao processo que estão a mover contra si, nada posso dizer, excepto que só tem que se submeter a ele.

No dia seguinte, K. dirigiu-se ao bairro de Ramalde, e numa das habitações pareceu um Juiz que lhe disse que estava a ser formalmente acusado de comportamento indigno. Tornou-se inútil a K. perguntar ou querer saber mais.
- Meu amigo, Die Metro von Porto é regido por leis bem claras. Qualquer infracção que tenha cometido é com certeza de sua total responsabilidade, e, atrevo-me a dizê-lo, prova da sua culpa. Volte cá na 3ª-Feira às 9 horas, ser-lhe-á lida a sentença. Tenha um bom dia.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

The Simpsons


Eu não me consigo cansar dos Simpsons. Não é a minha série de animação favorita, que neste momento continua a ser o Family Guy (deixem-me ver o Drawn Together e o Robot Chicken, e eu depois digo-vos qualquer coisa). Mas, 18 anos depois, a magia amarela continua viva como sempre. Neste momento, eu já vi 13 temporadas. Falta-me ver os últimos 5 anos, mas quem tem visto diz-me que a qualidade não tem sido famosa. É natural. 18 anos deteriora muita coisa.
Ok, o filme não traz nada de novo. Como na maior parte dos episódios, o filme gira à volta do Homer, o verdadeiro anti-herói e personagem principal, destronando Bart que era o favorito da maior parte das pessoas nos primeiros episódios.
Como acontece nestes casos (veja-se Beavis & Butt-Head na América e South Park - o Filme), a animação é muito superior à da TV, com muitos cenários efeitos 3-D, e embora não haja linguagem ofensiva, há muitas coisas no filme que não passariam na TV (desde mostrarem a pilinha de Bart ao discurso iconoclasta de Homer no início), mas em termos de idéias, não passa mesmo de um episódio longo dos Simpsons.
Para mim isso basta-me. Se queres idéias novas, continua a rezar para fazerem um filme do Futurama. Now, that would be something to write home about!

Ladri di biciclette

Curioso. O grande evento estival out doors com o maior consumo de drogas ilícitas per capita não é nenhum festival musical de Verão, mas le tour de France