terça-feira, 23 de janeiro de 2007

O maior português de todos os tempos

À margem da escolha pública e oficial do maior português de todos os tempos* (como se fosse razoável ou mesmo possível meter no mesmo saco incontáveis homens e mulheres que se destinguiram a nível nacional e/ou internacional nas mais diversificadas áreas de actividade humana, e que moldaram um país ao longo de cerca de um milénio, e pedir a 10.000.000 de papalvos, a maioria nascidos na 2ª metade do século XX, alimentados a doces - Morangos com Açúcar - e a Salgados - Eu, Carolina - cujo expoente máximo da intelectualidade é ver, no Domingo à noite o programa do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa seguido do dos Gato Fedorento, e conseguir entender pelo menos metade das piadas - dos Gato, não do Marcelo - que escolhessem um e um só), o meu blog anterior teve um inquérito semelhante, com a particularidade de apostar não nas velhas e desgastadas figuras do costume, tipo um D. Afonso Henriques ou um Luiz Vaz de Camões mas em figuras actuais, como sejam um Zezé Camarinha ou um Sergy.
Sim, um Sergy! Conquistar Lisboa aos mouros ou descobrir o caminho marítimo para a Índia pode ter sido muito giro e fresco e tal, mas da última vez que eu vi já tive 8 visitantes no meu blog! Quantas visitas tiveram recentemente os sites do D. Afonso ou do Vasco da Gama? Hã!?

Bom, após uma afluência recorde às urnas, traduzida em 48 votos(!), o resultado final aí está e é surpreendente!
Com 16 votos (33%), o maior português de todos os tempos é (suspenseful music):

MÁRIO MACHADO


"Mário esconde um sinal negro que tem na palma da mão, com medo que isso possa indicar que entrou em processo de negroidização. A ruiva olha embebecida com ar pré-orgasmático para o homem do momento. O fulano de óculos pondera, reservado e confundido, que diabos se terá passado para o Pedro Abrunhosa ter mudado tanto!"

Mário Machado bateu em toda a linha o grande favorito, Sergy (eu sabia que deveria ter votado mais do que uma vez), que ficou num honroso 2º lugar, arrecadando 11 votos (23%).

Zezé Camarinha e Lili Caneças tiveram 4 votos cada, Pinto da Costa, Castel-Branco, Alberto João Jardim e Sô Zé 3 votos cada, Carlos Cruz 1 voto, e António Sala 0, o que demonstra que um (alegado) sodomita de petizes ainda é melhor que uma versão portuguesa, branca, católica e real do Ned Flanders.

Na sua sede da campanha, Sergy mostrou-se surpreendido, mas resignado, mostrando uma graciosidade nobliárquica na hora da derrota: "Esperava mais", disse eu, "mas os 47 nabos votaram, está votado. Os meus parabéns ao vencedor!"

A vitória de Machado mostra claramente que os portugueses ainda consideram valiosas as cinco coisas que tornaram este país e este continente grandiosos: Deus, Pátria, Família, a escravatura e a supremacia através de um poder de fogo superior.

Quando o fui informar da decisão, ele mostrou-se contente, e afirmou que a sua vitória só vinha demonstrar a superioridade da raça branca. Eu disse pois, claro e perguntei-lhe porque achava que tinha ganho. Ele disse que ganhou porque era branco e porque tinha umas tatuagens com suásticas muito cools. Eu respondi que isso era o argumento mais idiota que já tinha ouvido. Ele disse que era neo-na...perdão, um fervoroso patriota, e que portanto toda a sua filosofia de vida se baseava em argumentos idiotas. Eu disse ok, despedimo-nos e assim foi.

Entretanto aí está um novo Inkérito; participem, é uma verdadeira trip!

*SE eu houvesse participado na verdadeira votação, se considerarmos três factores: a significância para as Letras nacionais, a relevância a nível internacional e o facto de ser relativamente recente, a escolha que eu faria teria sido lógica: Carolina Salgado! (não, a sério, fora de brincadeiras: Fernando Pessoa!)

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