segunda-feira, 23 de julho de 2007

Death Proof


Ele está de volta! Um bocado mais velho, um pouquinho mais careca, um nadinha mais gordo. Mas ainda, hoje e sempre, a expressão máxima do cool na Pop Art contemporânea.

Sim, Tarantino está de volta com Death Proof, a sequela(!) do filme repartido chamado Grindhouse que escreveu e fez em parceria com Robert Rodriguez. A prequela, Planet Terror, realizada por Rodriguez tem estreia em Setembro.

OK, pessoalmente não acho que Death Proof seja o melhor filme de Tarantino. Seria injusto compará-lo aos seus “irmãos mais velhos” no entanto, uma vez que não é um projecto independente e autónomo. Mas tudo o que nos faz gostar de Tarantino está lá:
violência a testar os nossos limites, o seu excesso gráfico não sendo gratuito, um forte sexual innuendo, um argumento mirabolante e cheio de twists and turns, e diálogos de coisas banais spiked com humor muito inteligente.

Há duas coisas que saltam à vista neste filme: um forte 70s feeling (Duel vem à mente nalgumas cenas) e claro está, o girl power.

A 1ª parte do filme parece um Coyote Ugly on steroids. E que bem que está Quentin no seu cameo usual representando o barman Warren.
Claro, aqui aparece a verdadeira estrela do filme, Kurt Russel, no seu melhor papel desde há anos, uma nova feliz "vítima" da magia tarantinesca de ressuscitar carreiras.
Russel como o Duplo Mike, retornado como uma espécie de um evil Snake Plissken, com os dois olhos mas seriamente perturbado, muito menos susceptível de excitação sexual por um fabuloso lap dance do que pela caça e assassinato de jovens e belas mulheres na auto-estrada, atirando-se contra os carros delas com o seu carro de stuntman, “à prova de morte se estiveres sentado ao volante”.

O girlpower, presente em Kill Bill (como esquecer The Bride?!) aqui aparece em força, quando três mulheres (a beleza exótica de Rosario Dawnson volta a revestir-se de força depois de Sin City, e de referir o bom trabalho de Zoe Bell, a stuntwoman kiwi que costuma trabalhar nos filmes de Tarantino) agindo em conjunto, vão finalmente lutar contra a esmagadora falocracia de Mike. Um homem e o seu carro num mundo em que as mulheres não são mais que mero objecto de caça e gozo, a serem usadas, mastigadas e cuspidas a seu bel-prazer. Fast cars, fast women. A metáfora sexual torna-se mais do que evidente quando vemos o Stuntman Mike sentado no capô do carro, com o ornamento a surgir entre as pernas.

Em nota de rodapé, adorei essa de aparecer o sheriff do Kill Bill e o seu “son number one”. E a cena em que aparece Lebanon…e somente uns segundos depois ,Tenesse.

São estes pequenos nadas tarantinescos que definem o autor e a sua obra.

1 comentário:

Anónimo disse...

O filme dos camiões do Spielberg !!!! OBRA-PRIMA!!!

Enfim, tal como tu tenho o bichinho do "mau" cinema. Eu sei que sabes do que estou a falar. E o Quentin também.