domingo, 6 de maio de 2007

300

Ainda não li o comic "300", mas é imperdível porque é do tempo em que o Frank Miller era muito bom. O filme é bom. Não terá grandes ambições artísticas, mas cumpre na perfeição o seu papel de blockbuster épico.
Estéticamente é muito semelhante com a BD. O aspecto sobrenatural de alguns soldados e animais de guerra de Xerxes, a dimensão do exército persa quando comparado a 300 falangistas espartanos, a deformidade monstruosa do traidor Ephialtes, a impossível estatura quase divina do rei persa (excelente e surpreendente Rodrigo Santoro)...tudo isso tem a pretensão de ser apresentado e hiperbolizado como mitológico, já que a batalha está a ser descrita de forma homérica por um soldado espartano sobrevivente.

Miller é um apaixonado pela Batalha das Termópilas (veja-se a cena final em Big, Fat Kill), mas deixou bem claro que não pretendia rigor histórico. A figura de Xerxes, por exemplo, homo-erótica, gigantesca, depilada e cheio de piercings não corresponde - óbvio! - à sua imagem real. Mas como não gostar dele, e da sua voz alterada por computador!? A minha cena favorita do filme deve ser quando o Rei Leónidas o fere na cara, e ele sangra, lembrando-se que é humano e mortal.

O filme foi proibido no Irão. É natural que se possa tirar uma leitura geo-política de Espartanos (NÓS os Ocidentais), contra Persas (ELES, o mundo islâmico). Mas não creio que o filme vise isso. Este filme é um produto comercial e de massas, não um filme de Arte, como é evidente. Não chega sequer perto em termos de qualidade a Sin City, o filme que melhor cria um habitat equilibrado entre filme de culto e cinema pipoca. Mas, foda-se, é fixe!!!!:D

1 comentário:

Anónimo disse...

É isso aí, Sergy, também gostei muito do filme, achei um agrande adaptação dos quadrinhos (assim como Sin City, que é ainda melhor)... E é engraçado, mas apesar de realmente não pretender nenhum rigor histórico (talvez justamente por causa disso), dos filmes épicos dos últimos anos foi o que mais me transportou para uma batalha da antigüidade (muito mais que "Tróia" e "Alexandre"), por exemplo... Abraço.