Ah, a magia do cinema! Quando pensamos que Hollywood já está enfadonhamente previsível no seu mainstreamismo primário, eis que eles saem-se com essa de nomear Little Miss Sunshine (recuso-me a falar no nome que deram para a versão portuguesa: “Família à beira de um ataque de nervos”. Pode não ser totalmente descabido, mas essa de colar a um filme indie um nome associável ao filme de Almodovar é muito lame. Aliás compilar os nomes idiotas dados em português aos filmes estrangeiros era ouro bloguístico!) para o Óscar de Melhor Filme! Não que isso vá acontecer. Isto é uma daquelas “It was an honour just to be nominated” coisas. Afinal, quando é que um filme independente de baixo orçamento (8 milhões de dólares) iria ganhar o Óscar? Neste século duvido!
Porém foi uma surpresa agradável colocarem esta pequena jóia agora em reposição no Cidade do Porto (eu já vi há largas semanas), ganhadora já de vários prémios da crítica e de festivais de cinema independente, na lista de candidatos a melhor filme, bem como terem nomeado Alan Arkin e Abigail Breslin (avô e neta no filme) para o Óscar de melhor Actor Secundário e melhor Actriz Secundária.
Como todos os melhores argumentos, este é bem simples, à primeira vista. É basicamente um dysfunctial family road movie. Nesta comédia negra temos um homem cuja profissão é vender o seu plano motivador de 9 passos para uma vida melhor ficar recentemente falido, a sua mulher, cheia de stress e trabalho, o irmão desta, que acaba de sair de um estado de depressão e tentativa de suicídio por ter visto um seu colega professor da universidade roubar-lhe o seu namorado/estudante e a sua posição como principal autoridade de Proust na América, os dois filhos do casal, um adolescente cheio de angústia (adolescente cheio de angústia? Essa é nova!) totalmente obcecado por Nietzsche que fez um voto de silêncio até atingir o seu objectivo de entrar na Academia da Força Aérea, e a excelente Abigail Breslin como uma menina que se inscreve num concurso de beleza na Califórnia, apesar de se achar mais gorda e menos bonita que as tradicionais rainhas de beleza; e finalmente o avô paterno dos miúdos, recentemente expulso de um Lar para a 3ª Idade por sniffar heroína. Estabelece-se entre o avô e a neta uma ligação especial, que o leva a motivar e treinar a neta para o concurso de talento e beleza infantil que terá lugar na Califórnia. Assim a família vê-se obrigada a ter que se aguentar junta durante dois dias, o tempo de ir do Novo México para a Califórnia na sua velha carrinha VW amarela.
Durante a viagem, a morte do avô, a quebra do voto de silêncio (e do seu sonho de ser piloto da força aérea) do irmão e o final em que a família defende a miúda da indignação dos júris e público do número burlesco e quase strip-tease-ico que fez em honra do avô (e também a defendendo dos preconceitos estéticos e de beleza-padrão ocidentais) leva a família a unir-se e a reforçar os seus elos afectivos. Esta deliciosa comédia negra que trata das relações familiares, (do erro) da concepção a preto-e-branco, ganhadores/perdedores da sociedade contemporânea, conta ainda com a participação da minha querida Toni Collette, uma actriz que na minha opinião é muito subvalorizada.
Porém foi uma surpresa agradável colocarem esta pequena jóia agora em reposição no Cidade do Porto (eu já vi há largas semanas), ganhadora já de vários prémios da crítica e de festivais de cinema independente, na lista de candidatos a melhor filme, bem como terem nomeado Alan Arkin e Abigail Breslin (avô e neta no filme) para o Óscar de melhor Actor Secundário e melhor Actriz Secundária.
Como todos os melhores argumentos, este é bem simples, à primeira vista. É basicamente um dysfunctial family road movie. Nesta comédia negra temos um homem cuja profissão é vender o seu plano motivador de 9 passos para uma vida melhor ficar recentemente falido, a sua mulher, cheia de stress e trabalho, o irmão desta, que acaba de sair de um estado de depressão e tentativa de suicídio por ter visto um seu colega professor da universidade roubar-lhe o seu namorado/estudante e a sua posição como principal autoridade de Proust na América, os dois filhos do casal, um adolescente cheio de angústia (adolescente cheio de angústia? Essa é nova!) totalmente obcecado por Nietzsche que fez um voto de silêncio até atingir o seu objectivo de entrar na Academia da Força Aérea, e a excelente Abigail Breslin como uma menina que se inscreve num concurso de beleza na Califórnia, apesar de se achar mais gorda e menos bonita que as tradicionais rainhas de beleza; e finalmente o avô paterno dos miúdos, recentemente expulso de um Lar para a 3ª Idade por sniffar heroína. Estabelece-se entre o avô e a neta uma ligação especial, que o leva a motivar e treinar a neta para o concurso de talento e beleza infantil que terá lugar na Califórnia. Assim a família vê-se obrigada a ter que se aguentar junta durante dois dias, o tempo de ir do Novo México para a Califórnia na sua velha carrinha VW amarela.
Durante a viagem, a morte do avô, a quebra do voto de silêncio (e do seu sonho de ser piloto da força aérea) do irmão e o final em que a família defende a miúda da indignação dos júris e público do número burlesco e quase strip-tease-ico que fez em honra do avô (e também a defendendo dos preconceitos estéticos e de beleza-padrão ocidentais) leva a família a unir-se e a reforçar os seus elos afectivos. Esta deliciosa comédia negra que trata das relações familiares, (do erro) da concepção a preto-e-branco, ganhadores/perdedores da sociedade contemporânea, conta ainda com a participação da minha querida Toni Collette, uma actriz que na minha opinião é muito subvalorizada.
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