quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007
Heróis Acidentais
Claro que há uma explicação racional(!?). Afinal trata-se de David, o herói que eliminou o FCP da Taça de Portugal.
Amo este país! Aqui mesmo é a terra da oportunidade. O ódio que a maioria dos portugueses nutre pelo FCP é tão obsessivamente, tão cegamente doentio que qualquer pessoa com valor ou qualquer merdas se pode tornar um herói nacional instantâneo.
Basta dizer ou fazer qualquer coisa contra o Futebol Clube do Porto ou o seu presidente. Ou ser jogador ou treinador de um clube que derrote o Porto. Ou ser jogador ou treinador do Porto e simplesmente sair de lá (quanto mais feia for a forma como se se sair, mais mérito). Ou ser do FCP e passar-se para um dos 2 grandes de Lisboa!
David poderá estar de saída mas ficará para sempre nos corações de milhões dos nossos rivais, juntamente com os heróis do momento como sejam Maria José Morgado, Carolina Salgado, José Mourinho, Katsuramis e Derlei.
Cada um deles garantiu já, por seu mérito próprio um lugar na Galeria de Notáveis "Anti-Portistas", juntamente com clássicos sempre actuais como a 2ª mulher do PdC, o Bagão Félix, a Leonor Pinhão, o Barbas e o José Veiga e com os grandes heróis clássicos de antanho: Gaspar Ramos, Pedro Morcela (dirigente do Campomaiorense que agrediu Vitor Baía), Fernando Barata (industrial hoteleiro que há anos queria que o seu touro de cobrição...fizesse amor com PdC) ou Vale e Azevedo (antes da sua ruína).
PS - sou licenciado em Gestão de Empresas, trabalho em Contabilidade mas sei pouco de Eonomia. Porém até eu sei que "20º clube com mais RECEITAS EM 2005" diferente de "20º clube mais rico do Mundo."
Boas noites, pequenos, e até amanhã.
domingo, 25 de fevereiro de 2007
Poético
Conseguem imaginar uma criança de 12 anos portuguesa, francesa, inglesa, alemã ou americana, em situações idênticas a dizer o mesmo?
É curioso. No Ocidente, ser-se poeta ou ter uma alma poética é quase uma maldição, um convite à ostracização. É ser-se diferente, maluco, quase marginal. É ser-se sozinho, outcast, boémio, inconformista. Mesmo quando se é um poeta consensual em vida, tem-se sempre uma aura alienada. No nosso Ocidente o máximo a que um poeta pode aspirar é alcançar a imortalidade através da morte.
No Oriente, das areias do Golfo Pérsico às Ilhas Nipónicas, ser-se poeta é um talento natural. É uma inclinação inata. Eles são poetas porque sim. É uma ginga.
sábado, 24 de fevereiro de 2007
Top 10
Um país que se orgulha do seu defunto tirano, de um dos grandes responsáveis pelo estado lastimoso a que isto chegou, a nível económico, social e cultural é um povo que não merece ser livre. É um país moribundo. Portugal tem um tumor maligno incurável e fatal no seu próprio código genético. Mas a morte não será piedosa, rápida e indolor. É uma morte faseada que faz o corpo do paciente definhar. E o fim, a libertação do sofrimento não está á vista.
Há algo em nós que nos faz repudiar a mudança. No mais urbano de nós há um espírito de aldeia. Uma ligação ao mundo antigo que não conseguimos quebrar. É inútil. Somos uns impotentes culturais. Tentamos, esforçamo-nos ao máximo, mas ainda somos campo. Ainda gostamos do cheirinho da carne de judeu ou árabe a queimar no centro da praça. Ainda gostamos de curvar a cabeça ao senhor presidente, ao senhor polícia, ao senhor cura. Ao chefe da tribo. É tão mais fácil ter um paizinho a decidir por nós.
Discutiu-se se a escolha por Salazar e Cunhal não será a prova que os portugueses estão fartos deste sistema democrático. Talvez. Quiçá devêssemos voltar ao sistema feudal. Seria tão agradável. Mas não entendo compararem Cunhal a Salazar. Eu não sou comunista. Se Cunhal chegasse ao poder, talvez se instaurasse uma ditadura de esquerda (altamente improvável, dado a nossa posição geográfica, e a situação geopolítica dos anos 70). Se isso acontecesse, Cunhal também teria o meu desprezo, uma vez que eu não gosto de ditadores. Mas como tal não aconteceu, para mim Cunhal foi um importante defensor da democracia, como Soares.
Fizemo-nos ainda mais pequenos do que somos. Agarramo-nos todos os dias com unhas e dentes à merda populista e medíocre. Não queremos saber de nada que nos abra perspectivas, que nos alargue os horizontes que nos expanda a mentalidade. Quando podemos mudar (o referendo por exemplo) preferimos ficar em casa a queixarmo-nos de tudo e de todos enquanto lemos jornais de merda, livros de merda e vemos programas de Tv de merda. E votamos em Salazar para que o “senhor doutor” fique entre os 10 primeiros. Felizmente que o filho da puta está mais que morto, enterrado e as suas carnes secas e cinzentas de padre da aldeia há muito que foram comidas pelos vermes. Mas o seu espírito continua vivo em nós. Enquanto não o matarmos completamente, nunca seremos um país verdadeiramente do 1º Mundo.
Prá ti, Maria!
"África tem sede de Maria"
Não li o artigo, logo não me posso pronunciar, mas como sou um bastardinho céptico e realista, diria que tem piada, à primeira vista eu diria que África tem mais sede de água. E fome de alimentos. E necessidade de paz, escolas, hospitais e infraestruturas decentes, desenvolvimento humano e económico, estabilidade política e governantes senão honestos, pelo menos não totalmente criminosos.
48 horas
segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007
Da minha série TV favorita, eu seria
You scored as Spike. You scored as Spike. You feel like you're misunderstood. When you care for others, it's deeper than they'll ever know. Though no one thinks you'll change/pull through, you'll show them.
Which Buffy The Vampire Slayer Character Are You Most Like!? created with QuizFarm.com |
As confissões de Saraiva
Já agora, uma prima minha com as drogas que meteu nestes últimos 30 e muitos anos (aliás diz-se que foi graças a ela que o Rui Reininho..bom, isso não importa) de certezinha que já viu Deus em pelo menos 2 ocasiões, 10 Jesuses, 20 Moiséses, 20 Maomés, 50 Nossas Senhoras, 100 Confúcios, um Osíris, e um Buda cor-de-laranja. Posso ser canonizado também?
Cai um mito
Graças ao 24 Horas ficamos a saber que afinal aquilo do "Mãe há só uma" era treta.
Aflições
Não é que na capa de hoje havia uma notícia a dizer que a Merche Romero saiu do desfile de Carnaval para ir ao WC de um café? Sabendo do que a casa gasta, o meu palpite é que ela não deve ter ido fazer o #1 nem o #2, mas antes reabastecer as baterias, mais ou menos assim:
domingo, 18 de fevereiro de 2007
The A-Ring! This is so cool!
Hannibal Rising
Ambos fizeram um excelente trabalho; quando o protagonista de um filme comete crimes horrendos E mesmo assim só sentes simpatia por ele, sabes que estás perante um bom filme de terror. Hannibal Lecter é um monstro, não por ter nascido assim, mas porque lhe quebraram o espírito e lhe mataram o coração. Talvez como análise psicanalista seja muito básico e errado…mas para argumento de thriller, chega perfeitamente. (falando em MILFs, e aquela senhora asiática? Ui, ui!).
E eu que pensava em que filmes agradáveis em que garotas chamadas Michas fossem comidas só existiam no cinema checo ou russo…
Hollywoodland
Blood Diamond
Blood Diamond estranhamente não foi nomeado para o Óscar de Melhor Filme.
Estranhamente porque tem tudo para ganhar: tem o Leonardo DiCaprio (que me está a surpreender como actor…talvez ganhe ele o Óscar?) a morrer no fim (toda a gente sabe que filmes em que o Leo morre no fim são bem premiados, e dá a Hollywood aquele ar todo modernaço de se preocupar com questões sociais relevantes (no caso o tráfico ilegal de diamantes, crianças-soldados e a forma quase esclavagista como os africanos são obrigados a trabalhar como mineiros), AO MESMO TEMPO que mostra um irrealista final (não feliz, mas agridoce) moralista americano, em que o traficante de diamantes, um criminoso ambicioso nascido na antiga Rodésia, e sem ter completamente aniquilado os seus preconceitos raciais, acaba por mudar totalmente, dando ao negro e ao seu filho a oportunidade de fugirem com o diamante e a hipótese de denunciar a situação vivida na Serra Leoa aos finais do século XX, sacrificando-se e morrendo pelo amor à verdade, a uma mulher (americana! Grande surpresa!!!) e a África, no fundo.
Ok, posso achar o final um pouco idealista demais. Mas gostei do filme. Muito! Mostra-nos a realidade que não queremos ver (“this Sierra Leone news are shown on CNN, somewhere between the sports and the weather”) de uma forma brutal, crua, nua, dura.
Nós não sabemos o que é o 3º Mundo. Nós não sabemos o que é África. Ouvimos dizer que é um lugar pouco agradável, em que pessoas fazem coisas pouco agradáveis a outras pessoas, e que a maior parte dessas pessoas não têm vidas muito agradáveis. Por vezes é bom filmes como estes. Uma estalada na cara para quebrar a letargia.Dêem a Djimon Hounsou o Óscar de Melhor Actor Secundário. Por favor!
Little Niss Sunshine
Porém foi uma surpresa agradável colocarem esta pequena jóia agora em reposição no Cidade do Porto (eu já vi há largas semanas), ganhadora já de vários prémios da crítica e de festivais de cinema independente, na lista de candidatos a melhor filme, bem como terem nomeado Alan Arkin e Abigail Breslin (avô e neta no filme) para o Óscar de melhor Actor Secundário e melhor Actriz Secundária.
Como todos os melhores argumentos, este é bem simples, à primeira vista. É basicamente um dysfunctial family road movie. Nesta comédia negra temos um homem cuja profissão é vender o seu plano motivador de 9 passos para uma vida melhor ficar recentemente falido, a sua mulher, cheia de stress e trabalho, o irmão desta, que acaba de sair de um estado de depressão e tentativa de suicídio por ter visto um seu colega professor da universidade roubar-lhe o seu namorado/estudante e a sua posição como principal autoridade de Proust na América, os dois filhos do casal, um adolescente cheio de angústia (adolescente cheio de angústia? Essa é nova!) totalmente obcecado por Nietzsche que fez um voto de silêncio até atingir o seu objectivo de entrar na Academia da Força Aérea, e a excelente Abigail Breslin como uma menina que se inscreve num concurso de beleza na Califórnia, apesar de se achar mais gorda e menos bonita que as tradicionais rainhas de beleza; e finalmente o avô paterno dos miúdos, recentemente expulso de um Lar para a 3ª Idade por sniffar heroína. Estabelece-se entre o avô e a neta uma ligação especial, que o leva a motivar e treinar a neta para o concurso de talento e beleza infantil que terá lugar na Califórnia. Assim a família vê-se obrigada a ter que se aguentar junta durante dois dias, o tempo de ir do Novo México para a Califórnia na sua velha carrinha VW amarela.
Durante a viagem, a morte do avô, a quebra do voto de silêncio (e do seu sonho de ser piloto da força aérea) do irmão e o final em que a família defende a miúda da indignação dos júris e público do número burlesco e quase strip-tease-ico que fez em honra do avô (e também a defendendo dos preconceitos estéticos e de beleza-padrão ocidentais) leva a família a unir-se e a reforçar os seus elos afectivos. Esta deliciosa comédia negra que trata das relações familiares, (do erro) da concepção a preto-e-branco, ganhadores/perdedores da sociedade contemporânea, conta ainda com a participação da minha querida Toni Collette, uma actriz que na minha opinião é muito subvalorizada.
sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007
O Aborto da Ilha
A última diarreia mental do Aborto da Ilha gira à volta de duas idéias-chaves. A primeira é que os portugueses não têm testículos pelo facto de, na sua maioria (dentro da minoria que se deu ao trabalho de ir votar), terem dito SIM à despenalização da interrupção voluntária da gravidez no recente referendo. A segunda é que se a lei for aprovada (SE!! LOL) ele próprio irá contestar a sua validade constitucional, dado o carácter não vinculativo do dito referendo.
Sabem, eu não sou uma pessoa educada e culta como o Aborto da Ilha. Não passo de um pobre campónio semi-analfabeto e para o Aborto da Ilha eu devo ser um cubano/comuna/terrorista/ateu/excomungado/assassino de crianças (essa inesgotável fonte de rendimento da Ilha), que irá para o Inferno juntamente com toda a sua cidade de cubanos/comunas/terroristas/ateus/excomungados/assassinos de crianças (essa inesgotável fonte de rendimento da Ilha), o único distrito do Norte que teve a ousadia iconoclasta de dizer SIM! SE eu fosse responder da forma que sei aos seus argumentos, teria que escrever uma longa epístola em que, usando e abusando de uma linguagem, vá lá, colorida e gráfica, bem brejeira e ao nosso gosto ("Gil Vicente e tal" como diriam os outros), sugeriria ao Aborto da Ilha que fosse visitar lugares bem exóticos; que se envolvesse em relações sexuais, algumas das quais algo bizarras e badalhocas, e incluindo seres vivos não necessariamente humanos; e ainda daria o meu palpite sobre a profissão exercida pela senhora sua mãe.
Consciente da minha inferioridade face ao Aborto da Ilha, tentarei apenas reduzir a minha ignorância campestre, levantando várias questões evitando o vernáculo do meu norte (conti)natal, por respeito a tão refinado pensador e cavalheiro.
1 - "Os portugueses não têm testículos porque votaram Sim!"
Isto significa que o Aborto da Ilha é um nosso compatriota destesticulado, ou que se afirma como um estrangeiro?
2 - Se é estrangeiro, podíamos parar, por favor, de lhe enviar o nosso dinheiro?
3 - Mas espera, da última vez que eu vi, eu tinha um par deles! Significa que eu não sou português, ou terei alguma maleita fatal, quiçá um temor maligno manifestado pela existência de dois inchaços (um um pouco maior que o outro) na região da minha - de outra forma rasa - virilha?
4 - Se não temos testículos, porque há gravidez, abortos e referendos? As nossas mulheres andaram aí na maroteira com estrangeiros?
5 - Os referendos sem força vinculativa têm força vinculativa nos casos em que a nossa opção ganhou?
6 - Mais abortos = menos meninos pobres na Ilha = menos realizadores de filmes "independentes" neerlandeses a visitarem a ilha = menos euros a rechear os cofres da Ilha. Esta equação está correcta?
7 - O Aborto da Ilha saberá que já estamos todos um bocadinho fartos de darmos dinheiro para financiarmos clubes de futebol da Ilha e jornais de propaganda partidária da Ilha, ao mesmo tempo que somos insultados?
8 - O Aborto da Ilha tem muitos fãs dele e do seu estilo no continente. Não seria possível que imigrassem todos para a Ilha?
9 - Se os portuguesses tivessem mesmo testículos, dos grandes e no sítio, algum Primeiro-Ministro, Presidente da República ou dirigente do partido do Aborto da Ilha já teria metido aquele grande filho da puta no seu lugar. Significa que ele tem razão?
10 - No próximo referendo, não podemos decidar dar a independência àquela merda?
PS - Vá lá, só usei dois palavrões: "merda" e "puta". Nada que não tivesse sido já dito no Parlamento da Ilha para insultar deputados de outros partidos.
terça-feira, 13 de fevereiro de 2007
Private Invader
Ok, vamos supor que por alguma razão incompreensível e insondável, o Bush resolvesse criar a sua própria, honesta versão do Private Dancer da Tina Turner.
Talvez lhe saísse algo assim (clicar aqui para comparar com a versão original):
All the Iraqis and Americans dying in this place
And the Iraqis and Americans are all the same
You don’t have to look at their faces
And you don’t care about their names
You don’t think of them as human
In fact you hardly ever think at all
You keep your mind on the money
Buried beneath the arid Middle Eastern soil
Chorus
I’m your private invader, invading for money
But blame it on Cheney ´cause I have a very low IQ
Blair’s my only friend; I’ve lied to the UN
No WMD, and I’m fuckin´American civil liberties too
I wanna make a gazillion dollars
I live in the house Clinton and dad had before me
I have Connie, Laura and two drunken, redneck children
Yeah, I guess they’re my rich-white-trash family
All the Iraqis and Americans dying in this place
And the Iraqis and Americans are all the same
You don’t have to look at their faces
And you don’t care about their names
Repeat chorus twice
Kill all sandniggas for petrodollars
American superior firepower will really fuck you
We’ve hanged Saddam by the collar
Too bad we can’t say the same about Osama too
Repeat chorus
domingo, 11 de fevereiro de 2007
Fim-de-semana alucinante
NIN
Faltam-me palavras para descrever o concerto. Os gajos são mesmo bons. Em CD e ao vivo! Não há mais nada para dizer!
Trent Razor y sus muchachos são um dínamo de energia a partir de um palco. Quando estás num concerto ao vivo e a meio da 1ª música já levaste 5 pontapés, 3 cotoveladas e cerca de 10 pisadelas, sabes que só podes estar num evento memorável!
O ambiente estava mesmo ao rubro, apesar do estranho cartaz à entrada que proibia mosh e crowd surfing. Mas a Mosh Police não andava por perto, por isso que importou isso? Eu sou bastante covarde, por sinal. Fico sempre muito à frente, mas não gosto de ficar na 1ª linha do mosh, prefiro ficar na linha de trás. E quem pode me censurar? Na 1ª fila arriscava-me a levar com uma bota na cabeça. Na 2ª ou 3ª fila estava a curtir activamente, mas na minha, sem riscos e…digamos que em 2 ocasiões diferentes aconteceram coisas bem mais agradáveis do que levar com um chute na cabeça.
Foi um fim-de-semana em cheio, no concerto a cervejinha era a verdadeira, a nortenha, a NOSSA Super Bock, houve bastante ervanário, maminhas ao léu, estive com amigos de Lisboa, amigos do Porto e amigos do Porto que vejo mais vezes em Lisboa que no Porto. Descobri uma moeda de 2 euros no bar do Coliseu dos Recreios, vi o Nuno Markl no Toys´R´Us do Colombo, e para finalizar em beleza, até o Varzim, de quem eu sou adepto desde pequenino (mas que só descobri ontem) ganhou. :D
Mas, brincadeira à parte, aqui fica o que eu gostei mais e menos no concerto:
O que gostei mais: De tudo! Trent quase em cima da 1ª fila na interpretação do Closer!
O facto de eles terem cantado a maior parte dos singles! Eu gosto de ouvir singles nos concertos, desculpem se ofendi. O facto de, ao contrário de outros concertos que eu poderia mencionar, não se terem ficado por desbobinarem o último álbum de princípio ao fim. O ambiente.
O que gostei menos: O facto de ter acabado tão depressa e não ter havido encore. Mas claro, há mais 2 shows hoje e amanhã. Pena eu não ser lisboeta (não acredito no que acabei de escrever!). A 1ª parte. Que raio de coisa era aquela? Às vezes pareciam os Madness dos anos 80, outras vezes pareciam mais banda para fazer o concerto de abertura dos Rage Against the Machine. E para terem reacção do público tiveram que estar sempre a perguntar: “Do you like NIN?” e alguém devia lhes ter gritado, “No, you idiots! We hate NIN, we´ve just come here to see YOU, Popus, or Populus or whatever your name is. Otherwise, we´d all be in Guimarães by now, watching Micakel Carreira at the Pavilhão Multi-Usos.” Olha, devia-me ter lembrado disso ontem!
PS – Quando cheguei hoje ao Porto, a 1a coisa que fiz foi votar. A 2ª foi pousar as malas. Literalmente. Parece que a isenção vai alcançar os 60%. Povo de merda! O referendo não será vinculativo, mas (e falando em PS), espero que o covarde governo PS do Sócrates faça o mesmo que o covarde governo PS do Guterres, ou seja, guiar-se pelo referendo, independentemente de este ser vinculativo ou não!
sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007
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Eu gosto de mulheres socialites. Não têm nada a ver com essas gananciosas working girls que para aí andam, “ahdotrabalhoparaoginásioparacasaeugostomuitodeleraCosmopolitanadorava encontrarumdejeitomasosmelhoresousãocomprometidosousãogaysquemsabeumdiater filhosmascarreiraprimeiromeudeusjátenhorugasseráqueelevainotarsenãogostarquesefodaatéporqueaquilonãovaidaremnadaqueinvejadasminhasamigasporra”.
Nada disso. As mulheres socialite, respect! São o sal da terra e pilares da sociedade. Não têm nada na cabeça, mas têm os bolsos cheios da herança do papá e/ou porque souberam/sabem foder os gajos certos no local certo e na altura certo. Há que respeitar isso! E aparecem a mostrar as crianças em Andorra e Suiça no Inverno e nas Caraíbas no Verão (ou nas Fiji/Seicheles/a ilha exótica que esteja in este ano), participam em obras de caridade, festas temáticas, vernissages, vão a eventos culturais que seja fino assistir, e onde têm que ser vistas, tentam novos restaurantes exóticos…
Por acaso fui parar numa crítica a um restaurante português em Londres. O autor do artigo não gostou especialmente (deu-lhe um mediano/medíocre valor de 2,5 estrelas), e chegou a brilhante conclusão que a comida portuguesa é exactamente igual a espanhola (não existe comida espanhola. Existe cozinha galega, asturiana, castelhana, valenciana-catalã , navarra-basca…), mas ainda mais salgada. Tudo bem. Na mesa e na cama, gostos não se discutem! Como não aceitar que a mediterrânicamente oleosa comida portuguesa arranha as delicadas e eruditas papilas gustativas de um povo que gosta de comer com as mãos peixe frito e batata frita enrolada em papel de jornal e de comer empadão de fígado e rins de carneiro?
Porém, quando vais ler a crítica de um restaurante étnico e os primeiros 3/4 da crónica são para atacar gratuitamente o país de origem do dito restaurante, tu sabes que estás a lidar com um crítico imparcial e profissional. A ideia-básica a reter é que éramos uma potência e agora somos um zero à esquerda (e novidades?). Começa a dizer que a Inglaterra se tornou nossa aliada à 700 anos, porque mais ninguém queria ser amigo de Portugal (o que é mais ou menos o que a América faz com o Reino Unido hoje…) para acabar com esta frase lapidar: “Diga o nome de três portugueses que não tenham sido marinheiros”.
É engraçado…desde quando maior riqueza per capita tem influência no reconhecimento internacional? A Dinamarca é riquíssima. Eu só conheço 2 dinamarqueses famosos:
Hans Christian Andersen e o Søren Kierkegaard (e este último “é” um filósofo alemão, tal como Kafka “não é” um escritor checo). Diga o nome de um finlandês que não tenha inventado nenhum sistema operativo! Diga o nome de um holandês que não seja pintor! (a família de Anne Frank era alemã e Baruch Espinoza um judeu sefardita luso-espanhol).
E que caralhos têm tudo isso a ver com o facto do crítico gastronómico ter achado o presunto português muito gorduroso e salgado?
É triste ter-se sido rico e agora ser pobre. Mais triste ainda deve ser ter-se sido dono e senhor do mundo, e agora não passar do lacaio número um dos novos senhores do planeta.
*ethnic em inglês é tudo que não for anglo-saxónico, da mesma forma que world music é toda a música não cantada em inglês ou espanhol (que aí terá o nome de latino music).
quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007
Reservoir Cats
O Scratchy deveria estar com uniforme da Polícia!
A orelha cortada deveria ter sido antes do banho de gasolina!
* que na verdade só o são se fizermos uma análise comparativa entre o filme original e este episódio do Itchy & Scatchy dentro deste episódio dos Simpsons. Se pensarmos nisto pelo que é (uma sátira/homenagem de Matt Groening ao Reservoir Dogs e ao SENHOR Tarantino), então uma adaptação liberal da famosa cena é justificada.
Percepção sensorial alterada
Smylex
O problema com a Banca e Seguros é que é difícil vivermos sem eles. E eles sabem-no. O que torna ainda mais ridículo a publicidade dessas instituições. Para ser sincero, eu aprecio Marketing e Publicidade, mas a publicidade que a Banca e os Seguros fazem provoca-me uma náusea só superada pela da auto-promoção que a TVI faz todas as dias no Jornal da Noite.
Todo o marketing se baseia em fazer passar 2 idéias:
Na publicidade bancária, toda a gente é muito simpática e sorri muito. Aliás é mais fácil encontrar dentes brancos e impecáveis num spot publicitário de um banco do que num da Colgate ou da Pepsodent.
Funcionários sorridentes recebem clientes sorridentes (embora a ideia de uma dentição natural, completa e limpa possa parecer estranha a clientes da CGD) num sorridente banco. No banco sorridente, não há demoras, nem filas de espera. O simpático, competente e prestável funcionário sorridente, espera sorridentemente os sorridentes clientes (sorridentes jovens, sorridentes famílias, sorridentes idosos), num ambiente agradável, limpo (sem nenhuma cinza, beata ou papel de Multibanco no chão). Por toda a parte, imagens de celebridades sorridentes. Afinal se uma actriz boazona ou um futebolista famoso recomendam esse cartão de crédito ou este banco, quem sou eu para não meter aqui todo o meu dinheiro?
Experimente já agora, o nosso seguro de vida. Assim já sabe que vale mais morto do que vivo, e a sua mulher fica a saber que se algo lhe acontecer – o Diabo seja cego, surdo e mudo – ela pode ficar milionária do dia para a noite! Vá, mostre lá esses esmaltes!
Mas não nos agradeça. Por quem sóis! Nós só fazemos isso pelo seu interesse. E sorrimos muito. Isso não chega?
domingo, 4 de fevereiro de 2007
A 11 de Fevereiro, lembrem-se: a vida é sagrada!
Ao contrário do que querem fazer crer as organizações “pró”-vida, e quem está por detrás delas (a começar pelo Cardeal-Patarata de Lisboa, o humorista que disse que a Igreja não se iria imiscuir no referendo), o aborto não é um crime. Um crime é dar à luz os bebés e atirá-los para o lixo, OU (o que é ainda mais desumano) atirá-los para uma existência plena de abusos psicológicos e físicos. Crime é violar, torturar e matar crianças que deveriam ser amadas!
O aborto deve ser evitado; mas se for mesmo necessário, é um direito e uma escolha da mulher!
Eu respeito a decisão de quem votar “Não”! É uma democracia, julgo, e como diria Voltaire a Rousseau: “Não concordo com o que dizes, mas defenderei até à morte o teu direito a fazê-lo.”
Mas não posso aceitar argumentos que caiam no ridículo. Não posso aceitar que no século XXI alguns párocos ainda nos queiram vir ameaçar com excomunhões, ou dizer que uma criança de 10 anos tem mais possibilidades de se defender de uma agressão que um feto!!!
Para quê esses discursos? Eles acreditam mesmo que alguém vai mudar o sentido de voto com medo do Diabo??????? Ano 2000? A parte mais conservadora do Clero ainda nem em 1500 vai!!!
Acima de tudo não posso aceitar a hipocrisia da Igreja!
Dizem que a vida é sagrada, mas porque é que oficialmente toleram o aborto em casos de violação? Há anos atrás umas freiras foram violadas em África, e puderam interromper voluntariamente a gravidez. Porquê? Porque é que os fetos, inocentes do facto de serem fruto de violação, têm menos direito à vida que os outros fetos? Saberão estes senhores que a violação pode acontecer no leito conjugal, dentro dos sagrados laços matrimoniais?
Admiro a coerência de Fernando Santos, conhecido treinador de uma associação desportiva lisboeta. Ele é CONTRA todo o tipo de abortos, mesmo em caso de violação.
Isso SIM, é coerência e honestidade, e digo-o com toda a sinceridade, mesmo que discorde dele.
A questão ética-religiosa é a seguinte: a Igreja não é a favor da vida. A Igreja é a favor de TUDO que possa evitar, dificultar ou em última instância punir o sexo com outro intuito que não seja a reprodução!
Ao contrário do que pensam ALGUNS defensores do “Não”, as mulheres que optem por abortar não são putas levianas e assassinas. São seres humanos que podem ter cometido um erro, SIM, (“Uma vida não é um erro”, dirão alguns. Eu concordo. Mas conceber sem condições emocionais, psicológicas ou económicas é um erro, e dos grandes!) mas que têm todo o direito de o corrigir em condições dignas, limpas e seguras, sem estarem sujeitas a acusações criminais E a estigmatizações e preconceitos sociais.
A 11 de Fevereiro, lembrem-se disso, SIM!??
80s
Por isso, resolvi ressuscitar o meu blog sobre os anos 80 (olha que bom!)
Por isso já sabes:
That 80´s Show is back!
sábado, 3 de fevereiro de 2007
Está frio...
Eu estava lá, e eu estar lá parecia fazer toda a diferença. Não se notou ao princípio mas depois, com o passar do serão. “Foi bom ouvir sons humanos outra vez naquela casa”, foi-me dito ao fim; e um silêncio sorumbático foi a única resposta que dei, e no meu âmago esse silêncio foi agridoce.
Estava feliz por ajudar, aquela felicidade que o é porque se confunde com o orgulho de (poder ser capaz de) ajudar…mas não deixei de estar triste por eles, e sobretudo por ela.
O calor que me dedicaram foi sincero e verdadeiro…e eu senti-o. Mas também senti que foi uma excepção, fui uma excepção. E senti frio!
Não há nada errado naquela casa…não deve faltar amor. Mas é tudo tão…FRIO! E silencioso…e o frio, e o silêncio e o tédio transbordam dos lares mais felizes. Não me atreveria a chutar a pureza alva da parede da sala…quantas baratas devem lá existir. E quantos esqueletos de tantos dias e tantas noites frias e silenciosas e entediantes.
Já em casa, preparo-me para dormir. Só, mas não me sinto sozinho. Sinto-me na minha toca, seguro e aconchegado do frio que se faz sentir; adormeço pensando no paradoxo que a Solidão é um jogo que se pode jogar a dois.
sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007
Jesus, Joseph and doggy-style Mary!!* Nooo!
You Are Most Like George H. W. Bush |
You're considered boring by people that don't know you well. But like Bush senior, you do crazy things. Maybe you'll end up banning broccoli in your house, or puking on the Prime Minster of Japan! |
* Que é a minha quote favorita do Jarhead! Assim, já estou a falar de cinema, ou seja, a alargar o alcance temático do post, e a tentar disfarçar o facto de estar a encher esta merda com quizes, apesar de já ter dito que não os suporto. Mas lá está. Sou coerente na incoerência.
Scoop
E com este post retomo aquela antiga tradição de mandar os meus bitaites sobre filmes que vi. Desengane-se, porém, quem pensa que isto vai ser como antigamente, em que eu postava sobre toda e qualquer bosta que ia ver ao cinema. Sou uma pessoa mais criteriosa, e já há muito que me deixei de gastar o meu tempo e dinheiro – nem um nem outro são abundantes – em merda! Pelo menos faço por isso, mesmo que esse objectivo nem sempre seja alcançado.
Podem dizer que o homem está velho, acabado, que perdeu punch…é natural, a idade não perdoa, e após tantos e tantos filmes torna-se difícil manter o mesmo ritmo, e a mesma frescura, e a mesma originalidade. Mas que querem? Eu gosto muito do Woody Allen. E continuo a gostar. Não gosto por ser fino ou intelectualóide gostar do tio Woody, mas porque vou ver os filmes dele - alguns são melhores que outros, evidentemente - e me entretenho. Gosto dos filmes deles porque me entretêm, sim, mas não aquela sensação de divertimento acéfalo e vazio que nos invade depois de termos visto uma comédia idiota, um slasher movie sem categoria ou um blockbuster com mais marketing que conteúdo. Há dias falava com alguns amigos que não apreciam especialmente o tio Woody, e houve um que disse: “O Match Point sempre é melhor que o Scoop.” Como filme, concedo que sim. O argumento do Match Point é mais denso, mais twisted e – apesar de não ser um paradoxo de originalidade – é menos previsível que o Scoop. Match Point é um filme mais sério, e em termos de contextualização, mais “inglês” que Scoop, que apesar de também ter sido filmado no Reino Unido (o Velho Continente sempre valorizou mais Allen que o seu próprio país) poderia muito bem se passar na sua querida Nova York.
Mas a questão é que, apesar de eu considerar o Match Point um melhor filme (embora não dos melhores de Woody Allen), gosto mais do Scoop. E porquê? Porque o Woody Allen participa como actor. E eu gosto mais assim. Outro amigo meu disse que as personagens deles são sempre irritantes e sobretudo iguais. Mas evidente! Isso acontece porque as personagens dele…não são personagens! Seja qual for o nome que apresentem, as personagens são sempre o Woody Allen. Aquilo é o que o Woody é, aquilo é o que o Woody diria, aquilo é o que o Woody faria se estivesse na mesma situação da personagem.
Em Scoop, quando ele diz “I was born on the hebrew religion, but I converted to narcisism”, ou quando a Scarlett Johansson (que “A Ilha” seja lembrado como apenas um acidente de percurso numa carreira que se espera longa) lhe diz “For you, the glass is always half-empty” e ele responde: “No, for me it´s always half-full…of poison!”, ou ainda quando a personagem dele descreve o que gosta ou desgosta em Londres, ali sabemos que o filme parou e que estamos a escutar o verdadeiro Woody, o bom, velho, paranóico, neurótico, existencialista Woody. Gostei da sinergia entre a personagem dele (um ilusionista americano) e a da Scarlett (uma aspirante a jornalista americana que contacta através de um truque do mágico, com o fantasma de um famoso repórter morto, que a pode ajudar a encontrar o grande “furo” jornalístico que lance a sua carreira), e aprecio a versatilidade cinematográfica de Hugh Jackman.
O argumento, embora aligeirado, não é fútil, focando sobretudo na dicotomia entre a razão e a emoção, vontade e sentido do dever, o que desejamos e o que sabemos (ou tememos) ser certo, entre o que idealizamos e a realidade.
O melhor de Woody já lá vai? Talvez. Mas se todos envelhecêssemos assim, a decadência seria uma coisa maravilhosa!
quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007
Tenho mesmo que dar títulos a estes testes de merda da blogthings?
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