Naqueles dias, enquanto esperava pacientemente na fila para se inscrever no Centro de Emprego de Setúbal para requerer o Subsídio de Desemprego, o Profeta assim falou:
"Em verdade, em verdade vos digo: Um Euro sem a Inglaterra não é a mesma coisa que um Euro com a Inglaterra".
Como sempre, o Profeta tem razão. Todos vamos sentir a falta da Inglaterra.
Para a Suíça e para a Aústria um Euro sem libras esterlinas não é a mesma coisa que um Euro com libras esterlinas.
Para os amantes do "jogo bonito" um Euro sem a equipa que chuta da defesa directamente para o ataque não é o mesmo que um Euro com a equipa que chuta da defesa directamente para o ataque.
Para o saco testicular do Ricardo Carvalho, um Euro sem os pitons da chuteira do Rooney não é a mesma coisa que um Euro com os pitons da chuteira do Rooney.
Para os defensores do fair-play, um Euro sem o apoio incondicional e o ambiente de festa criado pelos apoiantes ingleses dentro e fora do estádio, humildes na vitória, dignos na derrota não é um Euro com o apoio incondicional e o ambiente de festa criado pelos apoiantes ingleses dentro e fora do estádio, humildes na vitória, dignos na derrota.
Para quem aprecia as boas-relações entre os povos, um Euro sem The Sun e o Dailly Telegraph a insultar os portugueses de "sardines", os espanhóis de "spaniels", os franceses de "frogs", os holandeses de "dirty dutch", os alemães de "huns", os austíacos de "nazi", os suecos de "bloody vikings", os italianos de "degos", os gregos de "gyros", os turcos de "wops" não é a mesmacoisa que um Euro com The Sun e o Dailly Telegraph a insultar os portugueses de "sardines", os espanhóis de "spaniels", os franceses de "frogs", os holandeses de "dirty dutch", os alemães de "huns", os austíacos de "nazi", os suecos de "bloody vikings", os italianos de "degos", os gregos de "gyros", os turcos de "wops".
Para toda a gente que esteja a ver a TV à hora de jantar um Euro sem um monte de hooligans a mostrar enormes e vermelhas barrigas de cerveja, enquanto batem nos locais, partem tudo, vomitam na rua e mijam na parede não é a mesma coisa que um Euro com um monte de hooligans a mostrar enormes e vermelhas barrigas de cerveja, enquanto batem nos locais, partem tudo, vomitam na rua e mijam na parede.
Entretanto, para além da indmnização do Profeta, o seleccionador inglês que vergonhosamente falhou a qualificação foi despedido com 4 milhões de euros de compensação. Quando for grande, quero ser um treinador de futebol falhado.
sábado, 24 de novembro de 2007
quarta-feira, 21 de novembro de 2007
TV
Hojé é dia Mundial da TV.
Em honra da "caixa que mudou o mundo" esperava que simbólicamente a TVI não transmitisse hoje. Infelizmente é assim.
Em honra da "caixa que mudou o mundo" esperava que simbólicamente a TVI não transmitisse hoje. Infelizmente é assim.
domingo, 18 de novembro de 2007
Harry Potter e a Casa Pia
J. K. Rowling, anunciou recentemente que no último livro de Harry Potter, ficar-se-á a saber que Albus Dumbledore é gay.
Verdade seja dita, pessoas homofóbicas metem-me nojo. Mas autores oportunistas que usam argumentos desses, mostrando-se como pessoas altamente liberais (embora em pleno século XXI usem as siglas do nome porque acham que um autor feminino não tem tanto potencial de rentabilidade como um masculino/indefinido), com o intuito de provocar polémicas e tentar aumentar as vendas de algo, que só por si já vende milhões de cópias em todo o mundo, provocam-me ainda mais asco.
Se ela quisesse realmente provocar polémica, e uma vez que escreveu o primeiro livro da série no Porto, ela poderia escrever ainda mais um livro que demonstrasse todos os podres de Hogwarts, e retratasse a escola como uma espécie de Casa Pia.
Aqui ficam alguns excertos, em jeito de sugestão.
Angelus Enculatus:
Memoirs of an abused Wicca-Child
(…)so, you’ve read my books, saw my movies…you think you know everything about me, Harry P.. And yet, not everything you know is true. Some things are true, some are just lies. Ancient, powerful lies to hide the fact that Hogwarts is a den for pedophiles and all sorts of sexual predators. Behind all the glamour, potion classes, Quidditch matches, cute white messenger howls and talking hats there was a lot of tears and silent pain.
All of us children were excited at our first day at Hogwarts. Before the week was over, however, we were all too sure that in order to become wizards, we would have to endure seven hellish years of abuse, physical and psychological alike. I couldn’t sleep for a week, with what all the crying and stuff.
It was sure from the start that Dumbledore, headmaster of Hogwarts and a former abuser of my father, had taken a special fancy for me. I was sure of that by the way he always told me.
“Harry, do come into my office. My phoenix has arisen once more. Would you like to pet it?”
The first time around, I felt dirty. In time however, I grew to love Dumbledore. There was a connection there. I thought we had a special bound. You can imagine how sad I was when I caught him red-handed once, betraying me with my best friend. As he raped Ron over and over again, he kept saying:
“Dumbledore loves little red-haired dorks, he does”.
They’ve broken my heart.
From that point on, I was ice. All the beatings, all the rapes, all the He-Who-Must-Not-Be-Named crap, even the very death of my parents… none of that bothered me anymore.
(…) I think the worst of them all was Hagrid, the groundskeeper. See, he swinged both ways. Boys, girls, centaurs…he kept repeating the same mantra:
“Let´s go to my shack, I have a huge, hairy beast I would like to show you”.
One time, Hagrid and his retarded gigantic half-brother took turns at Hermione. Afterwards, they’ve spanked the poor girl within an inch of her life and pissed all over her inconscient body. She has been in a coma for the last 3 years, and she may never recover again.
(…) the worst part of it all was the fact that they kept trying to make us believe they were doing all this to protect us from Voldmort. Once, Dumbledore told me to go see Severus Snape. I can still recall Severus´ words:
“Ok, let’s be honest, Potter. I don’t like you and you don’t like me. You are not my type, as I am into blonde bad boys. But Dumbledore has told me to show you the way to defend yourself from Voldmort. In order to do so, I will now penetrate your mind. Please turn around, and let me just take my magic wand out. “
Voldmort was actually an agent from the British government who was investigating crimes of sexual nature in Hogwarts for decades now. My parents were willing to testify, but it just so happens that Dumbledore had them whacked and blamed Voldmort. The truth must be known. This terrible crime had all the support from the Ministry of Magic, as important members of the government were implicated in the rapes who took place at the school. My father,´s friend Sirius Black was spared, but afterwards his punishment was such that he now finds daily gang-rapes in the showers at Azkaban a walk in the park.
Abuse is a tradition at Hogwarts. Throughout the centuries many boys and girls were tortured and abused there. Even now, the talking painting of old do try to trick us into sex. This state of affairs has taken a toll on the students. Moaning Myrtle was driven to suicide. Luna Lovegood to madness. Me? I have grown an unnatural desire for blinding horses.
Verdade seja dita, pessoas homofóbicas metem-me nojo. Mas autores oportunistas que usam argumentos desses, mostrando-se como pessoas altamente liberais (embora em pleno século XXI usem as siglas do nome porque acham que um autor feminino não tem tanto potencial de rentabilidade como um masculino/indefinido), com o intuito de provocar polémicas e tentar aumentar as vendas de algo, que só por si já vende milhões de cópias em todo o mundo, provocam-me ainda mais asco.
Se ela quisesse realmente provocar polémica, e uma vez que escreveu o primeiro livro da série no Porto, ela poderia escrever ainda mais um livro que demonstrasse todos os podres de Hogwarts, e retratasse a escola como uma espécie de Casa Pia.
Aqui ficam alguns excertos, em jeito de sugestão.
Angelus Enculatus:
Memoirs of an abused Wicca-Child
(…)so, you’ve read my books, saw my movies…you think you know everything about me, Harry P.. And yet, not everything you know is true. Some things are true, some are just lies. Ancient, powerful lies to hide the fact that Hogwarts is a den for pedophiles and all sorts of sexual predators. Behind all the glamour, potion classes, Quidditch matches, cute white messenger howls and talking hats there was a lot of tears and silent pain.
All of us children were excited at our first day at Hogwarts. Before the week was over, however, we were all too sure that in order to become wizards, we would have to endure seven hellish years of abuse, physical and psychological alike. I couldn’t sleep for a week, with what all the crying and stuff.
It was sure from the start that Dumbledore, headmaster of Hogwarts and a former abuser of my father, had taken a special fancy for me. I was sure of that by the way he always told me.
“Harry, do come into my office. My phoenix has arisen once more. Would you like to pet it?”
The first time around, I felt dirty. In time however, I grew to love Dumbledore. There was a connection there. I thought we had a special bound. You can imagine how sad I was when I caught him red-handed once, betraying me with my best friend. As he raped Ron over and over again, he kept saying:
“Dumbledore loves little red-haired dorks, he does”.
They’ve broken my heart.
From that point on, I was ice. All the beatings, all the rapes, all the He-Who-Must-Not-Be-Named crap, even the very death of my parents… none of that bothered me anymore.
(…) I think the worst of them all was Hagrid, the groundskeeper. See, he swinged both ways. Boys, girls, centaurs…he kept repeating the same mantra:
“Let´s go to my shack, I have a huge, hairy beast I would like to show you”.
One time, Hagrid and his retarded gigantic half-brother took turns at Hermione. Afterwards, they’ve spanked the poor girl within an inch of her life and pissed all over her inconscient body. She has been in a coma for the last 3 years, and she may never recover again.
(…) the worst part of it all was the fact that they kept trying to make us believe they were doing all this to protect us from Voldmort. Once, Dumbledore told me to go see Severus Snape. I can still recall Severus´ words:
“Ok, let’s be honest, Potter. I don’t like you and you don’t like me. You are not my type, as I am into blonde bad boys. But Dumbledore has told me to show you the way to defend yourself from Voldmort. In order to do so, I will now penetrate your mind. Please turn around, and let me just take my magic wand out. “
Voldmort was actually an agent from the British government who was investigating crimes of sexual nature in Hogwarts for decades now. My parents were willing to testify, but it just so happens that Dumbledore had them whacked and blamed Voldmort. The truth must be known. This terrible crime had all the support from the Ministry of Magic, as important members of the government were implicated in the rapes who took place at the school. My father,´s friend Sirius Black was spared, but afterwards his punishment was such that he now finds daily gang-rapes in the showers at Azkaban a walk in the park.
Abuse is a tradition at Hogwarts. Throughout the centuries many boys and girls were tortured and abused there. Even now, the talking painting of old do try to trick us into sex. This state of affairs has taken a toll on the students. Moaning Myrtle was driven to suicide. Luna Lovegood to madness. Me? I have grown an unnatural desire for blinding horses.
(...)
Eventually, by the time we were on our late teens, like Ron’s twin brothers, they started to lose interest in us. After all, fresh meat was coming in every year.
Eventually, by the time we were on our late teens, like Ron’s twin brothers, they started to lose interest in us. After all, fresh meat was coming in every year.
(...)
The saddest part of it all is the fact that nobody will ever be accused of anything, a bit as if the case was being investigated by the sardine-munching fellows at PJ. You see, Hogwarts is not really on muggle reality, so British and EU laws are not applicable here.
(…)
In short, personally, I miss Hogwarts. See, my uncle, aunt and cousin are such unbelievable and utterly boring mugglefuckers, 9 months of sodomy were better than 3 months at their place.
The saddest part of it all is the fact that nobody will ever be accused of anything, a bit as if the case was being investigated by the sardine-munching fellows at PJ. You see, Hogwarts is not really on muggle reality, so British and EU laws are not applicable here.
(…)
In short, personally, I miss Hogwarts. See, my uncle, aunt and cousin are such unbelievable and utterly boring mugglefuckers, 9 months of sodomy were better than 3 months at their place.
quarta-feira, 14 de novembro de 2007
Suburbia
Em nome do Comité de Vizinhos, deixe-me dar a si e à sua família as boas-vindas ao nosso Wild Pines Boulevard, e desejar que vivam felizes na nossa urbanização durante muitos anos.
Sabe, Wild Pines Boulevard é o sítio onde todos os seus sonhos se tornam realidade!
Oh, não pense que o digo como uma frase de marketing do Sector Imobiliário. Afinal, o meu bom amigo já comprou a sua casa. Tampouco o digo como uma batida metáfora de boas-vindas.
Acredite, digo-o literalmente. Na urbanização Wild Pines Boulevard TODOS os seus sonhos se tornam realidade. Espero que a Agência Imobiliária o tenha avisado, e reforçado veemente essa característica da nossa feliz, pequena e pacata zona residencial suburbana. Todos os seus sonhos se tornam realidade. Está preparado para isso? Na verdade, é uma enorme felicidade o que se passa aqui, e com um bocado de esforço e experiência, podemos controlar os nossos sonhos, pensamentos e ambições menos agradáveis de forma a conservar o espírito de boa vizinhança que nos caracteriza. Com um bocado de auto-controle, poderá mesmo sublimar os pesadelos que tem ao dormir. Contamos consigo e esperemos que o faça, e que seja um excelente vizinho.
Não vou mentir. O Homem é um ser egoísta, e muitas vezes os sonhos dos vizinhos são antagónicos e incompatíveis. Quando tal acontece, não é raro que Wild Pines Boulevard entre em paradoxos. O próprio tecido da realidade é totalmente alterado, de tempos a tempos, na nossa comunidade. É inútil procurarem-nos por GPS. O que deve ser não é. O que é não deveria ser.
Felizmente somos todos amigos, e tudo volta ao normal.
Mas cá entre nós que ninguém nos ouve…a nossa felicidade é um fardo difícil de suportar. O Homem só aguenta o peso da mochila do Passado e a dureza e obstáculos da caminhada do Presente mantendo em mente a meta Futura. Fazendo planos, definindo objectivos, tendo ambições e sonhos. Uma vez alcançadas as metas traçadas, cumpridos os planos, atingidos os objectivos, saciadas as ambições, realizados todos os sonhos, que nos resta? Nada. Nada excepto um enorme buraco. Por medo que esse buraco nos engula, tentamos tapá-lo, enchendo-o de churrascadas de amigos e bens materiais. Fazemos barbeques na vizinhança para mostrar aos outros as nossas posses, despoletando-lhes invejas que eles satisfazem, convidando-os por seu turno a novos barbeques em suas casas, para nos mostrarem as sua posses. Entramos assim em competição. Os nossos Vazios iniciam nessa guerra fria material e cordial um viciante círculo vicioso.
Somos abertos e tolerantes. Conforme se lê na brochura, um elegante folheto publicitário com frases a dourado sob fundo negro e lindas fotos da urbanização, aceitamos de bom grado pessoas de todas as raças, credos e orientações sexuais. A aparente abertura de mentalidade mais não significa aceitação. Tolerar nunca foi aceitar. É somente o politicamente hipócrita, o redimir do peso na nossa consciência colectiva como Homens Ocidentais.
Estamos seguros. Somos vigiados. As ruas são seguras, pois todos os nossos olhos espreitam à noite, desde as persianas semi-cerradas. Por isso os nossos jardins são impecáveis. Debaixo dos tapetes verdes dos nossos jardins enterramos bem fundo os nossos podres e esperamos que os cães do vizinho não os venham desenterrar.
Agora que falo nisso…as frases douradas a ocultarem um fundo negro são uma bela metáfora de Wild Pines Boulevard. Uma ironia triste escondida sob uma coincidência estética.
Mas chega de pensamentos deprimentes! Sejam Bem-Vindos!
Com certeza que sim, meu amigo, todo o bairro ficará encantado em fazer em breve uma pequena soirée em vossa casa, para todos nos conhecermos um pouco melhor. Toda a gente trará um pequeno detalhe de boas-vindas.
Dentro de um mês haverá um concurso para ver quem tem o jardim mais bonito da vizinhança. O feliz vencedor será contemplado com uma pequena estátua de mármore italiano, de muito bom gosto. Verá…aqui somos todos amigos. Uma família grande…
Sabe, Wild Pines Boulevard é o sítio onde todos os seus sonhos se tornam realidade!
Oh, não pense que o digo como uma frase de marketing do Sector Imobiliário. Afinal, o meu bom amigo já comprou a sua casa. Tampouco o digo como uma batida metáfora de boas-vindas.
Acredite, digo-o literalmente. Na urbanização Wild Pines Boulevard TODOS os seus sonhos se tornam realidade. Espero que a Agência Imobiliária o tenha avisado, e reforçado veemente essa característica da nossa feliz, pequena e pacata zona residencial suburbana. Todos os seus sonhos se tornam realidade. Está preparado para isso? Na verdade, é uma enorme felicidade o que se passa aqui, e com um bocado de esforço e experiência, podemos controlar os nossos sonhos, pensamentos e ambições menos agradáveis de forma a conservar o espírito de boa vizinhança que nos caracteriza. Com um bocado de auto-controle, poderá mesmo sublimar os pesadelos que tem ao dormir. Contamos consigo e esperemos que o faça, e que seja um excelente vizinho.
Não vou mentir. O Homem é um ser egoísta, e muitas vezes os sonhos dos vizinhos são antagónicos e incompatíveis. Quando tal acontece, não é raro que Wild Pines Boulevard entre em paradoxos. O próprio tecido da realidade é totalmente alterado, de tempos a tempos, na nossa comunidade. É inútil procurarem-nos por GPS. O que deve ser não é. O que é não deveria ser.
Felizmente somos todos amigos, e tudo volta ao normal.
Mas cá entre nós que ninguém nos ouve…a nossa felicidade é um fardo difícil de suportar. O Homem só aguenta o peso da mochila do Passado e a dureza e obstáculos da caminhada do Presente mantendo em mente a meta Futura. Fazendo planos, definindo objectivos, tendo ambições e sonhos. Uma vez alcançadas as metas traçadas, cumpridos os planos, atingidos os objectivos, saciadas as ambições, realizados todos os sonhos, que nos resta? Nada. Nada excepto um enorme buraco. Por medo que esse buraco nos engula, tentamos tapá-lo, enchendo-o de churrascadas de amigos e bens materiais. Fazemos barbeques na vizinhança para mostrar aos outros as nossas posses, despoletando-lhes invejas que eles satisfazem, convidando-os por seu turno a novos barbeques em suas casas, para nos mostrarem as sua posses. Entramos assim em competição. Os nossos Vazios iniciam nessa guerra fria material e cordial um viciante círculo vicioso.
Somos abertos e tolerantes. Conforme se lê na brochura, um elegante folheto publicitário com frases a dourado sob fundo negro e lindas fotos da urbanização, aceitamos de bom grado pessoas de todas as raças, credos e orientações sexuais. A aparente abertura de mentalidade mais não significa aceitação. Tolerar nunca foi aceitar. É somente o politicamente hipócrita, o redimir do peso na nossa consciência colectiva como Homens Ocidentais.
Estamos seguros. Somos vigiados. As ruas são seguras, pois todos os nossos olhos espreitam à noite, desde as persianas semi-cerradas. Por isso os nossos jardins são impecáveis. Debaixo dos tapetes verdes dos nossos jardins enterramos bem fundo os nossos podres e esperamos que os cães do vizinho não os venham desenterrar.
Agora que falo nisso…as frases douradas a ocultarem um fundo negro são uma bela metáfora de Wild Pines Boulevard. Uma ironia triste escondida sob uma coincidência estética.
Mas chega de pensamentos deprimentes! Sejam Bem-Vindos!
Com certeza que sim, meu amigo, todo o bairro ficará encantado em fazer em breve uma pequena soirée em vossa casa, para todos nos conhecermos um pouco melhor. Toda a gente trará um pequeno detalhe de boas-vindas.
Dentro de um mês haverá um concurso para ver quem tem o jardim mais bonito da vizinhança. O feliz vencedor será contemplado com uma pequena estátua de mármore italiano, de muito bom gosto. Verá…aqui somos todos amigos. Uma família grande…
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
Tesourinhos Deprimentes
Todos os Domingos sigo religiosamente um cerimonial. Ver o "Diz que é uma espécie de magazine."
Porém, por razões que desconheço, por vezes os Gato Fedorento fazem gazeta e não é transmitido nada de novo, havendo repetição de episódios anteriores, algo que eles próprios já gozaram uma ocasião quando dizeram: "Desta vez é a sério, não é uma daquelas repetições que a RTP já fez 500 vezes".
Até aí tudo bem. Mas acho de mau gosto da parte da RTP colocar uma nota a dizer "Especial".
Não sabia que "Especial" era sinónimo de "Repetição".
Porém, por razões que desconheço, por vezes os Gato Fedorento fazem gazeta e não é transmitido nada de novo, havendo repetição de episódios anteriores, algo que eles próprios já gozaram uma ocasião quando dizeram: "Desta vez é a sério, não é uma daquelas repetições que a RTP já fez 500 vezes".
Até aí tudo bem. Mas acho de mau gosto da parte da RTP colocar uma nota a dizer "Especial".
Não sabia que "Especial" era sinónimo de "Repetição".
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cá pelo burgo,
Tesão Catódica
Chávez vs. Borbón
Hugo Chávez, o quase-ditador democraticamente eleito da Venezuela, chamou ao antigo primeiro-ministro de Espanha, Jose Mari Aznar "fascista".
Não sei até que ponto um membro do PP espanhol, da Opus Dei, adepto do Real Madrid e leitor do jornal ABC como Aznar não considera isso como um elogio.
O caso é que o rei de Espanha resolveu ficar muito chateado e mandou Chavez calar-se. Suponho que Chavez ficou a saber como a imprensa livre da venezuela se sente.
Porém, não consigo perceber como é que Juan Carlos se chateou com Chávez. Eles têm muito em comum, uma vez que recentemente pressões da Casa Real de Espanha levaram à suspensão de uma edição da revista El Jueves.
PS - Alguém me explica o conceito de cimeira ibero-americana?
Alguém acha que Portugal tem muito a ver com países como El Salvador ou Nicarágua?
Não sei até que ponto um membro do PP espanhol, da Opus Dei, adepto do Real Madrid e leitor do jornal ABC como Aznar não considera isso como um elogio.
O caso é que o rei de Espanha resolveu ficar muito chateado e mandou Chavez calar-se. Suponho que Chavez ficou a saber como a imprensa livre da venezuela se sente.
Porém, não consigo perceber como é que Juan Carlos se chateou com Chávez. Eles têm muito em comum, uma vez que recentemente pressões da Casa Real de Espanha levaram à suspensão de uma edição da revista El Jueves.
PS - Alguém me explica o conceito de cimeira ibero-americana?
Alguém acha que Portugal tem muito a ver com países como El Salvador ou Nicarágua?
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Mondo Cane,
Zoociedade e Poli-Tika
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
Real vs Ideal
"...costumo dividir os homens em três categorias: os que têm muito dinheiro, os que não têm nenhum e os que têm apenas um pouco. Os primeiros querem conservar o que têm: o seu interesse é manter a ordem; os segundos querem conseguir o que não têm: o seu interesse é destruir a ordem actual e estabelecerem outra que lhes seja vantajosa. Tanto uns como os outros são realistas, pessoas com quem podemos entender-nos. Os terceiros querem subverter a ordem social para conseguirem o que não possuem, tentando ao mesmo tempo conservá-la para que não lhes arrebatam aquilo que já têm. Assim, conservam de facto aquilo que destroem na idéia. Ou então, destroem de facto aquilo que fingem conservar. São esses os idealistas."
Jean-Paul Sartre
Le Diable et le Bon Dieu
sábado, 3 de novembro de 2007
Sem pingo (doce) de vergonha
La putaine respecteuse
Consta por aí que já chegou às salas de cinema o filme mais polémico e aguardado de todos os tempos, incrivelmente ignorado por Cannes, Veneza e Berlim, mas desde já apontado como principal favorito a arrebatar o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro da Academia de Hollywood, ano que vem.
Falo, evidentemente, de "Corrupção", realizado por...e escrito por.... Bem, para dizer a verdade não se sabe ao certo quem realizou e escreveu este filme filho de pais incógnitos, uma vez que o realizador e o argumentista, alegando um desentendimento artístico com o produtor recusaram-se a assinar a ficha. Mas corre o boato que o argumento é de Leonor P., née Leonardo Pinhão, conhecida jornalista e adepta encarnada (mas não necessariamente por essa ordem)e o filme foi realizado por aquele man que é casado com ela.
"Corrupção", que será o primeiro - e último - filme português que muitos milhões de portugueses verão, é uma "adaptação libre" de "Eu, Carolina", que curiosamente foi o primeiro - e último livro - que muitos milhões de portugueses leram na vida (inclusive, alguns até conseguiram ler até ao fim). Tal livro fou escrito por Carolin...digo foi ditado por Carolina, escrito por uma outra gaja qualquer e re-escrito por Leonor P..
Eu estou a falar de cor, pois não planeio comprar nem ler quer o filme quer o livro, já que o meu lema é:
"Time is money...and what little I have of either one is not to be spent away on shit."
Mas ao que me consta, o livro versa a história de Carolina, que passou de ser uma das mulheres mais odiadas pelo país ao estatuto de santa canonizada pela imprensa lisboeta, de tal forma que é de estranhar que o novo santuário de Fátima não tenha um altar dedicado a ela.
O filme, largamente patrocinado pela imprensa, conta com a participação de Nicolau Breyner como o enigmático "Sr. Presidente" e uma gaja qualquer no papel de Carol...digo, de Sofia.
Ora, o timing do filme não podia ser melhor. O "Sr. Presidente" está feliz a nível pessoal, e o seu clube com maior ou menor dificuldade vai de vento em popa, enquanto os seus adversários.... De tal maneira, que deixo aqui para apreciação de Leonor P. e do gajo que é casado com ela um esboço da sequela:
O processo judicial acaba por ilibar o "Sr. Presidente" e o seu clube. O "Sr. Presidente" acaba por casar com a mãe da sua filha, que foi esbofeteada selvaticamente por "Sofia". O clube do "Sr. Presidente" é o único em Portugal a singrar na Europa, e o campeonato nacional da liga pouco mais é que um treino para os seus jogos Europeus. Os seus rivais lutam pelo ambicionado título de vice-campeão nacional.
Incapaz de provar as acusações que faz, Sofia é a única que vai parar com os costados à cadeia, ficando na mesma cela de uma ucraniana de cabelo rapado e de 88 kilos que faz dela a sua bitch.
Vendo a filha Sofia na prisão, e sendo abandonado pela irmã gêmea desta, contra a qual proferiu acusações e insultos incríveis, o pai de Sofia enforca-se em casa.
Os inimigos do "Sr. Presidente" não sabem onde meter a cabeça. Leonor P. morre de overdose de azia, e o gajo que é casado com ela cai em coma profundo.
Quando acorda em Maio, vê o clube do "Sr. Presidente" ganhar pela terceira vez a Liga dos Campeões Europeus. Incapacitado de falar, gesticula nervosamente a implorar que lhe desliguem a máquina.
Falo, evidentemente, de "Corrupção", realizado por...e escrito por.... Bem, para dizer a verdade não se sabe ao certo quem realizou e escreveu este filme filho de pais incógnitos, uma vez que o realizador e o argumentista, alegando um desentendimento artístico com o produtor recusaram-se a assinar a ficha. Mas corre o boato que o argumento é de Leonor P., née Leonardo Pinhão, conhecida jornalista e adepta encarnada (mas não necessariamente por essa ordem)e o filme foi realizado por aquele man que é casado com ela.
"Corrupção", que será o primeiro - e último - filme português que muitos milhões de portugueses verão, é uma "adaptação libre" de "Eu, Carolina", que curiosamente foi o primeiro - e último livro - que muitos milhões de portugueses leram na vida (inclusive, alguns até conseguiram ler até ao fim). Tal livro fou escrito por Carolin...digo foi ditado por Carolina, escrito por uma outra gaja qualquer e re-escrito por Leonor P..
Eu estou a falar de cor, pois não planeio comprar nem ler quer o filme quer o livro, já que o meu lema é:
"Time is money...and what little I have of either one is not to be spent away on shit."
Mas ao que me consta, o livro versa a história de Carolina, que passou de ser uma das mulheres mais odiadas pelo país ao estatuto de santa canonizada pela imprensa lisboeta, de tal forma que é de estranhar que o novo santuário de Fátima não tenha um altar dedicado a ela.
O filme, largamente patrocinado pela imprensa, conta com a participação de Nicolau Breyner como o enigmático "Sr. Presidente" e uma gaja qualquer no papel de Carol...digo, de Sofia.
Ora, o timing do filme não podia ser melhor. O "Sr. Presidente" está feliz a nível pessoal, e o seu clube com maior ou menor dificuldade vai de vento em popa, enquanto os seus adversários.... De tal maneira, que deixo aqui para apreciação de Leonor P. e do gajo que é casado com ela um esboço da sequela:
Corrupção II:
O processo judicial acaba por ilibar o "Sr. Presidente" e o seu clube. O "Sr. Presidente" acaba por casar com a mãe da sua filha, que foi esbofeteada selvaticamente por "Sofia". O clube do "Sr. Presidente" é o único em Portugal a singrar na Europa, e o campeonato nacional da liga pouco mais é que um treino para os seus jogos Europeus. Os seus rivais lutam pelo ambicionado título de vice-campeão nacional.
Incapaz de provar as acusações que faz, Sofia é a única que vai parar com os costados à cadeia, ficando na mesma cela de uma ucraniana de cabelo rapado e de 88 kilos que faz dela a sua bitch.
Vendo a filha Sofia na prisão, e sendo abandonado pela irmã gêmea desta, contra a qual proferiu acusações e insultos incríveis, o pai de Sofia enforca-se em casa.
Os inimigos do "Sr. Presidente" não sabem onde meter a cabeça. Leonor P. morre de overdose de azia, e o gajo que é casado com ela cai em coma profundo.
Quando acorda em Maio, vê o clube do "Sr. Presidente" ganhar pela terceira vez a Liga dos Campeões Europeus. Incapacitado de falar, gesticula nervosamente a implorar que lhe desliguem a máquina.
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sexta-feira, 2 de novembro de 2007
Open Letter to Tony Parsons
Should this post be read by any British citizen, do take no offense. Having been there on three occasions, I can say I really love the UK, and when I think about you I only think Shakespeare, Byron, Shelley, Beatles, Rolling Stones, Sex Pistols, Cure, Cradle of Filth, Steve Corgan, Joy Division, Eccho and the Bunnymen, Smiths, Monty Python, Alan Moore, etc...
I never think Thatcher, Blair or Tony Parson. I am also aware most of you do not condone this little "man"´s point of view or the gutter press. This is a satirical text, is all.
It is the fault of the spectacularly stupid, cruel Portuguese police. I have never much cared for the convention of calling cops "pigs" or "filth", but I am happy to make an exception.
They have tried to cover their humiliation at coming nowhere close to finding that stolen child by fitting up her parents.
The decline in relations is also the fault of the appalling Portuguese media, happy to print any piece of poisonous trash spoon-fed to them by "police sources" treating the abduction of a small child as light entertainment.
And the Portuguese public must also take their share of the blame. The sight of locals jeering at Kate McCann as she went in for questioning made me feel as though these leering bumpkins were not from another country, but another planet.
And the good ambassador can also be blamed for the decline in relations.
When he should be exercising a little diplomacy, he huffs and he puffs about the McCanns' tragic decision to leave their children sleeping alone on the night Madeleine was stolen.
"In Portugal we have the concept of a nuclear family," sniffs Senor Carlos. "That the families all live together."
They made a mistake, ambassador. Their lives have been wrecked. That is punishment enough, without your asinine, unwanted comments.
And I would respectfully suggest that in future, if you can't say something constructive about the disappearance of little Madeleine, then you just keep your stupid, sardine-munching mouth shut.
I never think Thatcher, Blair or Tony Parson. I am also aware most of you do not condone this little "man"´s point of view or the gutter press. This is a satirical text, is all.
Tony Parsons, writer to British tabloid Daily Mirror saw fit to insult the Ambassador of a country with which the UK has a long tradition of bullying...err, I mean, of loyal amity and friendship. Here is his October 29 chronic, with some short notes from yours truly.
"Portugal's ambassador to Britain, Senor Antonio Santana Carlos, says that the Madeleine McCann case has seriously damaged relations between the two countries. Well, whose fault is that? "
Love the "senor". You forgot the "ñ", though. "Señor" would be perfect spanish. Too bad Senor Antonio Santana Carlos is portuguese.
It is the fault of the spectacularly stupid, cruel Portuguese police. I have never much cared for the convention of calling cops "pigs" or "filth", but I am happy to make an exception.
They have tried to cover their humiliation at coming nowhere close to finding that stolen child by fitting up her parents.
This coming from a country where the police has shot a Brazilian worker mistaking him for an Arab terrorist. A country where there are way, WAY more unsolved cases of children missing than in Portugal.
The decline in relations is also the fault of the appalling Portuguese media, happy to print any piece of poisonous trash spoon-fed to them by "police sources" treating the abduction of a small child as light entertainment.
You write in a BRITISH TABLOID! Enough said!
And the Portuguese public must also take their share of the blame. The sight of locals jeering at Kate McCann as she went in for questioning made me feel as though these leering bumpkins were not from another country, but another planet.
In your country, most people do not believe the McCanns are wholly innocent.
And the good ambassador can also be blamed for the decline in relations.
When he should be exercising a little diplomacy, he huffs and he puffs about the McCanns' tragic decision to leave their children sleeping alone on the night Madeleine was stolen.
"In Portugal we have the concept of a nuclear family," sniffs Senor Carlos. "That the families all live together."
They made a mistake, ambassador. Their lives have been wrecked. That is punishment enough, without your asinine, unwanted comments.
And I would respectfully suggest that in future, if you can't say something constructive about the disappearance of little Madeleine, then you just keep your stupid, sardine-munching mouth shut.
It would amaze you to know that Senor Carlos isn´t the only one who likes to munch sardines. In fact, some british women - and some men, I am sure - spending their vacations in Portugal love a good, long, greasy portuguese sardine. They say it is a most welcome change from their usual diet of ridicullous small, pinkish english sausages.
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Razão e Sensibilidade
A instituição bancária que utilizo tem uma entrada algo...maçónica.
Ou seja, é preciso carregar num botão para abrir uma primeira porta, fechar essa primeira porta, repetir o processo numa segunda porta. Para sair, repetir o processo no sentido inverso.
Ora, estando eu hoje a sair de uma agência da dita instituição...maçónica, reparo num indivíduo com alguma dificuldade para entender que o botão rotulado com a palavra "Chamar" deveria ser premido para abrir a porta. Dotado do mais profundo amor altruísta judaico-cristão como sou, dirigi-me a ele e expliquei-lhe. O sujeito assim procedeu e entrou, sem me dirigir a palavra. Eu disse-lhe "OBRIGADO" de forma bem audível. Uma futilidade, na verdade. Duvido que alguém que não tem inteligência para operar uma porta automática nem sensibilidade e educação para dizer o que a etiqueta manda que nos saia naturalmente consiga compreender o fino toque da ironia ácida.
Note to self: o meu profundo amor altruísta judaico-cristão bem pode ir para a puta que o pariu.
Ou seja, é preciso carregar num botão para abrir uma primeira porta, fechar essa primeira porta, repetir o processo numa segunda porta. Para sair, repetir o processo no sentido inverso.
Ora, estando eu hoje a sair de uma agência da dita instituição...maçónica, reparo num indivíduo com alguma dificuldade para entender que o botão rotulado com a palavra "Chamar" deveria ser premido para abrir a porta. Dotado do mais profundo amor altruísta judaico-cristão como sou, dirigi-me a ele e expliquei-lhe. O sujeito assim procedeu e entrou, sem me dirigir a palavra. Eu disse-lhe "OBRIGADO" de forma bem audível. Uma futilidade, na verdade. Duvido que alguém que não tem inteligência para operar uma porta automática nem sensibilidade e educação para dizer o que a etiqueta manda que nos saia naturalmente consiga compreender o fino toque da ironia ácida.
Note to self: o meu profundo amor altruísta judaico-cristão bem pode ir para a puta que o pariu.
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Zoociedade e Poli-Tika
Confúcio
"Confúcio diz: O Homem que ao chegar aos 40, 50 anos não tiver atingido nada, perderá todo o direito a ser respeitado".
Fico assim aliviado por saber que, no pior dos caso, tenho ainda 18 anos de margem de erro...
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