terça-feira, 31 de julho de 2007
Viajar no Metro do Porto é uma experiência Kafkiana (parte 2 de 5)
-É por isso que é proibido comer e beber no Metro.
E vira-lhe as costas novamente. Desarmado e humilhado, José gagueja, e irreflectidamente faz tenção de mostrar o bilhete ao segurança. Virando-se novamente para ele, o “camisa castanha” disse:
- Meu amigo, não me elogie. Já lhe disse que não sou mais do que um mero "camisa castanha". É tudo o que sou ou poderei ser. Mas que seria de Die Metro von Porto sem nós? Mas já o avisei. O seu comportamento está a ser altamente reprovável. Agradeça não estar aqui nenhum “camisa azul”. Não seria agradável para si.
E a singular figura desaparece. K. sentiu-se angustiado. Sentiu-se perdido, cheio de angst. O quanto essa figura autoritária, que ora o desprezava, ora o humilhava em público lhe lembrava do seu próprio pai!
Perdido nos seus pensamentos, José K. mal notou no jovem magro e louro que se sentou a seu lado:
- Tem que ter cuidado, amigo. Por qualquer pequena falha, eles estão por cima de nós.
O jovem revelou chamar-se Otto, e vangloriou-se de ser paquete e contínuo em Die Metro von Porto!
José K. apresentou-se, e intrigado, perguntou como Otto tinha conseguido esse pequeno, e no entanto admirável emprego.
Otto disse que foi por piedade de Die Metro von Porto!
- Uma vez eu, os meus pais e as minhas irmãs Milena e Dora fomos à Loja do Cidadão para requerer uma mudança de BI. Depois de horas perdidos nos labirintos e lamaçais burocráticos dessa organização monstruosa, por fim dirigimo-nos para a Estação Estádio do Dragão, e queríamos ir para a Estação Fórum da Maia. Vimo-nos perdidos numa plataforma rodeada por 2 ou 3 linhas, e sem a menor ideia sobre que veículo tomar, uma vez que, na que deveria ser uma das principais estações, não havia nem um único mapa, embora houvesse 3 ou 4 máquinas de comes e bebes. Voltar para acima não era uma opção, visto que só havia 2 escadas rolantes, ambas para descer, e nenhuma forma para voltar ao conforto e ao ar livre. Perguntámos a um “camisa castanha” qual o comboio a tomar, mas ele remeteu-se ao silêncio. Disse que não era da sua competência dar informações, e que poderia ter problemas se fosse visto a falar connosco. Por fim tomamos o primeiro metro que chegou, mas lá dentro, apareceu um “camisa azul” que nos pediu os bilhetes. Quando lhe entregamos, começou a bradar: `Infâmia!´. Logo uma multidão nos cercou. O “camisa azul” disse que estávamos com um grave problema. O meu pai perguntou-lhe se a zona não estava correcta. Ele respondeu que sim. Perguntamos se não estávamos dentro da hora à qual temos direito, desde a validação do bilhete a viajar quantas vezes quisermos dentro dessa zona. Ele disse que sim. Por fim declarou que, na Estação Central da Trindade, deveríamos validar e re-validar o título quando e sempre façamos transbordo. Seguiu-se uma multa muito pesada, após um lento e complicado processo que minou a saúde de meu pai, e fez-nos perder a casa, os empregos e os amigos. Por fim foi-me oferecido esse pequeno emprego por Die Metro von Porto, de forma a permitir-me manter a minha família.
Die Metro von Porto tem sede na Avenida dos Aliados, ao lado da Burgomestria. Lá eu faço pequenos serviços variados que me são dados por funcionários menores. O director-geral é o senhor Claus, mas eu nunca o vi. Aliás, quase ninguém viu alguma vez o senhor Claus ou sabe sequer qual a sua aparência. Diz-se que só o Burgo-Mestre o conhece. As suas ordens só indirectamente me chegam. Lá também se vê alguns “camisas castanhas “ e “camisas azuis”, além de um vasto número de faxineiras.
A única pessoa que conhece Claus é Frida. Frida é uma ex-faxineira que se tornou amante de Claus. Agora ela é chefe dos serventes e é ela responsável pela gravação daquela voz irritante bilingue: `Próxima Paragem…Trindade! Next Stop…Trindade! A próxima Paragem…Trindade tem conexões com autocarros! The next Stop…Trindade has conection with buses !´
Intrigado com o que ouviu, José K. pediu o telemóvel do jovem. Tinha um tio advogado que talvez pudesse interceder…
- Oh não, sr. K. Sou muito feliz assim e só tenho que obedecer a Claus e a Die Metro von Porto !
Não há outra maneira, e porque deveria haver?
30 de Julho de 2007 - o dia mais negro do Cinema Europeu
segunda-feira, 30 de julho de 2007
sábado, 28 de julho de 2007
Viajar no Metro do Porto é uma experiência Kafkiana (parte 1 de 5)
Como sempre, a aquisição (ou antes, carregamento) do bilhete foi uma experiência traumatizante. José K. não apreciava a máquina de bilhetes. Era preciso um curso intensivo para se familiarizar com todas as nuances, as pequenas especificidades do touch screen. Evidentemente que a informação não era muita. Resumia-se a um mapa na parede, onde a zona urbana da região do Grande Porto se encontrava segmentada em áreas multicoloridas, sendo atribuída a cada área uma letra (normalmente “Z”, “N” ou “C”) seguida de um número para identificar o tarifário do bilhete. José K. não queria de forma alguma ter que pagar uma multa, por isso estudava sempre minuciosamente o mapa. O que era desarmante é que lhe parecia que as letras, números e mesmo cores variavam de estação para estação. E ainda que, nesta mesma estação, as letras, números e cores nunca eram as mesmas de dia para dia. Atribui a isso cansaço mental, provocado por stress no escritório e no seio da sua família.
Introduziu o bilhete na máquina, viu que a última vez que o tinha carregado tinha sido com “Zona 3”, voltou a carregar mais uma viagem da Zona 3 (embora lembrava-se, ou parecia lembrar-se, que da outra vez que tinha estado com Josefina B. tinha pago somente 2 zonas. Porém, quem o poderia afirmar? Preferia pagar mais alguns cêntimos do que se meter em confusões com Die Metro von Porto!), voltou a tirar o bilhete.
Quando se preparava para pagar verificou que não tinha moedas trocadas. Como a máquina não aceitasse notas, dirigiu-se a um segurança, alto e esguio, de longos bigodes grisalhos que se encontrava de sentinela encostado à parede. Pegando numa nota de €5,00 perguntou-lhe se poderia fazer o favor de lhe destrocar.
Olhando José K. com gelados olhos azuis, o segurança disse somente:
- Não posso ajudá-lo. Mesmo que quisesse, não me é dada essa opção. Não sou mais aqui que um simples "camisa castanha".
José K. tentou obstar, mas o segurança só lhe disse:
- Meu amigo, quem pensa que é? Cada acção que faça dentro do Metro pode servir para a sua condenação!
E virou-lhe as costas. Perplexo, e não vendo mais ninguém na estação, José K. só teve a opção de introduzir o seu cartão de débito na ranhura destinada para o efeito. Meteu o cartão, tirou o cartão, mas ao introduzir o PIN, notou que os botões numéricos do Multibanco estavam muito presos e não reagiam, por mais força com que carregasse. Por fim a operação foi anulada por ter sido ultrapassado o tempo necessário para a operação. Suspirou. Voltou a introduzir e retirar o cartão e tentou martelar as teclas. Repetiu 2 ou 3 vezes a operação até finalmente, quando estava para desistir, conseguiu fazer a transacção.
Passou o bilhete na máquina de validação do Cartão “Andante” e desceu as escadas rumo à gare. Ali chegado, viu que o próximo metro chegaria daqui a 3 minutos. Para relaxar da aventura do bilhete, foi tomar um café numa das muitas máquinas de comes e bebes com que Die Metro von Porto dotou as estações subterrâneas. Tirou café a escaldar, quando ouviu a voz feminina automática:
“Estimado Cliente, o próximo veículo a dar entrada na linha …1 tem como destino a estação…Senhor de Matosinhos!”.
Atónito viu o comboio a arribar. Olhou para o placar electrónico. Por certo não deviam ter passado 3 minutos. Estarrecido, viu que o número de minutos escrito era “1”, embora só se tivessem passado poucos segundos desde a última vez que olhou.
“O Metro do Porto chega sempre a tempo” era a lei principal de Die Metro von Porto!
terça-feira, 24 de julho de 2007
Finalmente um quiz sincero!
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segunda-feira, 23 de julho de 2007
Death Proof
Sim, Tarantino está de volta com Death Proof, a sequela(!) do filme repartido chamado Grindhouse que escreveu e fez em parceria com Robert Rodriguez. A prequela, Planet Terror, realizada por Rodriguez tem estreia em Setembro.
OK, pessoalmente não acho que Death Proof seja o melhor filme de Tarantino. Seria injusto compará-lo aos seus “irmãos mais velhos” no entanto, uma vez que não é um projecto independente e autónomo. Mas tudo o que nos faz gostar de Tarantino está lá:
Há duas coisas que saltam à vista neste filme: um forte 70s feeling (Duel vem à mente nalgumas cenas) e claro está, o girl power.
A 1ª parte do filme parece um Coyote Ugly on steroids. E que bem que está Quentin no seu cameo usual representando o barman Warren.
Claro, aqui aparece a verdadeira estrela do filme, Kurt Russel, no seu melhor papel desde há anos, uma nova feliz "vítima" da magia tarantinesca de ressuscitar carreiras.
Russel como o Duplo Mike, retornado como uma espécie de um evil Snake Plissken, com os dois olhos mas seriamente perturbado, muito menos susceptível de excitação sexual por um fabuloso lap dance do que pela caça e assassinato de jovens e belas mulheres na auto-estrada, atirando-se contra os carros delas com o seu carro de stuntman, “à prova de morte se estiveres sentado ao volante”.
O girlpower, presente em Kill Bill (como esquecer The Bride?!) aqui aparece em força, quando três mulheres (a beleza exótica de Rosario Dawnson volta a revestir-se de força depois de Sin City, e de referir o bom trabalho de Zoe Bell, a stuntwoman kiwi que costuma trabalhar nos filmes de Tarantino) agindo em conjunto, vão finalmente lutar contra a esmagadora falocracia de Mike. Um homem e o seu carro num mundo em que as mulheres não são mais que mero objecto de caça e gozo, a serem usadas, mastigadas e cuspidas a seu bel-prazer. Fast cars, fast women. A metáfora sexual torna-se mais do que evidente quando vemos o Stuntman Mike sentado no capô do carro, com o ornamento a surgir entre as pernas.
Em nota de rodapé, adorei essa de aparecer o sheriff do Kill Bill e o seu “son number one”. E a cena em que aparece Lebanon…e somente uns segundos depois ,Tenesse.
São estes pequenos nadas tarantinescos que definem o autor e a sua obra.
domingo, 22 de julho de 2007
Arriba España y Viva Franco ou É esta a "Iberia" em que queres que vivamos, Saramago?
El Jueves, de seu nome completo “El Jueves, la revista que sale los miércoles”, literalmente “5ª-Feira, a revista que sai às 4ª-Feiras”, para quem não saiba, é uma revista satírica semanal e contestatária de humor, com um cunho nitidamente anarquista, republicano e de esquerda. Pensem numa mistura entre José Vilhena e a MAD Magazine, traduzam para espanhol e terão ideia do que eu estou a falar.
El Jueves, como todo bom ícone pop cultural anti-conformista é imparcialmente iconoclasta. Nada nem ninguém de relevo na Sociedade Espanhola está a salvo de El Jueves. Casa Real, Governo, Oposição, PSOE, PP, Opus Dei, Igreja Católica, ETA, figuras da Imprensa, da Arte, do Cinema, da Música, do Desporto, políticos nacionais ou de regiões autónomas espanholas, do Jet Set e as principais figurinhas e acontecimentos sócio-políticos mundiais são semanalmente derretidos com o mais corrosivo (mas fino e inteligente) humor.
Esta semana, El Jueves foi vítima de um sério atentado à Liberdade de Expressão. A sua última capa ofendeu certamente a Família Real, já que um juiz mandou que se apreendessem todas os exemplares desta semana. A capa é esta:
É uma sátira aos incentivos à natalidade oferecidos recentemente pelo Governo de Zapatero. Felipe, o Príncipe das Astúrias a agarrar Letizia numa bela duma canzana, e o texto diz:
“Já te deste conta que se engravidares isto é o mais perto de trabalhar que eu estive na vida?”
Eu sei que o caso é polémico. Eu sei que uma opinião consensual nunca seria alcançada, uma vez que está em causa, tal como nos casos dos cartoons dinamarqueses de Maomé, um conflito de consciências entre quem pensa que a Liberdade de Imprensa é um direito sagrado e não alienável, e quem pensa que há o dever moral da Imprensa impor a si mesma certos limites, de forma a não ofender ninguém nem ferir susceptibilidades e a não cair na Libertinagem de Imprensa. Ambos os argumentos são válidos e correctos.
Eu defendo a liberdade da Imprensa publicar o que bem entender, dentro do tipo de publicação que faz, desde que não falte à verdade e não difunda mensagens de ódio.
Posto isto, há que ter em conta a especificidade de cada publicação. Um jornal ligado à Direita como o ABC evidentemente que apresentará uma notícia tratada de forma a dizer mal de Zapatero, um jornal nacionalista Catalão como o Avui (escrito nessa língua) apresentará uma opinião tendente à autonomia senão independência da Catalunha…e uma revista de humor como El Jueves goza tudo e todos.
A minha opinião é que não entendo como a capa pode ser ofensiva para alguém. Os Príncipes das Astúrias são casados, fodem e têm filhos. Isso parece-me óbvio, até para os mais empedernidos espanholistas monárquico-católicos. As figuras públicas perdem um pouco o direito à imagem. É assim que as coisas são. Quem quer que pudesse ter ficado ofendido com essa revista certamente não lê El Jueves. Quem lê El Jueves são anarquistas, intelectuais de Esquerda, republicanos e nacionalistas galegos, bascos e catalães (embora a revista seja escrita 100% em castelhano e não tenha uma tendência separatista). Eu penso que o verdadeiro problema é que a revista insinuou (oh, coisa grave!) que os gajos da Casa Real são uma cambada de preguiçosos e ociosos!
É assim que El Jueves é. El Jueves gosta muito de gozar a Casa Real (Quando o Rei teve o seu primeiro neto, a capa de El Jueves mostrava ele com o bebé nos braços e a dizer: “Sofia, o nosso neto saiu-nos Republicano. Acaba de me mijar encima) mas porque a Espanha é uma Monarquia Constitucional. Se fosse uma República por certo gozaria o Presidente.
Esta é a minha opinião. Porém respeito quem não pense assim, e quem pense que foi cometido um crime de ofensa pessoal e lesa-majestade.
Mas eu tenho que ficar enojado que a Espanha, que tanto sofreu na Guerra Civil e às mãos de El Caudillo possa em pleno século XXI tomar essa venezuelana atitude de censura e arrogância autoritária. Lá como cá, os velhos fantasmas não se exorcizam nem se evaporam no nada, para sempre presos a esta península meridional. Lá como cá, um pseudo-partido de Esquerda caminha em alta velocidade na contra-mão.
terça-feira, 17 de julho de 2007
Fila
Eis-me no meio, reduzido a não mais que mero elo daquele bio-organismo pluricelular chamado fila. Sou a mais irrequieta e impaciente unidade, enfurecido pelo tempo que estou aqui a desperdiçar. Posso estar a meio da fila ou ser o último…o que virá após de mim não me apoquenta. - Excepto quando sou o último e sou assaltado por pessoas ignorantes ou que passam por o ser, tratantes que me perguntam com ar estúpido. “O Sr. desculpe, está à espera”, como se a pública demonstração da sua real ou simulada estupidez fosse o bastante para os deixar passar à minha frente.
Porém as pessoas que estão à minha frente são todas minhas inimigas figadais, deliberadamente empenhadas em fazer ruir os meus planos imediatos, ou pelo menos forçar-me a esperar ainda mais do que o necessário, testando ao limite a minha – já de si breve – paciência.
Tento passar o tempo com patetas jogos mentais. Conto e reconto as pessoas que estão à minha frente, faço na minha mente cálculos inúmeros para atingir uma estimativa do tempo em que me levarei a ver livre, estimativa que sempre peca por um enorme defeito. Grande fonte de stress, as unidades bi ou multi-polares. Quando à mnha frente estão 2 ou 3 pessoas que estão nitidamente juntas, sofro horrores ao imaginar se cada uma delas requer atendimento ou não. Masoquistamente, imagino que uma dessas pessoas não estava à minha frente, que aproveitou uma desatenção minha para falar com um familiar ou amigo usurpando uma posição na longa fila.
Tento descontrair-me. Crianças na fila. Adoráveis criancinhas pequenas. Não me importo de me distrair com as suas momices. Mas escutá-las, aos seus berros e espectáculos egocêntricos…sinto como se estivessem a arranhar um quadro negro com unhas-garras bem no fundo do meu cérebro.
Cada pessoa à minha frente é um inimigo obrigando-me a perder tempo. Quando são atendidos, fazem todos questão de adiar a sua libertação do jugo da fila…aumentando os seus problemas, levantando questões…tudo isso, sei-o bem, para me obrigar a permanecer mais tempo na fila! Na claustrofóbica, bafienta fila. Quando parece que vão finalmente sair, lembram-se de mais perguntas, ou tentam entrar em conversa informal com o caixa/atendedor. Quando ainda estou longe do balcão, não sinto que esse comportamento seja para me prejudicar pessoalmente…quem é atendido gosta de se fazer esperar, de ser a estrela do momento, de prolongar o seu curto reinado. Querem fazer esperar os papalvos que lhe estão atrás, e não sou eu mais do que uma entre as muitas vítimas de circunstância. Mas, à medida que vai chegando a minha vez, o caso torna-se pessoal…o meu ódio pelo que está a ser atendido cresce proporcionalmente a certeza que cada segundo extra que poderia ser poupado, cada questão irrelevante que formula…faz tudo parte de uma trama cujo primeiro e único objectivo é minar o pouco que sobra da minha outrora altaneira paciência. Ou talvez não seja isso..talvez essas pessoas queiram sair daqui tão depressa quanto eu, voltar a ser seres humanos livres. Porém talvez ali o conjunto de pessoas não tenha vontade própria. Talvez não sejamos mesmo, como afirmei ao início, mais do que meros núcleos soltos que convergem sinergicamente para a criação de um ser vivo – a fila – que guiado pelo seu irracional instinto de sobrevivência tenta evitar o mais que pode a debandada dos seus órgãos vitais…Mas eis que sou atendido, a minha humanidade recuperada, e volto a sentir na cara o leve beijo da brisa suave de Verão.
domingo, 15 de julho de 2007
O meu nome é Legião
Logo eu sou uma das 9.476.698 pessoas deste país que se está cagando para o que todas as televisões estão a transmitir neste momento.
Al
“Mas que vejo eu? Parece…sim, é! Um posto avançado de Jesus!”
E lá estava um palanque a bloquear a rua de tráfico pedonal a anunciar a Igreja das Testemunhas do Reino de Nosso Senhor Jesus Cristo dos Antepenúltimos Dias e Pentecostes de Jeová. A táctica de abordagem é sempre igual. Eis-me cercado por dois ou três inevitáveis miúdos americanos, na casa dos 20 e muitos, altos e espadaúdos, cabelo louro impecavelmente cortado, olhos de expressão vazia de uma cor Oceano Pacífico, não raras vezes atrás de óculos de pequenas lentes circulares e aros dourados, camisa branca sem mangas e sem a menor pinta de suor, com uma etiqueta a anunciar o nome deles (por alguma desarmante razão, o primeiro nome destes caralhos é sempre “Elder”), gravata de cor sóbria, sapatos e calças negras, na cara um sempr´eterno sorriso peroláceo, de uma alvura impressionante, de orelha a orelha. Na cara uma expressão de felicidade total e patética, marca registrada de inebriantes sessões de lavagem cerebral. Enfim, uma verdadeira fantasia para qualquer rapariga adolescente de 14 anos…ou para qualquer bicha de 54.
Virando-se para mim, eles começaram: “Hola, señor”, ao que eu respondo: “Vade retro e caralhos vos fodam, que eu sou um discípulo de Baphomet". Com expressões que iam do incrédulo ao horrorizado…Não, esperem. Eles só têm uma expressão. Lá ficaram com os seus olhos radiantes e os seus sorrisos generosos.
Mais tarde, estava eu por volta do Campo 24 de Agosto quando vejo dois rufias a bater no que eu identifiquei ser um dos Elders, que provavelmente se tresmalhou do rebanho. Meu coração ardeu de fúria ao testemunhar que uma tal injustiça se estava desenrolando. Usando meus músculos fartos e bem torneados, logo apliquei uma porrada de campeonato aos dois trafulhas, que logo bateram em retirada. Ergui o meu punho no ar, e como me sentia medieval (mas passou-me logo) assim bradei: “Fugi, vis poltrões, ou conhecereis o gosto do fio da minha lâmina toledana.”
Ajudando o Elder a levantar-se perguntei-lhe se ele estava bem. :
“You ok, ma nigga?”
Disse-me que os restantes irmãos já se haviam retirado, mas ele, alma nobre e solitária que era, decidiu contra os conselhos fraternais e o bom senso continuar a evangelizar os selvagens, tendo chegado perto de dois tratantes a quem disse: “Vim-vos trazer a palavra do Senhor”, tendo eles dito: “A palavra do Senhor é a pasta já para cá!” ao que ele lhes disse que a sua única riqueza era Jesus. Então, usando eles do seu livre arbítrio para cometer injustiças, dedicaram-se a esmurrá-lo até eu o ter salvo.
Posto isso, ia eu despedir-me quando ele disse-me que, de acordo com a sua fé, como eu lhe tinha salvo a vida, ficava responsável pela sua protecção, tornando-se ele meu escravo. Ao que eu respondi que não, que sou muito macho e que não aprecio sobremaneira insinuações homo-eróticas. Mas ele disse que era simplesmente um amor espiritual, ao que eu acedi. Perguntou-me o meu nome, disse-lhe que era Sergy, e assim se apresentou ele:
“If you’ll be my bodyguard, I can be your long lost pal. I can call you Sergy, and Sergy when you call me, you can call me Al.”
Suspirei, resignado. Uma vez que estava a escurecer, perguntei ao Al se não queria ir comer qualquer coisa, e depois ir à Ribeira para uma noite de putas e vinho verde. Suspirou, resignado e lá fomos.
E lá estávamos nós num qualquer tasco da Ribeira em frente a gigantescos copos plásticos de melicioso (delicioso como mel) néctar etílico dourado da SB a quase €5,00 a unidade de 0,75 litros. Disse ao Al para me contar a sua vida.
Al disse que era um filho de Utah, estando destinado como a maior parte dos seus habitantes a ser um mórmon. Mas, lá pelos seus 15 anos deu numa de jovem rebelde, e quis fugir para além dos sufocantes limites da sua little home town, com a sua main street, a sua drugstore, a sua high school…e mais ainda, quis ir para além dos ainda mais sufocantes limites da mentalidade da sua família e da sua town. Deu-lhe o que é chamado Síndroma Axl Rose/John Holmes. Quis fugir da vida pequena que parecia fadado a viver. Quis atravessar o enorme continente que é o seu país natal, ir para a costa leste, viver na Village, ser um poeta anarca-gay. Ou ser um baixista de uma banda rock indie experimental. Ou então ir para LA, ser artista em filmes porno, ou ser baterista de uma banda de trash metal (ou na pior da hipóteses, de speed metal).
Fugiu de casa, subiu para um comboio de mercadorias clandestinamente, e lá encontrou um vagabundo que o re-introduziu no mundo cristão, apresentando-o à obra de John Christiansen, fundador da Igreja das Testemunhas do Reino de Nosso Senhor Jesus Cristo dos Antepenúltimos Dias e Pentecostes de Jeová. Nessa mesma noite o vagabundo violou-o e ele nunca mais o viu.
Segundo Al, John Christiansen nasceu no Minnesota, em 1877, o filho de uma prostituta de origem sueca e de um desconhecido que ele sempre afirmou ser o Espírito Santo. Em 1901, aos 24 anos, sem educação, qualificações, emprego, amigos ou futuro, com uma inteligência bem abaixo da média, foi posto fora de casa pela sua mãe. Sem saber o que fazer, decidiu rumar o mundo e tornar-se profeta. Encontrou outros com ainda menos educação, ainda menos qualificações, ainda menos empregos, ainda menos amigos e ainda menos futuro e convenceu-os que era a 2ª Vinda de Jesus Cristo. O culto expandiu-se para além dos limites do estado. Não se sabe muito mais de John Cristhiansen, e provavelmente teria ido esquecido totalmente, não fosse a desarmante coincidência de ter morrido aos 33 anos em 1910, condenado à morte por um tribunal do Alabama pelo crime de ser um “niggerlover”, ao afirmar que os negros têm alma, já que alguém precisa de trabalhar para nós no Céu.
Al disse que a Igreja das Testemunhas do Reino de Nosso Senhor Jesus Cristo dos Antepenúltimos Dias e Pentecostes de Jeová tem dois livros. E colocou-os em cima da mesa. Um era um livro fininho encadernado a couro negro onde se lia “Bíblia da Igreja das Testemunhas do Reino de Nosso Senhor Jesus Cristo dos Antepenúltimos Dias e Pentecostes de Jeová” a letras de ouro. Outro um paperback muito grosso onde se lia “Livro de John Christiansen”. Na capa, num campo dourado pelo sol, uim leão copula ferozmente com uma ovelha.
A Bíblia da Igreja das Testemunhas do Reino de Nosso Senhor Jesus Cristo dos Antepenúltimos Dias e Pentecostes de Jeová é igual à Bíblia cristã tradicional, mas excluindo toda e qualquer referência a degredo, sexo e violência. Por isso é que o Antigo Testamento quase não existe e nos Evangelhos a acção salta directamente da Última Ceia para a Ressureição.
O Livro de John Christiansen tem 28 versículos divididos por 500 páginas. O primeiro diz só “Deus é o Senhor”. O 2º versículo diz “Jesus Cristo é o Senhor” e o 3º diz “John Cristiansen é o Senhor”. Os restantes 25 versículos alargam-se por 497 páginas e são estranhos pois parecem tratar-se de um esboço de um conto infantil cheio de erros ortográficos e incoerências narrativas sobre uma menina que perdeu o seu cãozinho na Nova York do início do século XX. Al diz que só os iniciados nos mistérios de Christiansen conseguem entender o significado oculto nessas linhas.
Al perguntou-me se era verdade que eu adorava Baphomet. Eu disse “È grupe, só sei que é um gajo com altos cornos. Isso é o que eu costumo dizer a vocês, seus brochistas, para me deixarem em paz.” Ele perguntou-me se eu não acreditava em Deus, e eu disse que a questão assim é muito redutora. Eu acredito em Deus, mas Deus não acredita em mim. Ao que ele me perguntou se eu não achava que Ele nos amava. “Não sei, Al, acho que ele simplesmente deixou de se importar. O problema que eu tenho convosco é que eu não suporto a total brancura, a total pureza, a total inocência. Algures na vida perdi o meu caminho e ganhei um amor obsessivo pelo lado Griz da vida. Não sou o que se diz uma má pessoa, pelo contrário, tenho níveis elevados de tolerância, caridade e piedade. Mas eu gosto de degradação. Gosto de ambientes de degradação moral…humana…natural…arquitectónica…o meu organismo…
Desmaio e racho a cabeça nas pedras da calçada.
quinta-feira, 12 de julho de 2007
Descubra as diferenças
Estas duas imagens (uma representativa de um qualquer partido de centro-esquerda de um qualquer país ocidental e outra representativa de um qualquer partido de centro-direita de um qualquer país ocidental) parecem exactamente iguais. Porém entre as duas há 7 diferenças. Consegue descobri-las?
Solução:
1 - A imagem da Esquerda é mais hipócrita
2 - A imagem da Direita é um pouco mais inteligente e unida
3 - A imagem da Esquerda tem militantes que pensam que ainda existem mais que 7 diferenças
4 - A imagem da Direita é ainda menos amiga da Segurança Social que a da Esquerda
5 - A imagem da Esquerda pensa mais 15 segundos que a da Direita antes de entrar em guerra ou de apoiar os países que entram em Guerra
6 - A imagem da Direita não se entrega tão despudoradamente ao Grande Capital e ao Status Quo.
7 - A imagem da Esquerda finge preocupar-se mais com o Povo quando está na Oposição. A da direita também...
quarta-feira, 11 de julho de 2007
Listen carefully...I shall say this only once
Your Score: The Resistance
Achtung! You are 38% brainwashworthy, 31% antitolerant, and 42% blindly patriotic
Welcome to the Resistance (Der Widerstand)! You believe in freedom, justice, equality, and your country, and you can't be converted to the the dark side.
Breakdown: your Blind Patriotism levels are borderline unhealthy, but you show such a love of people from everywhere and a natural resistance to brainwashing, you would probably focus your energy to fight the Fuehrer with furor, so to speak.
Conclusion: born and raised in Germany in the early 1930's, you would have taken up ARMS against the oppressors. Or even your friends' oppressors. Congratulations!
Less than 5% of all test takers earn a spot in the Resistance!
- it rules -
Link: The Would You Have Been a Nazi Test written by jason_bateman on OkCupid Free Online Dating, home of the The Dating Persona Test |
Que tipo de anarquista sou?
You scored as Christian Anarchist, Christian anarchism is one of the oldest anarchist philosophies, arguably dating back to the early Christian church. Christian anarchists emphasise non-violence and oppose the state as God is the only legitimate source of authority. Key thinkers include the Russian novelist Leo Tolstoy.
What kind of Anarchist are you? created with QuizFarm.com |
You scored 20 %racist!
Now that you've got your results let's evaluate them shall we. Umm... I guess that you could say everyone is a little racist. But not with this test it is more than possible to be a complete none racist. And I seriously doubt that anyone will get that. Well if you get more than like 60% you are a complete and utter racist, no if ands or buts about it. But about 5% to about 30% is about normal. In between 30% and 60% I don't know what the hell you are shit you tell me.
Link: The How Racist Are You Test written by Rsquared on OkCupid Free Online Dating, home of the The Dating Persona Test |
Em quem deveria ter votado em 2004 (se fosse americano)
You Should Have Voted For Kerry |
Though You'd Rather Vote for Michael Moore |
(Gosto especialmente da parte sobre o Michael Moore):)
Trannies
domingo, 8 de julho de 2007
Para cada ocasião, escolhe uma resposta inteligente para lhes enviares, e ficas certo que num instante perdes logo ese problema (e provávelmente a amizade deles).:
"Obrigado por te afirmares como meu amigo. Espero que o consigas demonstrar estando presente para mim nos bons e maus momentos. Desculpa lá, mas não é a mandares-me um PPS merdoso cheio de imagens da natureza, de bichinhos fofos ou de personagens de cartoons, com frases tão profundas que parecem retiradas de uma Selecção do Reader´s Digest de 1985 ou de um livro do Paulo Coelho, com uma versão instrumental do "In the arms of an angel" a tocar no fundo que me consegues convencer. Além do mais, se eu começo a reenviar para toa a gente que é minha amiga, e enviar-te de volta para provar a minha amizade, então a mensagem perderá toda a sua especificidade e carácter pessoal, não sendo mais que Spam. Não concordas?"
"Não, não estou interessado em ficar/comprar os teus cãezinhos ou gatinhos. Mas se arranajr um lar para eles é um problema, posso dizer-te uma mão cheia de países africanos que os achariam uma prenda apetitosa".
"Com certeza que se eu encontrar essa menina desaparecida contactarei as autoridades competentes. Agora as hipóteses de eu encontrar e reconhecer no meio da multidão uma rapariga da qual só vi uma foto não são muito boas, certo? E essa chantagem emocional "Amanhã podemos ser nós a precisar" não era necessária, ok?"
"Dar sangue? Mete isso na cabeça: os Hospitais quando precisam de sangue contactam os Serviços de Saúde, o Ministério da Saúde, etc.. Não pedem a civis que andem a espalhar a mensagem por e-mails. E lá vens tu com a chantagenzita do "amanhã podemos ser nós". Muda o disco!"
"Ah, estou admirado com a tua consciência social ao avisares as pessoas que andam aí gajas a meter cenas nos copos nos bares e discotecas e um gajo acorda de manhã num hotel numa banheira cheia de cubos de gelo e sem um rim. Ou que andam a meter seringas com sangue contaminado com HIV nos bancos dos cinemas, ou que andam a raptar mulheres nos provadores das lojas de roupa para as venderem como escravas sexuais nos países árabes. Só 2 palavras para ti: "Mitos" e "Urbanos"".
"Obrigado por me mandares tantas piadas. Algumas são tão novas e frescas que já o meu bisavô as contavas nas trincheiras francesas da I Guerra Mundial. E tenho boas notícias. O meu chefe apanhou-me a lê-las, e agora tenho TODO o tempo do mundo para me rir das tuas piadas."
"Se me conseguires provar científicamente que re-enviar a tua mensagem electrónica num determinado hiato de tempo para um número pré-determinado de pessoas (com ambos os factores a crescerem proporcionalmente) pode ter uma influência gradualmente crescente (medida também em hiatos de tempo determinados) positiva na minha felicidade/sorte/vida profissional/finanças/vida amorosa/vida sexual então eu começarei a ter mais atenção aos teus mails."
As 7 maravilhas
1 - Aquecimento Global (o)
2 - Eterna novela de sangue do Médio Oriente (A)
3 - Fome e situação precária da maior parte da população de África (A)
4 -Guerra no Afeganistão (A)
5 - Guerra no Iraque (A)
6 - Redes de pedofilia, tráfico de orgãos, adopção, prostituição e tráfico humano em geral (As)
7 - Terrorismo e o conflito civilizacional Islão/Ocidente (O)
A celebração não teve fogos-de-artifício, nem luz, cor ou música, tendo-se realizado somente um minuto de silêncio por todos os nós. On a lighter note, pelo menos também não teve fado.
O convidado de honra, o sr. George W. Bush, cujo governo é directa ou indirectamente responsável por grande parte destas "maravilhas", não quis tecer comentários para além de se declarar indignado por o terem enganado, já que o convite que foi endereçado à Casa Branca dizia claramente que era uma festa de beneficiência da Igreja Metodista em prol das Companhias de Petróleo e gás, e que no fim havia pretzels, Buds e Jack Daniels à borla.
quarta-feira, 4 de julho de 2007
Generation Gap
terça-feira, 3 de julho de 2007
segunda-feira, 2 de julho de 2007
Fã
Freak que ainda gosta dos Metallica, mesmo sendo eles umas putas vendidas - "Não, vim ver os 4 concertos que eles deram em Portugal até agora."
Repórter de uma TV (acho que RTP1, mas não sei, talvez SIC Notícias) - "És fã?"
Juro-vos, quando o repórter de uma TV (acho que RTP1, mas não sei, talvez SIC Notícias) perguntou ao Freak que ainda gosta dos Metallica, mesmo sendo eles umas putas vendidas, eu tive uma experiência transcendental e vi a vida do repórter a passar-me à frente dos olhos. Ele pequeno, a revelar criativade nas composições e Expressão Escrita na escola. Sempre o melhor da turma a Português. Ele na faculdade, quiçá uma privada onde se faz desfalque de dinheiro, a tirar um curso de Jornalismo com um nome todo pipi tipo Gestão de Interacção Jornalística ou Engenharia de Media, ele a ingressar numa estação de TV, ele a tirar um curso de formação, a primeira experiência prática...tantas horas de estudo e trabalho, tantos projectos, sonhos e planos...para culminar nessa pergunta inteligente: "Oh tu que já viste os Metallica 4 vezes...és fã?"
Este é o tipo de pergunta que se faria a um jogador de futebol. Tipo: "O que sentiu quando falhou aos 90 minutos o pênalty que poderia ter dado ao seu clube a Uefa Champions League?". Nunca vi nenhum jogador com os tomates suficientes para dizer : "Senti-me fodido!" ou com o cérebro para dar uma resposta irónica como "Senti-me bem à brava!" Porém, neste caso, acho que o freak poderia ter optado por uma resposta destas:
- "Não, mas estou a ver se consigo forçar-me a ser pela insistência."
- "Não, odeio, mas venho sempre com a esperança de conseguir atirar uma lata à cabeça do hetfield."
- "Nem por isso mas excita-me estar no meio de um monte de gajos suados."
- "Sim, e tu, és jornalista!?"
7
Vai daí, há que destilar veneno contra qualquer coisa, porque às vezes ser mal-dizente a raiar a fronteira da injustiça...foda-se, sabe mesmo bem!
07/07/07...Nomear-se-ão as 7 novas maravilhas do Mundo e as 7 maravilhas de Portugal, "do estádio da Luz para o resto do mundo", como não para de repetir a televisãozeca do Moniz. Posso dizer, eu não posso com estes "grandes" "eventos" "mundiais" cá no burgo. A nossa pequenez de mentalidade e escassez de referências destoam nos grandes eventos (o Euro 2004 terá sido a excepção) que nem um cidadão africano num comício do Penerre!
A receita é sempre a mesma...oh, claro que haverá fogos-de-artifício, som, cor, uma figura mundial de grande relevo no final dos anos 90 (no caso J-Lo) e depois...
bem depois, IMAGINE-SE são os mesmos gajos de sempre. Claro que irá estar lá a Mariza. Isso é ponto assente. Depois estará lá "o pai do rock português", o Rui Veloso (a alternativa seriam os Xutos). També, não poderia faltar o Carlos do Carmo, porque qualquer coisa que não meta Fado até parece mal (querem apostar como ainda vão arranjar maneira de fazer qualquer referência às Descobertas, nem que seja a martelo?). Mais alguém? Ah, o Cristiano Ronaldo, como poderia me esquecer dele. A sociedade portuguesa é como as comédias românticas inglesas...são a meia dúzia de marretas do costume, mais uma ou duas vedetas americanas. Até dói ver sempre as mesmas pessoas a dizer sempre as mesmas frases batidas.
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Daqui a 50 anos, se o bom Deus me der vida e saúde vou escrever um livro denominado "100 anos de Podridão", onde denunciarei a forma como a TV em Portugal (que fará 100 anos em 2050 e pico) deixou de ser o reflexo da mediocridade nacional para passar a ser o seu principal catalizador. 90% da obra será dedicada à TVI, mas dedicarei um capítulo muito especial aos Globos de Ouro da SIC. Toda a ostentação, egocentrismo e deserto de idéias de uma noite dos Óscares, mas sem o glamour ou o bom gosto. Já é suficientemente mau darem sempre o prémio de melhor desportista ao CR (agora que o Figo está mais kaput que a ventoinha do meu pc) e o de melhor treinador àquele gajo que treina o Chelsea (a nossa pequenez provoca-nos um complexo de superioridade que nos leva a etiquetar qualquer português minimanente conhecido lá fora de "melhor - inserir actividade do gajo aqui - do mundo!) MAS prémio Revelação a Mickel Carreira? A TV ao serviço da expressão musical mais podre (e isso dito por um gajo que adora Industrial gogó e Folk metal!).
Ok, por hoje é só. No próximo episódio irei destilar o meu ódio sobre gajos que não têm nada melhor para fazer do que destilar veneno contra tudo e contra todos nos seus blogs. Que moverá essas pequenas, patéticas, criaturas? O que fará esses cromos terem uma atitude tão negativa e amarga relativamente a outras pessoas e a conceitos que não são do seu agrado!? Quem pensarão esses filhos da puta que são? A suivre...