Hoje oferece-me falar de Stephen King e sua obra. Porém, não vou falar dos seus trabalhos mais recentes, em parte porque não estou familiarizado com eles, e em parte porque existe a ideia generalizada que ele está a tornar-se ambicioso e com ideias muito rebuscadas.
Eu era muito novo quando li os seus clássicos: Carrie, The Shinning, Firestarter – A Incendiária, Dead Zone – Zona Morta, Misery – O Capítulo Final, Pet Sematary – O Samitério das mascotes, Christine – O Carro Assassino, entre outros.
Nesses livros, King é mestre em coordenar ambientes e situações sobrenaturais com instantâneos da vida da classe média nas pequenas localidades da Nova Inglaterra.
Carrie, Firestarter e Dead Zone não são propriamente livros de terror, mas de certa forma a tocar o terreno da Ficção Científica, em que pessoas têm poderes paranormais, tais como a telecinese, a capacidade premonitória, ou a telepatia (como ainda o rapazinho de The Shinning) potenciado até ao absurdo.
Ser um personagem de King é estar sujeito a coisas e situações muito desagradáveis.
Carrie, talvez a sua obra maior, apresenta-nos uma rapariga telecinética incapaz de ser aceite pela mãe hiper-religiosa e pela escola, vingando-se de toda a cidade por uma cruel partida que lhe pregaram.
Firestarter é a história de uma menina capaz de incendiar coisas com o pensamento, porque os pais foram o alvo de um projecto secreto do Governo norte-americano, Governo que agora a quer matar a ela e ao pai.
Dead Zone é a história de um professor que esteve em coma que descobre ter ficado com capacidades de adivinhar o futuro e que sabe que a futura eleição de determinado presidente americano terá consequências desastrosas para o mundo.
The Shinning, outra das suas obras principais. A história de um jovem “iluminado”, e do misterioso hotel, onde coisas terríveis aconteceram, e onde ele terá que passar alguns meses com a sua mãe e o seu pai desempregado, e dado à bebida e à violência, que arranjou um emprego de zelador de verão para tentar reactivar a sua carreira de escritor.
Pet Sematary – francamente, o meu favorito! Um médico e a sua família vão viver para uma cidade pequena, e o seu filho de 3 anos morre atropelado. Mas o cemitério de mascotes perto de casa deles foi construído em cima de um cemitério índio, e tem a capacidade de devolver a vida a quem for lá enterrado. Mas será que é bem assim? O livro é um excelente ensaio sobre o desgosto. De referir que o livro tem uma referência ao Hey Ho, Lets Go. Como resposta, os Ramones compuseram a sua música Pet Samatary (“I don't want to be buried in a Pet Sematary,I don't want to live my life again”). O livro é mais do que um bocadinho inspirado em The Monkey´ s Paw”, coisa que King não se cansa de referir, para não ser acusado de plágio.
Misery – Um longo monólogo sobre um escritor que acaba por ter um acidente e ficar sob os cuidados da sua maior fã…que é somente um bocadinho psicopata.
Christine – um carro dos anos 50 que é um bocadinho assassino, e por quem um adolescente fica literalmente apaixonado…
King pode ter muitas qualidades…mas ser conciso não é uma delas. Os seus livros têm sempre largas centenas de páginas (Carrie talvez seja a excepção). Não sendo um terror extremamente original, é certamente bem construído e eficaz, pois King possui um bom nível narrativo e uma boa arquitectura de diálogos. Creio que o mais importante é que as suas personagens, principais, secundárias ou figurantes não são bi-dimensionais. Nem desprovidas de conteúdo. Nem sujeitas ao fundamentalismo básico de uma dicotomia alvi-negra. Ao leitor atento e familiarizado com a vida de King não passará despercebido o aspecto auto-biográfico (vida nas pequenas cidades semi-rurais, morte da mãe por cancro) muito presente nos seus livros. As localidades de Lisbon Falls e Castle Rock são uma constante em muito dos seus livros.
Nos trabalhos um pouco menos antigos, destaco The Green Mile, uma tocante história de um gigante negro com poder de curar qualquer doença, condenado à cadeira eléctrica pelo (alegado) assassinato de duas meninas brancas nos anos 30, e cujos guardas fazem sair da cadeia durante a noite para curar o tumor da mulher do director, e ainda Hearts of Atlantis, sobre um homem com poderes premonitórios perseguido pelo Governo.
Em termos de filmes baseados nos seus livros…Claro que só há um realmente bom: The Shinning de Stanley Kubrick, com Jack Nicholson. Depois há mais dois bastante bons, ou não fossem obras de outros dois grandes realizadores: Carrie de Brian De Palma, com Sissy Spacek e Dead Zone de David Cronenberg, com Cristopher Walken.
Há três razoáveis: Christine de John Carpenter, Heart in Atlantis com Anthony Hopkins e The Green Mile com Tom Hanks. A partir daí. Só filmes mesmo, mesmo maus, como Pet Sematary, Sometimes they come back (baseado num conto curto muito bom), Misery de Rob Reiner, ou o inenarrável Carrie 2.
Eu era muito novo quando li os seus clássicos: Carrie, The Shinning, Firestarter – A Incendiária, Dead Zone – Zona Morta, Misery – O Capítulo Final, Pet Sematary – O Samitério das mascotes, Christine – O Carro Assassino, entre outros.
Nesses livros, King é mestre em coordenar ambientes e situações sobrenaturais com instantâneos da vida da classe média nas pequenas localidades da Nova Inglaterra.
Carrie, Firestarter e Dead Zone não são propriamente livros de terror, mas de certa forma a tocar o terreno da Ficção Científica, em que pessoas têm poderes paranormais, tais como a telecinese, a capacidade premonitória, ou a telepatia (como ainda o rapazinho de The Shinning) potenciado até ao absurdo.
Ser um personagem de King é estar sujeito a coisas e situações muito desagradáveis.
Carrie, talvez a sua obra maior, apresenta-nos uma rapariga telecinética incapaz de ser aceite pela mãe hiper-religiosa e pela escola, vingando-se de toda a cidade por uma cruel partida que lhe pregaram.
Firestarter é a história de uma menina capaz de incendiar coisas com o pensamento, porque os pais foram o alvo de um projecto secreto do Governo norte-americano, Governo que agora a quer matar a ela e ao pai.
Dead Zone é a história de um professor que esteve em coma que descobre ter ficado com capacidades de adivinhar o futuro e que sabe que a futura eleição de determinado presidente americano terá consequências desastrosas para o mundo.
The Shinning, outra das suas obras principais. A história de um jovem “iluminado”, e do misterioso hotel, onde coisas terríveis aconteceram, e onde ele terá que passar alguns meses com a sua mãe e o seu pai desempregado, e dado à bebida e à violência, que arranjou um emprego de zelador de verão para tentar reactivar a sua carreira de escritor.
Pet Sematary – francamente, o meu favorito! Um médico e a sua família vão viver para uma cidade pequena, e o seu filho de 3 anos morre atropelado. Mas o cemitério de mascotes perto de casa deles foi construído em cima de um cemitério índio, e tem a capacidade de devolver a vida a quem for lá enterrado. Mas será que é bem assim? O livro é um excelente ensaio sobre o desgosto. De referir que o livro tem uma referência ao Hey Ho, Lets Go. Como resposta, os Ramones compuseram a sua música Pet Samatary (“I don't want to be buried in a Pet Sematary,I don't want to live my life again”). O livro é mais do que um bocadinho inspirado em The Monkey´ s Paw”, coisa que King não se cansa de referir, para não ser acusado de plágio.
Misery – Um longo monólogo sobre um escritor que acaba por ter um acidente e ficar sob os cuidados da sua maior fã…que é somente um bocadinho psicopata.
Christine – um carro dos anos 50 que é um bocadinho assassino, e por quem um adolescente fica literalmente apaixonado…
King pode ter muitas qualidades…mas ser conciso não é uma delas. Os seus livros têm sempre largas centenas de páginas (Carrie talvez seja a excepção). Não sendo um terror extremamente original, é certamente bem construído e eficaz, pois King possui um bom nível narrativo e uma boa arquitectura de diálogos. Creio que o mais importante é que as suas personagens, principais, secundárias ou figurantes não são bi-dimensionais. Nem desprovidas de conteúdo. Nem sujeitas ao fundamentalismo básico de uma dicotomia alvi-negra. Ao leitor atento e familiarizado com a vida de King não passará despercebido o aspecto auto-biográfico (vida nas pequenas cidades semi-rurais, morte da mãe por cancro) muito presente nos seus livros. As localidades de Lisbon Falls e Castle Rock são uma constante em muito dos seus livros.
Nos trabalhos um pouco menos antigos, destaco The Green Mile, uma tocante história de um gigante negro com poder de curar qualquer doença, condenado à cadeira eléctrica pelo (alegado) assassinato de duas meninas brancas nos anos 30, e cujos guardas fazem sair da cadeia durante a noite para curar o tumor da mulher do director, e ainda Hearts of Atlantis, sobre um homem com poderes premonitórios perseguido pelo Governo.
Em termos de filmes baseados nos seus livros…Claro que só há um realmente bom: The Shinning de Stanley Kubrick, com Jack Nicholson. Depois há mais dois bastante bons, ou não fossem obras de outros dois grandes realizadores: Carrie de Brian De Palma, com Sissy Spacek e Dead Zone de David Cronenberg, com Cristopher Walken.
Há três razoáveis: Christine de John Carpenter, Heart in Atlantis com Anthony Hopkins e The Green Mile com Tom Hanks. A partir daí. Só filmes mesmo, mesmo maus, como Pet Sematary, Sometimes they come back (baseado num conto curto muito bom), Misery de Rob Reiner, ou o inenarrável Carrie 2.
Stephen King já foi um bom escritor no género. Hoje em dia é mais uma puta.
2 comentários:
Sou grande fã do Stephen King e acho que é um autor bastante injustiçado. Tem um talento especial para mostrar a vida da pequena cidade americana que não é louvado o suficiente.
O meu preferido é também o Pet Cemetery, mas o Salem's Lot tem um lugar especial no meu coração, ou não trata-se de vampiragem ;)
Também não tenho lido material recente dele, por isso, não sei como a evolução terá sido.
Tenho que ler esse.
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