Há alguns meses, talvez há mais de um ano, um menino iraquiano ficou orfão e sem braços após um ataque americano (talvez tivessem ADM na despensa). Agora com 13 anos, o pequeno está a receber umas próteses no Reino Unido, uma vez que recebeu muita solidariedade e ajuda dos ingleses. Na altura, ele terá dito: "Nem uma montanha seria capaz de aguentar a dor que sinto".
Conseguem imaginar uma criança de 12 anos portuguesa, francesa, inglesa, alemã ou americana, em situações idênticas a dizer o mesmo?
É curioso. No Ocidente, ser-se poeta ou ter uma alma poética é quase uma maldição, um convite à ostracização. É ser-se diferente, maluco, quase marginal. É ser-se sozinho, outcast, boémio, inconformista. Mesmo quando se é um poeta consensual em vida, tem-se sempre uma aura alienada. No nosso Ocidente o máximo a que um poeta pode aspirar é alcançar a imortalidade através da morte.
No Oriente, das areias do Golfo Pérsico às Ilhas Nipónicas, ser-se poeta é um talento natural. É uma inclinação inata. Eles são poetas porque sim. É uma ginga.
domingo, 25 de fevereiro de 2007
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
é realmente uma questão de pudor.. digo eu.
É uma questão de mentalidade. Por mais que digamos que a globalização nos está a formatar para nos pôr todos iguais, ainda há um abismo entre mentalidades das diferentes partes do mundo. E nem é preciso ir tão longe para ver essas diferenças...
Enviar um comentário