Londres e eu somos velhos conhecidos, pelo que esta pequena saltadela não veio trazer muito de novo, salvo pelo calor que se fez sentir. Eu fui a Londres e fiquei vermelho, o mundo está às avessas e à beira do caos! Londres estava tão quente, e é tão desorganizada (excepto nos aeroportos), que se não fosse pelos preços rídiculos, dir-se-ia uma cidade do sul da Europa. Cidade não é bem um termo que eu usaria para descrever Londres. Cidades como Londres, Paris ou Nova York não são propriamente cidades. Nem sequer são propriamente metrópoles. Metrópole é uma palavra que eu usaria para descrever cidades como Munique, Roma, Madrid, Barcelona, Milão, ou a uma escala menor, Amsterdão e Lisboa. Londres, Paris e Nova York (e outras que ainda não pude visitar como Tókio ou São Paulo) são na verdade miniaturas do mundo, efervescentes melting pots com todas as raças da humanidade.
A idéia que eu tenho que os americanos têm da Europa é que há três grandes cidades, Londres, Paris e Moscovo, e que saindo delas só se vê campos e ovelhas a pastar. Se saires da periferia de Londres, vês que o preconceito que eu tenho do preconceito americano tem a sua razão de ser.
Londres é cara. É estúpidamente cara. É tão cara que eu acredito que o Mourinho viva lá como alguém pertencente à classe média alta. Claro que a estupidez britânica de se recusarem a baixar a espinha à ditadura da moeda única também não nos ajuda nada a nós, pobres continentais.
The Whitechapel Murderer revealed at last
O que eu gostei mais foi sem dúvida da Tatte Gallery. Nesta altura estava especialmente surrealista, e não faltavam obras de Ernst, Picasso, Chirico, Henry Moore, Giacometti, e ainda uma galeria especial dedicada a Dali e Buñuel.
O Harrods é uma merda. É uma loja para pessoas com dinheiro e cagança a mais e auto-estima e sentido do ridículo a menos. E vende peles de animais, apesar de estarem proibidas no RU. A modos que participei o melhor que pude numa manifestação de Eco-Warriors contra a malfadada loja do Egipcío Al-Fayed. Pelo menos gritei "Shame on Harrods" até ficar com a garganta dorida. Há lá dentro um altar de adoração a Diana e a Doddy. É tão patético quanto a idolatria que os britânicos têm pela ex-Princesa de Gales.
Uma vez li na net adeptos londrinos do Chelsea dizerem que o metro do Porto é limpo, organizado, pontual e eficiente. Só percebi isso quando voltei a andar no de Londres. Andar durante o dia é chato e lento. Andar em hora de ponto é um desporto radical. E uma capital de um país do G-8 onde te fazem subir 143 degraus de uma escada de emergência porque o elevador estava avariado? Existe e chama-se Londres. Espero voltar em breve.
2 comentários:
Já lá estive e adorei. Sim, é tudo estupidamente caro, mas acaba por valer a pena.
Já boltaste!!!! Beijinhos
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