sexta-feira, 29 de junho de 2007

Fight Club


"The first rule of Fight Club is you do not talk about Fight Club.
The second rule of Fight Club is you do not talk about Fight Club."
Eu já vi este filme muitas vezes (tenho inclusive uma edição especial do DVD cuja caixa parece embrulhada naquele papel castanho de embrulho onde eram vendidos os sabonetes do Tyler Durden).
Mas só recentemente tive a oportunidade de adquirir e ler o livro de Chuck Palahniuk, e tenho a dizer que estamos perante um daqueles casos infelizmente raros em que tanto o livro como o filme baseado no livro são bastante idênticos e igualmente brilhantes (além deste assim de repente só me lembro de The Shinning e de A Clockwork Orange).
Anarquia, dupla personalidade, terrorismo urbano, clips pornográficos escondidos em filmes infantis, empregados a mijar na comida dos ricos e famosos em restaurantes chicks, e gajos a desfazerem-se à porrada! Como poderia falhar?
"We are the middle children of history, raised by television to believe we´ll be millionaires, and movie stars and rock stars, but we won´t. And we are just learning this fact, so don´t fuck with us."

PS - Hoje vi o Zodiac, e tenho que dizer que o David Fincher, depois de The Game, Se7en e Fight Club desiludiu-me muito, mesmo.

Para o meu amigo anónimo

Para o gentil leitor(a) que se dá ao trabalho de ler o meu blog e me deixar tantos comments graciosos e elogiosos plenos de conteúdo inteligente e de forma riquíssima:
vou-te apresentar ao maravilhoso mundo da Moderação de Comentários. São 5 passos fáceis:

1 - Eu escrevo um post
2 - Tu comentas o post MAS este não aparece
3 - Eventualmente o teu comment chega ao meu e-mail
4 - Eu rio-me do teu comment
5 - Eu rejeito o teu comment.

Simples, hã? Abraços.

terça-feira, 26 de junho de 2007

Sonhos


Nos últimos tempos (dias? semanas? meses?) as minhas incursões nocturnas ao reino de Morfeus não têm sido muito pacíficas, o que atribuo a poucas horas de sono, desgaste cerebral causado por intensa actividade física e intelectual e o facto de ser um cidadão da 3ª Idade (i. e., acima dos 30). O que é facto é que não raras vezes tenho sonhos muito intensos, na fronteira do pesadelo durante o que parece ser uma eternidade e vivo com as memórias desses sonhos dias depois de os ter tido.
Os meus sonhos não são sobre nada verdadeiramente horrível. Não há neles morte, dor, perda, luto, sangue ou sofrimento físico (embora haja psicológico). Nos meus sonhos (eu sonho sempre a cores e com som, e com uma first-person perspective – embora nem sempre eu seja eu nos sonhos) vejo-me sempre como a personagem principal de um psico-drama de contornos quasi-existencialistas, e interajo só com pessoas que conheço e conheci ao longo da vida, porém em cenários alternativos, e cuja improbabilidade roça o impossível. Muitas vezes esses ditos cenários são altamente dramáticos (hoje sonhei que um indivíduo que terei visto uma ou duas vezes na vida era o meu novo chefe e me despedia) e contrários a tudo o que sinto. Nos meus sonhos amo pessoas que não amo na vida real e não suporto ou são-me indiferentes pessoas que realmente amo. O turbilhão de sentimentos contraditórios é avassalador e sufocante.

Eu ainda não li Freud (de que me envergonho, mas realço o “ainda”), mas sou da opinião que não pode se reduzir o processo de sonhar a uma mera operação de “rebot do sistema” realizado pelo cérebro. Vou mais longe e comungo da opinião dos que pensam que não se deve cair no radicalismo de defender a existência de uma e uma só realidade. Os sonhos SÃO reais. Que importa se não são mais do que uma forte ilusão? O universo de um louco é a sua realidade. Quando dormimos os sonhos são a nossa vida. À noite o sonho parece-nos real e quando acordamos, se nos lembramos dele, temos memória de eles ter sido real. Umas semanas atrás tive um sonho em que um casal que eu não suporto e não vejo há mais de 5 anos eram os meus melhores amigos. E realmente durante essas poucas horas eu realmente senti por eles uma amizade que dificilmente poderei sentir “nesta” realidade. Nessa mesma noite sonhei que uma rapariga que não vejo há cerca de 15 anos e com a qual nunca tive um grande relacionamento era minha irmã e eu realmente amei-a como se fosse irmão dela e chorei quando ela acabou a universidade. Mais do que sonhos tenho retalhos de vidas que não vivi, memórias de factos que não são meus. Já para não dizer que tive 3 experiências premonitórias em sonhos. Duas delas na altura pareceram-me muito importantes, mas já não o são agora. A 3ª é uma coisa perfeitamente banal, mas não deixa de ser desarmante pela actualidade e exactidão.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

A brevidade da vida e a imensidão do desgosto desenhados numa mão cheia de palavras simples




"Uma gota de orvalho
A vida Uma gota de orvalho
E contudo... "

Haiku de Issa Kobayashi (poeta japonês, 1763-1828) sobre a morte da sua pequena filha de 4 anos. Na sepultura dele, está gravado outro Haiku de sua autoria:

"Será esta
A minha última morada -
Sob metro e meio de neve"

Chuva na Primavera


"Deito-me vestido de branco, a Primavera aproxima-se.
Penso na Cidade das Portas Brancas, onde não posso estar.
Os teus aposentos vermelhos, ocultos pela chuva, acossados pelo frio.
Recordo este dia distante em que parti.
As noites são longas, intervalos breves de sono.
Envio-te este presente, um par de brincos de jade-
Contemplo um ganso solitário, entre a vastidão das nuvens."

por Li Shang-Yin (poeta chinês, 810-858)

quarta-feira, 20 de junho de 2007

E por falar em bicharada realmente repugnante

You Are 76% A Child of the 80s
Not only did you experience the 80s... you are practically an expert.You should be totally stoked!

Esta noite no National Geographic

"Bicharada realmente repugnante"

Episódio #351: O Bufo

O bufo (nome cient. Chibus Buffus Dellatorunns), também chamado de chibo, denunciante, delator, acusa-pilatos, queixinhas ou “aquele filho da puta que disse ao boss que a culpa foi minha”, por muitos considerado uma aberração da Natureza, é na verdade uma maravilha incompreendida e injustiçada da Evolução.

Um mestre do engodo simbiótico e da sobrevivência, o bufo parece, à primeira vista, ter uma fisiologia primata, mas uma observação mais atenta, mesmo a olho nu, denuncia-o como um formidável e improvável cruzamento entre uma cobra traiçoeira e um rato medroso, um roedor invertebrado e sinuoso, viscoso ao toque e repelente à vista.

Perde-se na noite dos tempos a origem do bufo. Dentro da comunidade científica, é corrente a opinião que o bufo existe desde que há clivagens naturais ou sociais entre os animais. Há quem diga que são anteriores às baratas e que, após o Inverno Nuclear serão a última coisa a desaparecer da face da Terra, denunciando-se uns aos outros até o fim. E há mesmo quem diga que existe um capítulo perdido na “Origem das Espécies” em que Darwin defende a teoria de que o primeiro bufo era um organismo unicelular que indicou ao cardume que um dos peixes estava a sair da água para se vir a tornar um réptil, e depois um mamífero. Mesmo as religiões aceitam a existência do bufo. Não temos que esperar por Judas para termos a primeira referência ao bufo na Bíblia. Na verdade, no Livro do Génesis, a Serpente depois de ter dado a maçã à Eva, foi ter com Deus e disse-Lhe:
- Olha lá, Javé, aposssto que não sssabes o que o Adão e a Eva esssstão a fazer.
- Se é sexo oral ou anal, não faz mal. Apesar do que se diz por aí, Eu não vejo mal nenhum nisso.
- O quê? Não, essstão a comer a maçã…
Segundo a tradição judaico-cristã, a Serpente teria sido o 1º bufo.

O que é um facto científico indiscutível é que estes fabulosos animais existem em toda a parte da Terra, em todas as latitudes e longitudes, em todas as altitudes e profundezas, em todos os terrenos, condições climatéricas e postos de trabalho. Sobreviventes natos e magníficos adaptam-se depressa a qualquer mudança no seu ecossistema, por mais brusca ou radical.

O bufo dispõe de uma voz que ele usa em seu proveito, quer através de suaves sussurros nos ouvidos certos, quer através de uma canção bem audível.

O seu Modus Operandi é totalmente imprevisível, o que não torna fácil a sua classificação zoológica. De forma alguma pode ser considerado um mamífero racional, e cai mais facilmente na definição de entidade virulenta e parasitária, vivendo à custa do mal alheio. E contudo, o seu comportamento parece obedecer a uma estrutura racional, e mesmo estratégia. Numa palavra, o bufo dispões de informação, informação que está disposto a usar contra animais que lhe estão ao mesmo nível ou acima na cadeia alimentar, quer por motivos de sobrevivência, quer como forma de subir nessa mesma cadeia, ou tornar-se um exemplo entre os seus pares. Mesmo sendo o seu MO imprevisível, há 3 estratégias-padrão usadas pelo bufo:
1º) chantagem: fazer crer a vítima que ele irá usar a sua informação, quer a use quer não
2º) traição: usar a informação quando menos se espera
3º) show-off: usar a informação no meio de grande audiência

Um solitário por natureza, a única lealdade do bufo é para com ele mesmo, e para o animal, que a um dado momento estiver mais adequadamente posicionado na cadeia alimentar. É-lhe importante ter a cada momento a aprovação (mesmo que no fundo ele o despreze) desse animal, independentemente da opinião de todos os outros em relação a si. Fá-lo sentir-se importante e, como dissemos, um modelo de virtude. Ou em última análise, distrai a atenção em relação às suas próprias falhas. Esse comportamento patológico de se colar ao poder, faz com que o leigo o confunda com o graxista (nome cient. Hommos Yessus Oleosis Lambe-cullis), também chamado de lambe-botas ou lambe-cus. A verdade é que o bufo e o graxista são aparentados, assemelhando-se na total ausência de sistema nervoso central. Não raras vezes acasalam, e muitas vezes um bufo e um graxista são uma e uma só besta.

Por vezes irritantes, há alturas em que os bufos são uma verdadeira praga. Impossíveis de exterminar, sugere-se que se trate da saúde a um ou outro de vez em quando.
A melhor maneira de o fazer é quando eles são ainda crias, na fase “queixinhas”. Normalmente espera-se que ele saia da sala de aulas e faz-se-lhe um convite para um projecto científico: “Vamos ver o que se parte primeiro: a tua cara ou os meus punhos”.
Na fase adulta são mais difíceis de serem travados, mas um taco de basebol ou uma barra de ferro na cara costumam dar resultados satisfatórios.

Não perca no próximo episódio de “Bicharada realmente repugnante”:
Os bloggers! (Não aconselhável para crianças ou pessoas facilmente impressionáveis).

terça-feira, 19 de junho de 2007

MJ





O Ministério Público, a fabulosa trupe humorística que já nos deu tais farsas e jóias do burlesco tais como “A multi-nacional de compras por retalho alemã contra a senhora que não pagou um creme de mãos que custava €2,99 “ tem vindo a representar o caso “A acusação de corrupção desportiva tendo como prova um livro de uma pêga”.

Hoje eu vou entrevistar, ou melhor, ter uma conversa simpática, informal e intimista com MJ Morgado, a magistrada que declarou Pinto da Costa arguido no processo de corrupção activa do árbitro do FCP – Estrela Amadora da temporada 2003/2004.

- Bom dia, MJ, tudo fixe, gaja?
- Bom dia, Dr. Andrade.
- MJ, antes de mais…
- Se o senhor doutor dá licença, quero dizer que é para mim um orgulho, uma honra e um privilégio aparecer neste muito magnânime blog, do qual sou leitora assídua. Quero dizer que estou aqui da minha exclusiva vontade, neste post cujo objectivo não é insultar nenhum particular ou entidade, mas sim esclarecer ideias entre duas pessoas civilizadas que se respeitam.
- Fixe para ti! Olha MJ, antes de mais nada, tenho que te dizer que a minha colega de escritório é uma fundamentalista da tua cor clubística que acha que eu sou um paranóico psicopata portista que pensa que o timing desta acção judicial (pouco tempo depois do FCP ter se sagrado bi-campeão) é muito pouco inocente, e é uma manobra para atirar areia aos olhos dos adeptos de outro clube que não ganhou nada este ano. Comungas desta opinião pouco abonatória sobre a minha pessoa? Antes de responderes, peço-te que tenhas em consideração que tenho uma Smith & Wesson 29 carregada apontada à tua cabeça.
- Ó Dr. Andrade, claro que não comungo! O timing foi tão evidente e tão pouco inocente que é estranho que só o senhor doutor tivesse reparado no caso!
- Bonita menina! Então vocês anti-portistas têm assim tanto poder?
- Claro, Dr. Andrade. Como acha que o Simão Sabrosa foi o melhor jogador da Liga, se nem sequer foi o melhor jogador do clube em que joga?!
- Ah! Faz sentido agora! MJ, uma pergunta mais pessoal agora. Qual foi a tua maior motivação para declarares o Pinto da Costa arguido? Sede de protagonismo, oportunismo profissional ou ódio cego e vermelho contra o FCP?
- É uma pergunta relevante, Dr. Andrade! Eu diria um pouco de cada. Desde logo, teria de dizer que sou uma vaquinha oportunista, porque neste país qualquer borra-botas que se mostre abertamente contra o FCP ou o PdC tem meio caminho aberto para o sucesso. Mas também confesso que é um bocado sede de protagonismo, porque quero aparecer nos media a dar uma de juiz corajosa. O meu sonho era ser o Baltasar Garzon dos pobres. E também é um bocadinho o meu ódio obsessivo contra o azul-e-branco.
- Fascinante, fascinante! Dizes tu que neste país qualquer borra-botas que se mostre abertamente contra o FCP ou o PdC tem meio caminho aberto para o sucesso. Isso explica a fama de algumas aves raras como a Leonor Pinhão, que é famosa por escrever crónicas anti-portistas. Sim, porque sabe Deus que não é por ser casada com aquele realizadorzeco de cinema. Realizadorzeco que está prestes a realizar aquele que será o maior êxito de sempre do cinema português, um filme com guião da esposa Leonor sobre o amor entre o Pinto da Costa e a pêga. No papel de Pinto da Costa estará Nicolau Breyner, e no da pêga estará Catarina Furtado. O casting de Nicolau compreende-se, visto que ele também é um velho tarado que engole Viagra como quem come M&Ms azuis. Porém a Catarina Furtado é muito morena e bonita para fazer de pêga. Uma peruca loira será suficiente para o cabelo, mas é preciso muito make-up para dar à Catarina aquele ar de White Trash Mega-Bitch que a pêga tem…Não achas que é um bocado elogioso para a pêga ter o seu papel interpretado por Catarina Furtado?
- Um bocado, sim. Mas não se esqueça que ela agora é a nossa rainha!
- Ah, ok…Mudando de assunto, a pêga fala muitas vezes em dar fruta aos árbitros. Porque é que toda a gente pensa que isso é uma metáfora para a prostituição? Sabe-se lá se não se estará a falar de fruta a sério. Pois que o PdC pode querer ter dado fruta a sério aos árbitros por razões de saúde. Por exemplo, desde que faço dieta, o meu médico tem-me aconselhado a comer quatro peças de fruta por dia. No início é algo enjoativo, mas depois a gente habitua-se a comer tanta fruta e aquilo faz bem…
- Não seja tão ingénuo, Dr. Andrade. Porém, tenho que dizer que a sua dieta, acompanhada de cardiofitness, musculação e hidroginástica está a fazer efeito. O Sr. Dr. está com uns abdominais que upa upa!
- Fico contente por teres reparado. Mas não fiques com ideias. Em primeiro lugar não estou no mercado, e em segundo não fazes o meu género.
- Oohhh….
- Deixa lá…mas, MJ, vou pousar a minha Smith & Wesson no colo e usar os meus dedos para fazer sinais de aspa quando eu digo que no “livro” “escrito” por aquela “senhora” – e agora volto a empunhar a minha Smith & Wesson – diz-se que o Pinto da Costa ofereceu fruta ao árbitro do encontro FCP-Estrela da Amadora da temporada 2003/2004. Ora, nessa altura o FCP tinha uma equipa do caralho, dirigida pelo falecido treinador José Mourinho…
- Desculpe, o José Mourinho está vivo.
- Isso é o que eles querem que penses. Mas a verdade é que após a final de Gelsenkirschen, o Mourinho ficou tão traumatizado com a forma idiota como tratou os adeptos do FCP que se enforcou no hotel nessa mesma noite. O Mourinho que aparece agora é um clone que fizeram com uma amostra de ADN que descobriram numa peça de vestuário do Bobby Robson…
- Ah!
- Dizia que o FCP tinha ganho o campeonato, a Taça de Portugal e a Taça UEFA em 2002/2003, estava postos a ganhar a Champions League em 2004, tinha 500 pontos de avanço sobre o segundo…porque precisaria de ajuda arbitral para ganhar a uma equipazeca do Sul que nem adeptos tem!?
- A equipazeca do Sul que nem adeptos tem ganhou este ano no Dragão, Dr. Andrade!
- Ai sim? Não sabia…não acompanho futebol!
- O Sr. Doutor está a ser incoerente…
- Esta arma dá-me a coerência necessária!
- “Esta arma dá-me a coerência necessária!” Que mal…parece uma frase tirada de um filme do van Damme ou do Lorenzo Lamas da década de 1980…aaaahh!
- Este primeiro tiro é um aviso! Foi ao ar! O 2º vai ser na tua rótula e o 3º entre os olhos!!!
- Ao ar? O Dr. Andrade acertou-me no ombro!!!
- Ai sim??? Desculpa, nunca tinha disparado isto. Pronto, pronto, tem calma, a bala entrou e saiu! Toma este algodão e este frasco de álcool e tenta não sangrar para cima dos meus caros tapetes azeris!
- Obrigado, Dr. Andrade...
- Olha só para acabar…tu tens muitas semelhanças com a pêga. Ambas detestam o PdC e Morgado…Salgado…os vossos nomes rimam. Com tantas semelhanças assombrosas, nunca pensaste seguir as pisadas dela e enveredar pelo negócio da rameirice, e enriquecer às custas de alguma carcaça decrépita e rica como o Pinto da Costa?
- Por acaso foi sempre essa a minha primeira escolha profissional, mas infelizmente nunca dominei a milenar e esotérica arte da felação.
- Ok! Para acabar, alguma declaração sobre esta entrevista?
- Foi uma honra! Esclarecemos muitas ideias confusas, e ficou no ar este fabuloso post. Contrariamente ao que se podia pensar o Sr. Dr. é extremamente imparcial, e de forma alguma escreveu um post por despeito a defender o indefensável. Posso me ir embora agora!?? Por favor???
- Podes! Mas essas mãos para cima aonde eu as possa ver. Começa a recuar ò pra trás devargazinho até à porta…

domingo, 17 de junho de 2007

Laferia


Um país tem que ser culturalmente morto, ou pelo menos semi-comatoso para considerar como seu melhor encenador alguém que só aposta em cavalos ganhadores.
Eu não discuto nem tento rebaixar as capacidades de encenação de Filipe Laferia. Com certeza que o senhor tem grandes qualidades de liderança cénica e competência técnica. Porém, a sua obra não tem nada de original, inovador, arrojado ou polémico.
Ele escolhe sempre obras que são grandes clássicos, consensuais e amados pela maioria. Não tem como perder.

Laferia há dias fez um ultimato sério ao público portuense. Diz que só aceitava a responsabilidade de estar à frente do Teatro Rivoli, casa de espectáculos que não deveria ser de privados mas do povo do Porto SE e só se gostasse das reacções do público portuense face ao “seu” Jesus Christ Superstar. A grande vedeta da cidade vem à aldeia ver se os campesinos são dignos do seu brilhantismo! Depressa! Todos a correr ao Rivoli a bater muitas palmas e a gritar “Encore”, não vá o Homem chatear-se e fugir daqui, cumprindo a sua chantagem emoc…quer dizer, o seu pedido razoável!

Sabes, Filipinho, a mim o que me interessa é todos os Fevereiros ir ver o Fantasporto ao Rivoli. Isso assegurado, o resto é igual ao litro. As tuas peças básicas e previsíveis, as tuas negociatas com o cara-de-cu que é Presidente da Câmara...isso não me diz nada!
Mas um conselho…não estás a falar com os teus actores. Evita de futuro declarações desnecessárias e idiotas como as que tiveste.

Ruinas


Gostava de morar numa cidade diferente. Numa cidade que tivesse condições decentes de habitação, em que as ruas não estivessem destruídas, impróprias para circulação de peões e automóveis e bloqueadas com redes de ferro. Gostava de viver no Ghetto de Varsóvia. Tinha melhores condições de circulação, certamente.

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Oh yes, there will be blood!


Hello, José. I want to play a game.

For the last couple of years, you have been given the privilege of ruling over a nation.

However, you didn’t use said privilege to fight unemployment or improve the quality of life in that nation.

Instead, you have used your power to close down hospitals and maternity wards in small villages and towns, and cut down on Social Security and on Hospital Welfare.

The truth is you couldn’t care less about the very people who have chosen you, since you only seem to have economicist concerns, in spite of calling yourself a Socialist.

Well, tonight you will learn the hardships of the working class of that country.

As you can see, you are chained to the wall. Within your reach, there is a saw and
€ 500,00. You have to saw your foot off to free yourself. However, the small, rundown house you are now in, that is not unlike those a lot of people who have voted for you are forced to live in, is in the middle of the woods. You have only 15 minutes to go to the public hospital in the nearest urban center, check in and wait in line for some Spanish doctor to see you before you bleed to death.

Should you succeed, you must know I am holding your girlfriend and children in captivity. They’re in a secret, closed quarters only I know the whereabouts of, and they have but a month’s worth of oxygen.


If you want to see them alive, you will have to live a month on that €500,00.
With that amount you must make the monthly payment of the housing loan to the bank, pay your condominium fee, buy your food, clothes, gas, health and hygiene products, pay your cell phone and your electricity, water, gas, phone, cable TV and net access bills. If you want to buy books, DVDs, CDs, go to the movies, a show, a sport event or indulge in any leisure activity of any kind, you will have to do with what little is left. If you want to travel or buy luxury goods, you will have to take on credit, and risk endebtment. You will have to take a public mean of transportation to work every morning, and if needed be, you must use the public medical, judicial and educational systems at all times.

Live or die, José, the choice is yours!

Let the game begin!

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Ordem do Dragão

Eu sou um dos poucos eleitos. Sou membro do Conselho de Administração da FC Porto - Sociedade Anónima Desportiva. As pessoas vêem-nos a nós da FC Porto - SAD como uma cambada de filhos da puta gananciosos, oportunistas e corruptos que enriquecem à custa da equipa de futebol do FCP, vendendo os melhores jogadores e ganhando comissões na compra de jogadores medíocres. Mas isso é uma fachada! Quer dizer, É verdade que somos uma cambada de filhos da puta gananciosos, oportunistas e corruptos que enriquecem à custa da equipa de futebol do FCP, vendendo os melhores jogadores e ganhando comissões na compra de jogadores medíocres, MAS somos mais, muito mais que isso.
Somos a fina-flôr das Sociedades Secretas! A Maçonaria, os Illuminati, o Priorado do Sião, os Cavaleiros Templários, os Rosa-Cruz...todos facções dissidentes da nossa antiga organização. Nós sempre estivemos aqui. Nós fundamos e afundamos a Atlantida! Nós erguemos as pirâmides e a esfinge. Nós projectamos e construímos o templo de Salomão com o apoio financeiro e o lobby político do Grupo Económico Amorim. A lenda sussura que a nossa origem é alienígena. Muitos dos nossos actos revelam-nos pelo menos como alienados.
Hoje em dia assumimos a fachada de uma sociedade que negoceia e joga no Mercado de Futuros. Dito por outras palavras, jogamos muitas vezes com a hipótese de hipotecar o futuro do FC Porto.
Todos os anos compramos muitos laterais esquerdos. O que não é razoável. Mas de acordo com as milenares escrituras, se numa determinada noite num determinado estádio da Europa houver um alinhamento específico de um número determinado de defesas-laterais esquerdos, logo um foco de luz indicará o caminho para as ossadas de Maria Madalena. Ou para o Santo Graal. Ou para uma coisa qualquer...a parte final da escritura não é clara porque o Pinto da Costa enche-a de baba sempre que vê uma gaja nova no Calor da Noite.

domingo, 10 de junho de 2007

A Gore movie


As reuniões do G-8 são engraçadas. Há sempre situações hilariantes, quase sempre associadas ao George W. Bush (na penúltima foi a massagem de ombros à Merkel,
desta vez foi o seu problema estomacal), malta anti-globalização a levar cacetada da polícia, e sobretudo discutem-se temas importantes. Desta feita dever-se-ia ter discutido o problema do aquecimento globar e das emissões de c02, mas achou-se mais piada estar-se a brincar ao regresso à Guerra Fria.
Vi recentemente o filme-documentário baseado no livro do Al Gore, Uma Verdade Inconveniente.

É um bom documentário, com algumas referências biográficas a Al Gore. Al Gore, que se faz pagar bem pelas suas conferências/eco-gritos de aviso, como todo bom americano tem espírito de showbizz e consegue dar um toque de espectáculo e interesse a uma coisa que um europeu tornaria certamente bem mais chata e monótona.

Al Gore não é tão anarca como Michael Moore, evidentemente, e mostrou bom perder relativamente à sua duvidosa derrota eleitoral de 2000 ao mesmo tempo que não é demasiado rude com o lobby do petróleo e do gás.

Tenho que dizer que fiquei preocupado. As estatísticas e factos puros e duros apresentados por Gore demonstram que emitiu-se mais c02 nas últimas décadas que nas centenas de milhares de anos anteriores. Agora que o buraco no ozono parece ser um problema menor, o risco de se derreterem as calotas polares e o risco de secas e inundações terríveis são perigos bem reais.
O filme dá conselhos sobre como podemos ajudar a não matarmos totalmente o nosso planeta. Claro que eu tenho a esperança que a Terra acabe connosco antes que nós acabemos com ela.
Pessoalmente estou a torcer pela Terra.
Mais aqui

Karl Marx


A grande utopia comunista não foi a abolição das classes, a posse colectiva dos meios de produção ou a igualdade social. Foi pensar-se que um operário agrário ou fabril do século XIX (ou XX ou XXI) conseguiria entender 10% do que está escrito em Das Kapital.

Stephen King


Hoje oferece-me falar de Stephen King e sua obra. Porém, não vou falar dos seus trabalhos mais recentes, em parte porque não estou familiarizado com eles, e em parte porque existe a ideia generalizada que ele está a tornar-se ambicioso e com ideias muito rebuscadas.
Eu era muito novo quando li os seus clássicos: Carrie, The Shinning, Firestarter – A Incendiária, Dead Zone – Zona Morta, Misery – O Capítulo Final, Pet Sematary – O Samitério das mascotes, Christine – O Carro Assassino, entre outros.

Nesses livros, King é mestre em coordenar ambientes e situações sobrenaturais com instantâneos da vida da classe média nas pequenas localidades da Nova Inglaterra.

Carrie, Firestarter e Dead Zone não são propriamente livros de terror, mas de certa forma a tocar o terreno da Ficção Científica, em que pessoas têm poderes paranormais, tais como a telecinese, a capacidade premonitória, ou a telepatia (como ainda o rapazinho de The Shinning) potenciado até ao absurdo.

Ser um personagem de King é estar sujeito a coisas e situações muito desagradáveis.
Carrie, talvez a sua obra maior, apresenta-nos uma rapariga telecinética incapaz de ser aceite pela mãe hiper-religiosa e pela escola, vingando-se de toda a cidade por uma cruel partida que lhe pregaram.

Firestarter é a história de uma menina capaz de incendiar coisas com o pensamento, porque os pais foram o alvo de um projecto secreto do Governo norte-americano, Governo que agora a quer matar a ela e ao pai.

Dead Zone é a história de um professor que esteve em coma que descobre ter ficado com capacidades de adivinhar o futuro e que sabe que a futura eleição de determinado presidente americano terá consequências desastrosas para o mundo.

The Shinning, outra das suas obras principais. A história de um jovem “iluminado”, e do misterioso hotel, onde coisas terríveis aconteceram, e onde ele terá que passar alguns meses com a sua mãe e o seu pai desempregado, e dado à bebida e à violência, que arranjou um emprego de zelador de verão para tentar reactivar a sua carreira de escritor.

Pet Sematary – francamente, o meu favorito! Um médico e a sua família vão viver para uma cidade pequena, e o seu filho de 3 anos morre atropelado. Mas o cemitério de mascotes perto de casa deles foi construído em cima de um cemitério índio, e tem a capacidade de devolver a vida a quem for lá enterrado. Mas será que é bem assim? O livro é um excelente ensaio sobre o desgosto. De referir que o livro tem uma referência ao Hey Ho, Lets Go. Como resposta, os Ramones compuseram a sua música Pet Samatary (“I don't want to be buried in a Pet Sematary,I don't want to live my life again”). O livro é mais do que um bocadinho inspirado em The Monkey´ s Paw”, coisa que King não se cansa de referir, para não ser acusado de plágio.

Misery – Um longo monólogo sobre um escritor que acaba por ter um acidente e ficar sob os cuidados da sua maior fã…que é somente um bocadinho psicopata.

Christine – um carro dos anos 50 que é um bocadinho assassino, e por quem um adolescente fica literalmente apaixonado…


King pode ter muitas qualidades…mas ser conciso não é uma delas. Os seus livros têm sempre largas centenas de páginas (Carrie talvez seja a excepção). Não sendo um terror extremamente original, é certamente bem construído e eficaz, pois King possui um bom nível narrativo e uma boa arquitectura de diálogos. Creio que o mais importante é que as suas personagens, principais, secundárias ou figurantes não são bi-dimensionais. Nem desprovidas de conteúdo. Nem sujeitas ao fundamentalismo básico de uma dicotomia alvi-negra. Ao leitor atento e familiarizado com a vida de King não passará despercebido o aspecto auto-biográfico (vida nas pequenas cidades semi-rurais, morte da mãe por cancro) muito presente nos seus livros. As localidades de Lisbon Falls e Castle Rock são uma constante em muito dos seus livros.

Nos trabalhos um pouco menos antigos, destaco The Green Mile, uma tocante história de um gigante negro com poder de curar qualquer doença, condenado à cadeira eléctrica pelo (alegado) assassinato de duas meninas brancas nos anos 30, e cujos guardas fazem sair da cadeia durante a noite para curar o tumor da mulher do director, e ainda Hearts of Atlantis, sobre um homem com poderes premonitórios perseguido pelo Governo.

Em termos de filmes baseados nos seus livros…Claro que só há um realmente bom: The Shinning de Stanley Kubrick, com Jack Nicholson. Depois há mais dois bastante bons, ou não fossem obras de outros dois grandes realizadores: Carrie de Brian De Palma, com Sissy Spacek e Dead Zone de David Cronenberg, com Cristopher Walken.
Há três razoáveis: Christine de John Carpenter, Heart in Atlantis com Anthony Hopkins e The Green Mile com Tom Hanks. A partir daí. Só filmes mesmo, mesmo maus, como Pet Sematary, Sometimes they come back (baseado num conto curto muito bom), Misery de Rob Reiner, ou o inenarrável Carrie 2.
Stephen King já foi um bom escritor no género. Hoje em dia é mais uma puta.

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Pois é!

Se o GNR suspeito de ser serial killer for mesmo declarado culpado e cumprir pena de prisão, é a 1ª vez na História que um assassino de Santa Comba Dão é punido pelos seus crimes.

terça-feira, 5 de junho de 2007

London by Sunlight

Eu e um relógio mesmo, mesmo grande que para lá estava
Londres e eu somos velhos conhecidos, pelo que esta pequena saltadela não veio trazer muito de novo, salvo pelo calor que se fez sentir. Eu fui a Londres e fiquei vermelho, o mundo está às avessas e à beira do caos! Londres estava tão quente, e é tão desorganizada (excepto nos aeroportos), que se não fosse pelos preços rídiculos, dir-se-ia uma cidade do sul da Europa. Cidade não é bem um termo que eu usaria para descrever Londres. Cidades como Londres, Paris ou Nova York não são propriamente cidades. Nem sequer são propriamente metrópoles. Metrópole é uma palavra que eu usaria para descrever cidades como Munique, Roma, Madrid, Barcelona, Milão, ou a uma escala menor, Amsterdão e Lisboa. Londres, Paris e Nova York (e outras que ainda não pude visitar como Tókio ou São Paulo) são na verdade miniaturas do mundo, efervescentes melting pots com todas as raças da humanidade.


Eu na Ribeira do Porto a fazer de conta que é o Tamisa

A idéia que eu tenho que os americanos têm da Europa é que há três grandes cidades, Londres, Paris e Moscovo, e que saindo delas só se vê campos e ovelhas a pastar. Se saires da periferia de Londres, vês que o preconceito que eu tenho do preconceito americano tem a sua razão de ser.



Londres é cara. É estúpidamente cara. É tão cara que eu acredito que o Mourinho viva lá como alguém pertencente à classe média alta. Claro que a estupidez britânica de se recusarem a baixar a espinha à ditadura da moeda única também não nos ajuda nada a nós, pobres continentais.




The Whitechapel Murderer revealed at last

O que eu gostei mais foi sem dúvida da Tatte Gallery. Nesta altura estava especialmente surrealista, e não faltavam obras de Ernst, Picasso, Chirico, Henry Moore, Giacometti, e ainda uma galeria especial dedicada a Dali e Buñuel.

O Harrods é uma merda. É uma loja para pessoas com dinheiro e cagança a mais e auto-estima e sentido do ridículo a menos. E vende peles de animais, apesar de estarem proibidas no RU. A modos que participei o melhor que pude numa manifestação de Eco-Warriors contra a malfadada loja do Egipcío Al-Fayed. Pelo menos gritei "Shame on Harrods" até ficar com a garganta dorida. Há lá dentro um altar de adoração a Diana e a Doddy. É tão patético quanto a idolatria que os britânicos têm pela ex-Princesa de Gales.
Uma vez li na net adeptos londrinos do Chelsea dizerem que o metro do Porto é limpo, organizado, pontual e eficiente. Só percebi isso quando voltei a andar no de Londres. Andar durante o dia é chato e lento. Andar em hora de ponto é um desporto radical. E uma capital de um país do G-8 onde te fazem subir 143 degraus de uma escada de emergência porque o elevador estava avariado? Existe e chama-se Londres. Espero voltar em breve.