terça-feira, 5 de junho de 2007

London by Sunlight

Eu e um relógio mesmo, mesmo grande que para lá estava
Londres e eu somos velhos conhecidos, pelo que esta pequena saltadela não veio trazer muito de novo, salvo pelo calor que se fez sentir. Eu fui a Londres e fiquei vermelho, o mundo está às avessas e à beira do caos! Londres estava tão quente, e é tão desorganizada (excepto nos aeroportos), que se não fosse pelos preços rídiculos, dir-se-ia uma cidade do sul da Europa. Cidade não é bem um termo que eu usaria para descrever Londres. Cidades como Londres, Paris ou Nova York não são propriamente cidades. Nem sequer são propriamente metrópoles. Metrópole é uma palavra que eu usaria para descrever cidades como Munique, Roma, Madrid, Barcelona, Milão, ou a uma escala menor, Amsterdão e Lisboa. Londres, Paris e Nova York (e outras que ainda não pude visitar como Tókio ou São Paulo) são na verdade miniaturas do mundo, efervescentes melting pots com todas as raças da humanidade.


Eu na Ribeira do Porto a fazer de conta que é o Tamisa

A idéia que eu tenho que os americanos têm da Europa é que há três grandes cidades, Londres, Paris e Moscovo, e que saindo delas só se vê campos e ovelhas a pastar. Se saires da periferia de Londres, vês que o preconceito que eu tenho do preconceito americano tem a sua razão de ser.



Londres é cara. É estúpidamente cara. É tão cara que eu acredito que o Mourinho viva lá como alguém pertencente à classe média alta. Claro que a estupidez britânica de se recusarem a baixar a espinha à ditadura da moeda única também não nos ajuda nada a nós, pobres continentais.




The Whitechapel Murderer revealed at last

O que eu gostei mais foi sem dúvida da Tatte Gallery. Nesta altura estava especialmente surrealista, e não faltavam obras de Ernst, Picasso, Chirico, Henry Moore, Giacometti, e ainda uma galeria especial dedicada a Dali e Buñuel.

O Harrods é uma merda. É uma loja para pessoas com dinheiro e cagança a mais e auto-estima e sentido do ridículo a menos. E vende peles de animais, apesar de estarem proibidas no RU. A modos que participei o melhor que pude numa manifestação de Eco-Warriors contra a malfadada loja do Egipcío Al-Fayed. Pelo menos gritei "Shame on Harrods" até ficar com a garganta dorida. Há lá dentro um altar de adoração a Diana e a Doddy. É tão patético quanto a idolatria que os britânicos têm pela ex-Princesa de Gales.
Uma vez li na net adeptos londrinos do Chelsea dizerem que o metro do Porto é limpo, organizado, pontual e eficiente. Só percebi isso quando voltei a andar no de Londres. Andar durante o dia é chato e lento. Andar em hora de ponto é um desporto radical. E uma capital de um país do G-8 onde te fazem subir 143 degraus de uma escada de emergência porque o elevador estava avariado? Existe e chama-se Londres. Espero voltar em breve.





2 comentários:

Precious disse...

Já lá estive e adorei. Sim, é tudo estupidamente caro, mas acaba por valer a pena.

disse...

Já boltaste!!!! Beijinhos